CÉSAR LOMBROSO

HIPNOTISMO E MEDIUNIDADE

 

César Lombroso - Fenomeni Ipnotici e Spiritice

Unione Tipografico-Editrice Torinese

Milano - Roma - Napoli (1909)

Sinopse da obra:

É uma obra que causou grande agitação nos meios intelectuais e científicos da Itália, no início do século XX, pois César Lombroso afrontando preconceitos engenhosamente construídos por contraditores da Doutrina Espírita faz avançar o domínio do Espiritismo Experimental trazendo provas irrefutáveis da imortalidade da alma.

Relata pesquisas com fenômenos ocorridos sob hipnose e fenômenos mediúnicos sendo que demonstra a diferença entre eles, incluindo numerosas experiências com a famosa médium Eusápia Palladino.

Oferece subsídios aos estudiosos do assunto, abordando os seguintes temas: mediunidade entre os selvagens e os povos antigos, estigmas e levitações dos santos, magos, bruxos, histeria e magia, fotografias transcendentais, casas assombradas etc.

Prefácio da obra:

Quando – ao término de uma jornada rica, se não de vitórias, certamente de veementes pugnas em prol das novas correntes do pensamento humano, na Psiquiatria e na Antropologia Criminal – iniciei primeiramente a pesquisa e depois a publicação de um livro sobre fenômenos ditos espiríticos, surgiram, hostis, de todos os setores, os próprios amigos mais diletos a gritarem:

“Quereis desfigurar um nome honrado, uma carreira que, depois de tantas lutas, já chegara finalmente à meta, e isso por uma teoria que todo o mundo não só repudia, mas, o que é pior, despreza e afinal acha ridícula.”

Pois bem: tudo isso não me fez hesitar um só instante em prosseguir nesse caminho iniciado; senti-me, ao contrário, mais deliberadamente impulsionado, pois me pareceu fatal coroar uma existência, que viveu na busca de novos ideais, combatendo em prol da ideia mais hostilizada e talvez mais escarnecida do século; pareceu-me um dever o encontrar-me até o último dos meus, já agora, contados dias, exatamente onde surgem mais ásperos os obstáculos e mais encarniçados os adversários.

Bem sei que também estes não fariam agravo, pois também eu, não há muito, estava entre aqueles, e dos mais implacáveis, porque, concebidos como eram, pelos muitos, os fenômenos espiríticos parece quererem abater o grande conceito do Monismo, que é um dos frutos mais preciosos da moderna cultura, e porque, ante a precisão, a continuidade dos fenômenos experimentais, sempre idênticos a si mesmos, no tempo e no espaço, e sempre coerentes entre si.

A observação e as experiências espiríticas, frequentemente variáveis segundo os métodos, conforme as horas do dia e a disposição de ânimo dos assistentes, por muito repetidos e controlados por instrumentos de precisão, embora joeirados por experimentadores severíssimos (e bastaria enumerar Morselli, Di Vesme, Crookes, Richet, Lodge, James Hyslop, Wallace, Bottazzi, de Rochas, Herlitzka, Foà, Arsonval, etc.) –, têm sempre aquele aspecto de incerteza, de imprecisão, das velhas observações medievais.

Mas, se cada um desses fenômenos nos pode ser ou parecer incerto, o conjunto de todos forma um compacto mosaico de provas resistentes aos ataques da mais severa dúvida; e agora, tal qual antes, o também grande princípio: não há função sem órgão, nem manifestação de energia sem perda de substância, acha nos estudos da radioatividade uma pelo menos aparente exceção.

Nem com as novas conclusões espiríticas vêm abater-se as leis principais do Monismo, pois, ainda que reduzindo-se a matéria fluídica, que é visível e palpável apenas em algumas circunstâncias especiais, a alma continua a pertencer ao mundo da matéria, e assim, pela primeira vez, aparece, entretanto, conciliada a observação científica com aquela multiplicada no tempo e no espaço, desde os povos mais antigos e selvagens aos mais civilizados, cristalizada por último na lenda religiosa, isto que, se não pela qualidade, certamente pela quantidade e uniformidade dos sufrágios, lhe confere uma autoridade igual, senão superior, ao pensamento dos grandes filósofos.

Por isto, nestas pesquisas, situei-me distante de toda teoria: desejei que esta surgisse espontânea no ânimo do leitor, do mosaico dos fatos solidificados pela autoridade emanada do consenso geral dos povos.

De resto, depois de tudo isso, estamos bem distante de pretender haver atingido a completa certeza: a hipótese espirítica surge depois de tão fatigantes pesquisas tal qual aqueles imensos espaços oceânicos dos quais se vê emergir, aqui e lá, ilhotas mais elevadas, que só ao julgar do geógrafo dão a resultante de antigo continente, enquanto que o vulgo ri da sua hipótese, assim audaz na aparência.

Antes de fechar esta página, envio os mais vivos agradecimentos aos que me ajudaram com auxílio e colaboração: prof. Marzoratti, Ochorowicz, Imoda, Richet e Di Vesme.

Outubro, 1909

Cesare Lombroso
 

Comentário do site:

E um grande clássico em todos os sentidos, nas questões sobre a mediunidade e as suas origens que se perdem em épocas remotas da humanidade.

Ao estudar as religiões antigas dos povos:  Gregos, Egípcios, Hindus se percebem que a mediunidade era usada intensamente na inter-relação dos encarnados e desencarnados e a questão da reencarnação era aceita como pedra angular do edifício das crenças destes povos.

Os conhecimentos que hoje temos da Doutrina Espírita e as suas nuanças eram na época somente para uma casta de iniciados e passados para o povão em forma velada por símbolos, parábolas ou tradições culturais.

Quando o Codificador da Doutrina Espírita Allan Kardec começou  a buscar  a comprovação de fatos espíritas e usando a métodos da ciência, teve que peneirar muitos conhecimentos milenares que estavam envolvidos em tradições culturais.

Atualmente a Índia e em países do Oriente a reencarnação é aceita como tradição cultural, mais não ocorre o estudo da comprovação da reencarnação.

César Lombroso nos faz viajar por estes povos antigos e a suas culturas e tenta trazer em bases mais sólidas sobre o conhecimento do mundo espiritual e suas leis.

Agora pergunto qual a Doutrina que responde aos anseios da imortalidade da alma e todas as suas nuanças, nos fenômenos tidos como milagrosos ou fenomenais???

Será que devemos crer em bases dogmáticas!!!

Que possuímos somente esta vida??? Que ao morrer vamos esperar o juízo final, aonde seremos condenados ao inferno ou habitar as mansões do céu!!!

Será que devemos crer nas Filosofias Materialista!!! Que ao morrermos tudo acaba???

E as pessoas que amamos??? E o fruto de nossas lutas e das nossas batalhas??? Tudo acaba!!!

Pensemos amigos!!!

Irmãos W.

Fontes: Vita Oltre la Morte (Cesare Lombroso Ricerche sui Fenomeni Ipnotici e Spiritici con Eusapia Paladino Eusapia Palladino)

Fontes: Survival After Death

"Em 1882, em seu opúsculo "Estudo sobre o Hipnotismo", ele ridicularizava as manifestações espíritas, mas, convidado pelo prof. Morselli a estudar melhor o assunto, participou de sessões com a médium Eusápia Palladino, convencendo-se da veracidade incontestável dos fatos. Durante muitos anos, negou os fenômenos psíquicos e espirituais como charlatanice e credulidade simplória."

César Lombroso "Hipnotismo e Espiritismo"

"César Lombroso, sempre fiel ao método experimental, legou aos espíritas um excelente acervo de esclarecimentos sobre a mediunidade e o vasto campo fenomenológico. Homem profundamente honesto defendeu a veracidade do Espiritismo até a sua morte, noticiada com destaque em todo mundo, no dia 19 de outubro de 1909."

César Lombroso "Hipnotismo e Espiritismo"

 

RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD

 

César Lombroso - Hipnotismo e Mediunidade PDF

 

  César Lombroso - Hypnotisme et Spiritisme (1909) (Fr.)