ERNESTO BOZZANO

FENÔMENOS DE TRANSPORTE

(Extraordinários e comentados casos de transporte e de desintegração e reintegração da matéria)

 

Transporte [do latim trans + portare]. Ato ou efeito de transportar, deslocar, conduzir. Faculdade de efeito físico pela qual os Espíritos podem transportar objetos de um lugar para outro.

 

TRADUTOR Deolindo Amorim

 

Ernesto Bozzano - Dei fenomeni di "apporto"

Estratto dalla rivista Luce e Ombra

Casa Editrice Luce e Ombra

Roma (1930)

Sinopse da obra:

Ernesto Bozzano em seu livro - Fenômenos de Transporte - fez um trabalho de pesquisa que durou cerca de 10 anos antes da publicação deste Grande Clássico.

O fenômeno como se sabe e o objeto e a razão de ser da Ciência Espírita, pois sem o fenômeno não haveria Ciência Espírita e não teríamos o Espiritismo, pois embora o Espiritismo no seu corpo Doutrinário não seja apenas fenômenos.

A Mediunidade de Transporte sempre foi uma coisa que intrigou aqueles que estudam o Espiritismo, pois pertence a categoria  dos efeitos físicos.

Este grande clássico Ernesto Bozzano vai poder dar uma visão melhor o que seja a Mediunidade de Transporte que é conhecida desde a antiguidade mais muito pouco estudada.

Introdução da obra:

Percorrendo os numerosos resumos, com relativos comentários e observações, feitos na Itália e no estrangeiro, acerca de nossas experiências em Millesimo, tive ocasião de observar, de modo geral, que as manifestações supranormais que pareciam mais duvidosas a muitos céticos não eram as vozes diretas e sim os fenômenos de transportes, e não do ponto de vista particular dos casos por nós obtidos mas sim do genérico e teórico da pressuposta inverossímil científica do fenômeno em si, combinada com a ausência de boas provas em tal ramo das manifestações metapsíquicas.

E o que mais me impressionou foi a circunstância de que entre os que se declaravam teoricamente incrédulos se achavam eminentes personalidades científicas pertencentes ao movimento metapsíquico, personalidades que, desde muito, haviam aderido à interpretação espirítica de muitas manifestações mediúnicas.

Era, pois, natural que as observações expostas me levassem a refletir sobre as causas que determinavam tal estado de incipiente ceticismo em torno da existência real de uma categoria de fenômenos supranormais que, longe de serem raros, eram assaz freqüentes na casuística metapsíquica, fenômenos que investiguei durante um decênio com dois médiuns privados notáveis, obtendo, pessoalmente, absoluta certeza de sua realidade.

Ora, eu verifiquei que a causa única desse persistente ceticismo em relação aos casos de transportes residia no fato de que ninguém jamais pensou em recolhê-los, classificá-los e analisá-los em uma monografia especial, pois, embora existissem numerosos casos do gênero, obtidos nas condições de manifestação incontestável, esses se achavam de tal forma dispersos em livros e revistas que ficaram ignorados à grande maioria dos cultores das pesquisas psíquicas.

Foram essas considerações que me induziram a publicar uma primeira monografia de ensaio sobre os Fenomeni di apporto ed asporto, da qual fossem excluídos – e isto a fim de eliminar todas as possibilidades de fraude – todos os casos obtidos em plena obscuridade, com exceção dos em que os objetos transportados tivessem sido pedidos e designados, no momento, pelos experimentadores ou que, por outros motivos, bem definidos, excluíssem, igualmente, toda prática fraudulenta, casos todos que reuni na primeira categoria dos fenômenos em exame, para depois passar a uma segunda categoria em que se contivessem os casos de transportes obtidos em plena luz.

Rejubilo-me com essa rigorosa limitação de casos obtidos em condições de excluir qualquer suspeita de fraude, suspeita dificilmente eliminável nos casos conseguidos em plena obscuridade, sem as condições expostas; rejubilo-me, repito, porque assim agindo, deverei chegar a vencer a perplexidade de alguns eminentes homens de ciência, especialmente dos representantes das ciências físicas, os quais, calculando a enorme quantidade de energia necessária à obtenção dos fenômenos da desintegração molecular de um objeto qualquer, achavam impossível que tal soma de energia pudesse ser fornecida pelos médiuns, sem refletir que, aqui, não se trata de energia física mais de energia psíquica,

A potencialidade todos nós ignoramos; entretanto, querendo ajudar-nos a compreender, recorrendo a provas por analogia, então deveremos reconhecer que, se a vontade é capaz de criar, quase instantaneamente, um fantasma materializado, perfeitamente organizado e vivo, resulta daí que não é o caso de espantar-nos se a mesma vontade chega a rapidamente desintegrar um objeto em seus elementos moleculares, para, em seguida, reintegrá-la, instantaneamente, em outra casa. O primeiro “milagre” parece bem mais estupefaciente do que o segundo.

Por ora não formularei outras considerações teóricas a respeito, mas, antes de passar à exposição dos fenômenos de transportes propriamente ditos, considero oportuno resumir, de modo breve, alguns dentre os mais notáveis episódios do fenômeno de penetração da matéria através da matéria, episódios que, intrinsecamente, se mostram idênticos aos transportes e deles diferem apenas pela modalidade com que se manifestam.

Assim sendo, resulta daí que tal categoria de fenômenos se tornará instrutiva em nosso caso, porquanto parece indicadíssima a predispor o ânimo de profanos e incrédulos para acolher a outra categoria afim dos fenômenos de transportes.

E, para começar, recordarei o clássico episódio narrado por William Crookes na descrição de suas próprias experiências com o médium Daniel Dunglas Home. Escreve ele:

“O segundo caso que vou narrar verificou-se em plena luz, numa noite de domingo e na presença do Sr. Home e de alguns membros de minha família, somente. Eu e minha esposa tínhamos passado o dia no campo e dali trouxe algumas flores que havíamos colhido. Chegados à nossa casa, entregamos à criada para pô-la na água. O Sr. Home chegou logo depois e todos nós nos dirigimos para a sala de jantar. Quando nos sentamos, a criada trouxe as flores que havia posto em um vaso e eu o coloquei no meio da mesa, cuja toalha fora retirada. Era a primeira vez que o Sr. Home via tais flores.

Depois de obtidas várias manifestações, a conversa derivou para certos fatos que parecia não se poderem explicar senão admitindo que a matéria pudesse realmente passar através de uma substância sólida. A esse propósito, a seguinte comunicação nos foi dada alfabeticamente: “É impossível a matéria passar através da matéria, mas vamos mostrar o que podemos fazer.”

Esperamos em silêncio. Uma aparição luminosa foi logo vista pairando sobre o buquê de flores, depois, à vista de todos, um galhinho de erva da China, com 15 polegadas de comprimento e que ornamentava o centro do buquê, elevou-se lentamente do meio das flores e, em seguida, desceu sobre a mesa, defronte do vaso, entre este e o Sr. Home. Chegando à mesa, o raminho não se deteve, mas a atravessou em linha reta e todos nós o vimos muito bem até passar inteiramente.

Logo depois do desaparecimento do galhinho, minha esposa, que estava sentada ao lado do Sr. Home, viu, entre ela e Home, uma estranha mão que vinha debaixo da mesa e que segurava o raminho da erva com o qual lhe bateu duas ou três vezes nos ombros com um ruído que todos ouviram. Depois o depositou no soalho e desapareceu. Apenas duas pessoas viram a mão, porém todos os assistentes perceberam o movimento do raminho. Enquanto isto se dava, todos nós podíamos ver as mãos do Sr. Home pousadas tranqüilamente sobre a mesa que estava diante dele.

O lugar em que a erva desapareceu ficava a 18 polegadas daquele onde estavam as suas mãos. A mesa era uma das de sala de jantar, com molas, abrindo-se com um parafuso. Não era elástica e a união das duas partes formava uma estreita fenda no meio; pois foi através dessa fenda que a erva passou e medi-a e observei que tinha apenas 1/8 de polegada de largura. O galhinho da erva era demasiadamente grosso para que pudesse passar através da fenda sem partir e, entretanto, o tínhamos visto passar por ali, sem dificuldade, docemente, e, examinando-a em seguida, ela não mostrou a mais leve marca de pressão ou de arranhão.”

William Crookes
(Experiences sur la force psychique, pág. 171 da edição francesa).

Vimos, no caso exposto, que a personalidade mediúnica operante dissera ser impossível passar a matéria através da matéria, mas como depois a mesma entidade produziu um fenômeno que demonstrava praticamente o contrário, deve-se entender que, com tal afirmativa, quis referir-se à penetração da matéria sólida através de outra matéria sólida, mas, em igual tempo, demonstrou, com fatos, como era possível fazer passar através da matéria sólida outra matéria desintegrada em estado molecular ou fluídico.

Comentário do site:

O fenômeno de “Apport” é uma terminologia classificada pela parapsicologia como fenômenos Psi-Kapa. Segundo o dicionário Larousse, a palavra “apport” deriva do infinitivo do verbo apporter, que significa “trazer”. Sob o ponto de vista espírita é classificado como fenômeno de efeitos físicos.

Nessas circunstâncias pode ocorrer introdução de objetos em ambientes ou móveis fechados. Por exemplo, há registros mediúnicos de transportes de flores, cadeiras, pedras etc., são conduzidas pelos Espíritos às vezes de longas distâncias e “trazidas” para recintos completamente fechados ou seja ambientes hermeticamente isolados para onde tais objetos são transportados.

Segundo a Codificação, os objetos podem ser desmaterializados e transportados para outros locais e rematerializados, ou os objetos transportados são envolvidos numa espécie de fluidos perispirituais a fim de neutralizar os obstáculos da dimensão física para trespassar as barreiras sólidas (paredes, portas,janelas, telhados etc), segundo afirma o Espírito Erasto. (Obra de Allan Kardec "O Livro dos Médiuns - Fenômeno de Transporte - Cap. V")

Irmãos W. e Jorge Hessen

Fontes: Revista Espírita Bezerra Menezes (Ernesto Bozzano - Fenômenos de Transporte) (Audiobook Grátis)

Fontes: l'Encyclopédie Spirite (Biblioteca Espírita em Francês)

Fontes: Allan Kardec.OnLine (Manuscritos Raros e Inéditos de Allan Kardec - Museu Virtual e Historiografia do Espiritismo)

"E deitou-se, e dormiu debaixo do zimbro; e eis que então um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te, come. E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas, e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se." (Profeta Elias)

1 Reis 19:5,6

"Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos."

1 Coríntios 12.4-6

 

RELAÇÕES DE OBRAS PARA DOWNLOAD

 

Allan Kardec - O Livro dos Médiuns (Obra de Allan Kardec "O Livro dos Médiuns" - Parte II - Cap. 5 Manifestações Físicas Espontâneas - O Fenômeno de Aporte (ou Transporte) )

 

Ernesto Bozzano - Fenômenos de Transporte PDF

 

Ernesto Bozzano - Fenómenos de Transporte (Esp)