PEARL LENORE CURRAN

 A GRANDE MÉDIUM Xenoglossia

(1883 - 1937)

 

OS GRANDES FENÔMENOS DE XENOGLOSSIA

 

Xenoglossia (do grego xenom = estranho, estrangeiro + glossa = língua) Xenoglossia — ou mediunidade poliglota — é a faculdade pela qual o médium se expressa, oral ou graficamente, por meio de idioma que não conhece na atual encarnação.

 

      ERNESTO BOZZANO

       HERMÍNIO C. MIRANDA

O MISTÉRIO DE PATIENCE WORTH

(História do mais extraordinário romance mediúnico)

 

Ernesto Bozzano - A Proposito di "Patience Worth"

Tipografia Dante - Città della Pieve

Roma (1931)

 

A médium Pearl Lenore Curran não foi uma médium espírita na acepção do termo e também não escreveu obras espíritas, mais suas faculdades foram estudadas por vários estudiosos espíritas tais como: Ernesto Bozanno, Hermínio C. Miranda, aonde através de pesquisas relataram as faculdades mediúnicas ostensivas de xenoglossia da médium.

Apresentação do tema:

Dois notáveis pesquisadores juntos para desvendar o enigma do Espírito Patience Worth e narrar a história do romance considerado o melhor texto mediúnico sobre a vida de Jesus: A História Triste (The sorry tale) publicada em 1917.

Para Bozzano, "é justamente a cultura histórica, literária e filosófica que constitui o que há de mais notável nos romances de Patience Worth!". Para Hermínio, "somente uma pessoa que tenha, de alguma forma, vivenciado os fatos, poderia ter condições de escrever uma obra como "A História Triste".

No início do verão de 1913, uma dona de casa em St. Louis, chamada Pearl Curran, começou a receberem secretos, mas distintos fragmentos de uma mensagem na tábua Ouija. Pearl tinha apenas uma educação até o oitavo grau e nunca viajou ao estrangeiro (e aparentemente não tinha nenhum desejo para fazer isso).

Seu interesse em leitura era mínimo e raramente estendido para qualquer coisa mais exigente que revistas de mulheres e um leve e ocasional romance. Sua notável habilidade somente parecia ser musical, e até que era bastante modesta.

A personalidade aparentemente manifestava-se através de Pearl na tábua Ouija, e eventualmente por escrita automática, chamava-se Patience Worth e alegava ser o espírito de uma mulher inglesa do século XVII.

Patience escreveu milhares de poemas e vários romances de qualidade incomum e freqüentemente como uma excepcional literária. A completa comunicação de Patience Worth ocupa 29 volumes na Missouri Historical Society em St. Louis e inclui poemas, romances, conversações e provérbios expressivos. As comunicações duraram mais ou menos 25 anos, mas a maior parte do trabalho foi elaborada nos primeiros 12 a 15 anos.

Como em muitos casos de mediunidade ostensiva, Pearl e Patience tiveram personalidades notadamente diferentes. Os dois aspectos mais excepcionais do caso são (1) as Habilidades literárias sem precedentes de Patience, diferentemente das de qualquer outro escritor, e (2) o dialeto incomum escolhido por Patience.

Com respeito ao primeiro aspecto, a escrita de Patience fluía espontaneamente, sem correção ou revisão (ou declínio de qualidade) e tão rápida quanto os escriturários poderiam fazer. Isso ocorria até nos casos em que Patience era solicitada a improvisar poemas de acordo com os assuntos escolhidos pelos assistentes ou realizar várias façanhas composicionais (por exemplo, fazer com que cada linha de um poema começasse com uma letra diferente do alfabeto, de A até Z, omitindo X).

Em relação ao segundo aspecto, Patience fez uso extensivo de palavras inglesas pertencentes ao século XVII e, algumas vezes, de alguns séculos anteriores. Algumas palavras do dialeto foram localizadas por eruditos somente depois que apareceram nos manuscritos de Patience Worth.

Além disso, os manuscritos freqüentemente exibiram extraordinariamente uma forte segurança em raízes Anglo-saxões, aparentemente sem precedentes na literatura inglesa, dando aos trabalhos um ritmo e estilo sem igual. Algumas escritas de Patience eram implacavelmente mais arcaicas que outras, mas até sua escrita mais moderna tinha uma curiosa e sólida qualidade distintiva ao longo de todos os seus trabalhos.

Isto posto, cumpre notar que, do ponto de vista dos fenômenos de xenoglossia, o caso de Patience Worth deve considerar-se dos mais importantes, dos mais incontestáveis, dos mais concludentes da categoria respectiva, tendo-se em vista que não se trata aí de simples frases, ou de poucas páginas ditadas por um médium em língua dele ignorada, mas de dois grossos volumes que formam um total de 600 páginas, sem considerar que a mesma entidade espiritual, quando conversa com os experimentadores, se exprime invariavelmente no seu dialeto pátrio, de há três séculos.

Repito, pois, que mais não se poderia desejar, quanto a exemplos que provem de modo resolutivo que os fenômenos de xenoglossia existem e, por conseqüência, que aos metapsiquistas já não é lícito eximirem-se de lhes discutir o imenso alcance teórico, entrincheirando-se no invalidado pressuposto de ainda ser duvidosa a existência deles.

Ernesto Bozzano

Fontes: Projeto Allan Kardec (Coleção de Manuscritos de Allan Kardec)  

Fontes: Centre Spirite Chico Xavier (Bibliothèque Spirite Allan Kardec)


Mais adiante, ainda em Litvag (p. 74), lemos Reedy caracterizar alguns versos de Patience como dotados de "qualidade bíblica". (29) E acrescenta: o texto a que se refere, realmente faz lembrar a linguagem usada no século 17, porém, "com freqüência, ainda mais simples e sem quaisquer derivados franceses ou latinos".

(29) - Sabe-se da excelente qualidade lingüística da muito elogiada tradução ela Bíblia encomendada pelo rei James VI, filho de Mary Stuart e sucessor de Elizabeth I.

Os escritos de Patience Worth, contudo, não estavam ‘inocentes’ apenas dessas duas línguas, mas também de influências normandas, italianas, espanholas, dinamarquesas e de outras, como se lê mais adiante. E sem gírias ou concessões aos modernismos.

Não há nesses textos - assegura-nos W. W. Skeat (apud Litvag) "nenhuma Invasão ocasional de termos usados na conversação contemporânea", ou seja, a do início do século 20.

Ernesto Bozzano / Hermínio C. Miranda "O Mistério de Patience Worth"

"A mediunidade é uma coisa sagrada, que deve ser praticada santamente, religiosamente. E se há uma espécie de mediunidade que requer esta condição de maneira ainda mais absoluta, é a mediunidade curadora.

O médico oferece o resultado dos seus estudos, feitos ao peso de sacrifícios geralmente penosos; o magnetizador, o seu próprio fluído, e freqüentemente a sua própria saúde: eles podem estipular um preço para isso. O médium curador transmite o fluído salutar dos bons Espíritos, e não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os Apóstolos, embora pobres, não cobravam as curas que operavam.

Que aquele, pois, que não tem do que viver, procure outros recursos que não os da mediunidade; e que não lhe consagre, se necessário, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os Espíritos levarão em conta o seu devotamento e os seus sacrifícios, enquanto se afastarão dos que pretendem fazer da mediunidade um meio de subir na vida."

Allan Kardec "O Evangelho Segundo O Espiritismo"

 

RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD

 

Allan Kardec - O Livro dos Médiuns (Obra de Allan Kardec "O Livro dos Médiuns" - Parte II - Médiuns Especiais - Cap. XVI)

 

Ernesto Bozzano - Hermínio C. Miranda - O Mistério de Patience Worth PDF

 

RELAÇÃO DE OBRAS

EM OUTROS IDIOMAS

 

  Patience Worth - Sorry Tale (1917) (Eng.)

 

  Patience Worth - Light from Beyond (1923) (En)

 

Baixar todos as obras da médium Patience Worth