FELIPE SENILLOSA
Excelsior - Cristianismo e Progresso
Nós somos vermes.
Nascido para formar a borboleta angelical.
Dante Alighieri
Original em espanhol, de 1897
Felipe Bonifácio Senillosa
Excelsior - Cristianismo y Progreso
OBRA RARA TRADUZIDA
Tradução: Teresa da Espanha
Compilação: Salvador Martín
Revisão e Formatação: Irmãos W. e Ery Lopes
Versão digitalizada:
© 2020
Distribuição gratuita:
Portal Luz Espírita
Autores Espíritas Clássicos
Introdução:
Chegamos a um período de progresso em que a ciência e a observação são a base exclusiva das investigações da verdade.
À medida que as névoas se dissipam, a humanidade sente-se impelida a olhar bem à sua frente, para reconhecer o que a luz consegue, pouco a pouco, destacar.
No que é visto, acredita-se; e no que ainda está velado ou confuso, ainda não se acredita, mas investiga-se para descobrir o que é.
Certamente não é possível determinar a priori tudo o que ainda resta por conhecer e, portanto, o homem não deve mais admitir o imaginário, o metafísico, como verdade comprovada, porque isto fica reservado à ciência.
Luz, mais luz! Este é o supremo anseio. Luz para descobrir o que as trevas ocultam; luz que, projetando seus raios o mais longe possível, ilumine horizontes desconhecidos.
Todas as hipóteses podem ser admitidas, mas o sábio considera seu dever submetê-las todas à análise, para aceitar as realmente eficazes e descartar as errôneas ou falsas. É melhor não acreditar em nada do que acreditar cegamente. A fé não se fundamenta mais no absurdo "quia absurdum credo", mas baseia-se no fato, real e constatado.
A razão por si só não é suficiente, porque a razão é limitada e individualmente desigual. O positivismo é a base da verdade: quando é insuficiente para torná-la conhecida, ele nos salva de cair no erro.
Se deduzirmos a doutrina, ou a consequência lógica, dos fenômenos revelados pela experiência não correremos o risco de criar uma filosofia que forme uma escola apenas para um número limitado de adeptos, mas chegaremos, lentamente porém de maneira segura, à filosofia universal.
História e ciência constituem os laços que unem o passado ao futuro; o presente é um efeito de causas anteriores, e é causa, ao mesmo tempo, de efeitos futuros.
Não apresentamos hipóteses, não propomos problemas; simplesmente contamos fatos reais e neles baseamos nossas observações: não pretendemos ensinar nada, absolutamente nada novo, mas o que apresentaremos será bem definido e trará o selo da verdade. Nosso único motivo é contribuir para o progresso dissipando, na medida de nossas forças, o erro que o obstaculiza.
História e ciência, eis os nossos guias. A realidade é evidenciada por fatos e não por dissertações fúteis. Apresentamos cenas passadas, analisamos fatos atuais, deduzimos efeitos lógicos de causas evidentes.
A verdade brilha mais pura à medida que os séculos passam, porque no tempo está o progresso e o progresso é luz e a luz é verdade.
Não pretendemos ser sábios, nem ansiamos por renome ou glória. Também não é nossa mente fazer literatura; publicamos com simplicidade e com sã intenção o resultado de nossos estudos, levados a uma área em que a atenção humana deve necessariamente estar concentrada, para acompanhar sua evolução progressiva.
Não escrevemos para simples diversão do leitor, porque no momento crítico que a humanidade atravessa, é necessário falar claramente, e faremos isso sem nos preocuparmos daqueles que possam desconhecer os motivos leais que guiam nossa pena.
Nós amamos os homens, nossos irmãos; damos a eles o que podemos dar de boa fé e com base em fatos históricos e científicos; desejamos cumprir o dever que a lei da solidariedade nos impõe.
Avante! A meta ainda está longe, muito longe, mas vamos caminhando em direção a ela, e para irmos mais leves, tentemos nos livrar da bagagem inútil e prejudicial de superstições absurdas e crenças infundadas.
Apresentamos ao leitor os eventos mais culminantes do passado, para deduzir da filosofia da história o que no futuro nos espera.
Estudamos as religiões, as comparamos e descobrimos que todas elas têm um fundo de verdade, mais ou menos desfigurado, de acordo com o relativo atraso dos povos.
Demonstramos que tudo revela que o progresso não se detém e é feito tanto no material quanto no intelectual e moral.
Demonstramos que o conceito que envolve a palavra "incognoscível" não tem razão de ser e que os fenômenos considerados sobrenaturais já vão ficando sujeitos a pesquisas científicas.
Demonstramos, por último, que a ciência, até recentemente materialista, nos levará ao espiritismo, fundando assim a religião do futuro, cuja moralidade não pode ser outra além do cristianismo.
E o cristianismo é a expressão mais pura da democracia.
Felipe Senillosa
Buenos Aires, Maio de 1897
Fontes: Luz Espírita - Espiritismo em Movimento
Fontes: Curso Espírita (Biografia completa de Felipe Senillosa)
A ciência não tem conseguido explicar a quais leis os fenômenos observados obedecem, mas, com a comprovação dos mesmos, chegou a demonstrar a racionalidade das hipóteses baseadas apenas na fé.
A esfinge inabalável continua a aguardar desde os séculos mais remotos a solução do enigma eterno do princípio e fim da vida.
Nesse mistério, a sabedoria divina é revelada. No cume do progresso está a solução do enigma; mas o homem nunca a alcançará porque ela é o próprio princípio das coisas, é o ser dos seres: Deus!
O homem nunca chegará ao cume, é verdade; mas eternamente correndo atrás dele, sempre adquirirá maior conhecimento e descobrirá amanhã as verdades ignoradas ontem, encaminhando-se assim à perfeição.
Vimos, portanto, que o homem possui fluidos, modificação dos elétricos, que em certas ocasiões podem ser exteriorizados, conservando a forma do corpo, chegando assim a constituir um duplo do mesmo.
Esse duplo formado por uma força que não depende nem dos músculos, nem dos nervos, e que seria, por assim dizer, o invólucro da alma, pode separar-se do corpo material e seguir o espírito com a velocidade do pensamento. Seus efeitos físicos e sua forma foram constatados cientificamente.
Está comprovada a possibilidade das aparições após a morte, dos heróis ou dos santos, cantadas pelos poetas ou referidas pelos cronistas religiosos; também está provado que essas crenças, em toda época, têm sido comuns a todos os povos.
Para todos aqueles que consideram impossível o que não conseguem entender, aos esprits forts, que zombam de tradições, lendas e histórias; que continuam negando crédito à existência real de duplos, fantasmas, aparições e materializações de pessoas falecidas, como coisas boas para tolos e que não merecem ser seriamente levadas em consideração por um homem de ciência ou bom senso, apenas uma única coisa nos permitimos fazer observar, e o faremos repetindo as palavras imorredouras que foram pronunciadas por Sir William Crookes: "Eu não digo que isto é possível; digo que isto é"
Felipe Senillosa - Excelsior - Cristianismo e Progresso
A lei, que apesar das diferenças de tempo, raça e lugar, nunca foi alterada; a lei, que dirigiu o desenvolvimento da humanidade ao longo dos séculos, é inalterável, universal e eterna.
O indivíduo, com seu aprimoramento, contribui para o aperfeiçoamento da sociedade, e esta, por sua vez, o influencia, ocorrendo assim que no incessante desejo de bem-estar e civilização, a coletividade continua sua marcha ascendente em direção à perfeição, pela trilha que traçara a bondade suprema.
Seguindo essa lei, a ciência irá a cada dia descobrindo ou constatando novas verdades, que facilitarão ao homem novas bases sobre as quais fundar um avanço moral, mais em harmonia com seu progresso intelectual.
O anátema do sacerdote, o ferro do carrasco, a zombaria do inconsciente vulgar, nunca prevaleceram contra a evidência da verdade, acabando sempre por triunfar a ideia nobre e grande, ou por realizar-se e efetuar-se a invenção ou a descoberta útil e científica.
Infelizmente, não raro a religião se
tornou, por obra e culpa do sacerdócio, uma fonte de erros e ódios, impedimento
para o progresso e inimiga da luz; daí a decadência da fé, que teria se perdido
por completo se não restasse à humanidade a ciência e a livre pesquisa que,
temos certeza, a reconduzirão ao espiritismo pelo caminho da verdade.
Felipe Senillosa - Excelsior - Cristianismo e Progresso
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Felipe Senillosa - Excelsior - Cristianismo e Progresso (Obra traduzida)
Felipe Senillosa - Excelsior – Cristianismo y Progreso (1897) (Esp.)
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