JOSÉ PASSINI

O GRANDE BALUARTE DO ESPIRITISMO

O GRANDE ESTUDIOSO DAS OBRAS CODIFICADAS POR ALLAN KARDEC

O GRANDE COMBATENTE DA CAUSA ESPÍRITA

na luta contra as MISTIFICAÇÕES ESPÍRITAS

(1926 - 2023)

 

LIVROS ESPÍRITAS

DE JOSÉ PASSINI

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JOSE PASSINI

APONTAMENTOS ESPÍRITAS

 

JOSE PASSINI

APONTAMENTOS ESPÍRITAS

Biografia de José Passini:

José Passini era natural de Nova Itapirema, interior de São Paulo, mas reside há vários anos na cidade mineira de Juiz de Fora. Espírita desde a infância, Passini considera a Doutrina codificada por Kardec como uma bússola em sua vida, assim como ele mesmo diz. Segundo ele, o Espiritismo pode ser comparado a um farol que ilumina seus caminhos. “Ele me faz assumir, cada vez mais, a minha condição de espírito imortal, temporariamente encarnado, isto é, conscientizando-me da minha cidadania espiritual.”

Dirigiu a AME de Juiz de Fora, e da Revista O Médium. Esperantista conhecido internacionalmente, Passini foi reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora. Doutor em Linguística, seu extenso currículo revela a ocupação de diversos cargos em casas espíritas. Atualmente ele faz parte da equipe do programa Opinião Espírita (rádio e TV) e do Departamento de Evangelização da Criança da Aliança Municipal Espírita de Juiz de Fora.

Fonte: Luz Na Mente

01 Artigo Espírita Publicado Por José Passini:

 A Nova Literatura Mediúnica

“E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.”
Paulo (I Co, 14: 29)

As palavras de Paulo – inegavelmente a maior autoridade em assuntos mediúnicos dos tempos apostólicos – deveriam servir de alerta àqueles que têm a responsabilidade da publicação de obras de origem mediúnica.

A literatura mediúnica tem aumentado de maneira assustadora. Diariamente, aparecem novos médiuns, novos livros, alguns bem redigidos, se observados quanto ao aspecto gramatical, mas de conteúdo duvidoso se analisadas as revelações fantasiosas que iludem muitos novatos, ainda sem conhecimento doutrinário que lhes possibilite um exame criterioso daquilo que leem.

Muitos desses livros se originam de Espíritos ardilosos que, de maneira sutil, se lançam no meio espírita como arautos de novas revelações capazes de encantarem leitores menos preparados, aqueles sem um lastro de conhecimento doutrinário que lhes possibilite um exame lúcido, capaz de os levar a conclusões esclarecedoras.

Muitas pessoas que conheceram recentemente a Doutrina, antes de estudarem Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne e outros autores conceituados; antes de lerem as obras de médiuns como Fran-cisco Cândido Xavier, Yvonne A. Pereira, Divaldo Franco, José Raul Teixeira, estão se deparando com obras fantasiosas, escritas em linguagem vulgar, contendo o que pretendem seus autores – encarnados e desencarnados – sejam novas revelações.

Bezerra de Menezes, Emmanuel, André Luiz, Meimei, Manoel Philomeno de Miranda, Joanna de Ângelis e tantos outros Espíritos se tornaram conhecidos e respeitados pelo conteúdo sério, objetivo, seguro, esclarecedor de suas obras, sempre redigidas em linguagem nobre. Esses Espíritos conquistaram, pouco a pouco, o respeito, a credibilidade e a admiração do público espírita pelo conteúdo de seus escritos, na forma de mensagens ou de livros, publicados espaçadamente, como que dando tempo a um estudo sereno e criterioso do seu conteúdo.

Nos dias que correm, infelizmente, o quadro se modificou. Muitos médiuns, valendo-se de nomes já conhecidos pelo valor de suas obras, tentam impor-se aos leitores espíritas, não pelo valor das mensagens em si, mas escorados em nomes respeitáveis.

Sabendo-se que nomes pouco importam aos Espíritos esclarecidos, é de se perguntar por que os benfeitores que se notabilizaram através de Francisco Cândido Xavier haveriam de continuar usando seus nomes em mensagens transmitidas através de outros médiuns?

Se o importante é servir à causa do Bem, por que essa continuidade na identificação, tão pessoal, tão terrena? Não seria mais consentâneo com a impessoalidade do trabalho dos Servidores do Bem deixar que o valor intrínseco da mensagem se revele, sem estar escorado num nome conhecido? Por que não deixar que a mensagem se imponha pelo valor de seu conteúdo? Por que escudar-se em nomes respeitáveis, quando o texto não resiste a uma comparação, até mesmo superficial, de conteúdo e, às vezes, até mesmo de forma?

Por que essa ânsia insofreável de publicar tudo o que se recebe – ou que se imagina ter recebido – dos Espíritos? Onde o critério, a sobriedade tantas vezes recomendada na obra de Kardec? Será que o público espírita já leu, estudou, analisou, entendeu toda a produção mediúnica produzida até agora?

Ao dizer isso não se está afirmando que a fase de produção mediúnica está encerrada. Sabe-se que a Doutrina é dinâmica, que a revelação é progressiva. Progressiva, e não regressiva, pois há obras que estão muito abaixo daquilo que se publicou até hoje, para não dizer que há aquelas que nunca deveriam estar sendo publicadas.

Infelizmente, os periódicos espíritas, de modo geral, não publicam análises dessas obras que es-tão sendo comercializadas, ostentando indevidamente o nome da Doutrina.
Impera, no meio espírita, um sentimento de falsa caridade, um pieguismo mesmo, que impede se analise uma obra diante do público. Essas atitudes é que encorajam médiuns ávidos de notoriedade à publicação dessa verdadeira avalancha de obras, que vão desde aquelas discutíveis a outras verdadeiramente reprováveis.

Nesse particular, é justo se chame a atenção dos dirigentes de núcleos espíritas, sejam centros, sejam livrarias, a fim de que avaliem a responsabilidade que lhes cabe quanto ao que é dado a público em nome do Espiritismo.

O dirigente – ou o grupo responsável pela direção de uma casa espírita – responderá perante o Alto, sem a menor dúvida, pela fidelidade aos princípios doutrinários de tudo o que se divulga em nome do Espiritismo, seja na exposição oral, num livro ou simplesmente num folheto. O mesmo se diga relativamente àqueles responsáveis pelas associações intituladas “clube do livro”.

José Passini
02 Artigo Espírita Publicado Por José Passini:

A FAMÍLIA

Estudos científicos, ao longo do tempo, vêm comprovando revelações feitas pelos Espíritos Superiores com os quais Allan Kardec dialogou na elaboração de “O Livro dos Espíritos”. Dentre essas comprovações está a da resposta dada pelos Espíritos em relação à família, que era tida por alguns intelectuais como resultado de um costume social e não uma obediência a uma lei da Natureza. Esse posicionamento levou o Codificador ao seguinte diálogo com os Espíritos:
Por que é que, entre os animais, os pais e os filhos deixam de reconhecer-se, desde que estes não mais precisam de cuidados?

Os animais vivem vida material e não vida moral. A ternura da mãe pelos filhos tem por princípio o instinto de conservação dos seres que ela deu à luz. Logo que esses seres podem cuidar de si mesmos, está ela com a sua tarefa concluída; nada mais lhe exige a Natureza. Por isso é que os abandona, a fim de se ocupar com os recém vindos. (773).

Note-se que Kardec faz essa pergunta apenas para embasar a seguinte:

Há pessoas que, do fato de os animais ao cabo de certo tempo abandonarem suas crias, deduzem não serem os laços de família, entre os homens, mais do que resultado dos costumes sociais e não efeito de uma lei da Natureza. Que devemos pensar a esse respeito?

A resposta dos Espíritos é clara e conclusiva:

Há no homem alguma coisa mais, além das necessidades físicas: há a necessidade de progredir. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis porque os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos. (774).

Ainda, no item 775, para reforçar, Kardec pergunta: Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família? Ao que os Espíritos respondem: Uma recrudescência do egoísmo.

Essa programação divina para a organização familiar já se constata no chimpanzé, conforme relato de Roger Fouts, pesquisador norte-americano, que, embora não faça a menor alusão à Teoria da Evolução, intitulou seu trabalho com chimpanzés, elaborado em mais de trinta anos de pesquisa, “O Parente mais Próximo”.1 É realmente impressionante o modo pelo qual ele se refere a esses animais, nos quais vê e respeita como um esboço avançado de um ser humano. Criou uma chimpanzé desde pequenina, ensinou-lhe a linguagem humana de sinais, nunca lhe dirigindo a palavra em língua humana, no caso, o Inglês. Ela, por sua vez, comunicava-se com seu filho através da linguagem humana de sinais, ensinada por ela própria.

Como trabalhara sempre com animais nascidos nos Estados Unidos, esse pesquisador foi ao habitat natural dos chimpanzés a fim de verificar-lhes o comportamento fora do cativeiro. Lá, ele constatou que a mãe amamenta o filho até aproximadamente os quatro anos. Nesse período ela não engravida. Depois de desmamar, durante a nova gravidez, ela conserva o filho em sua companhia, e essa proteção se estende até os dez anos. Portanto, uma mãe chimpanzé quase sempre tem, sob a sua guarda, três filhos. O jovem chimpanzé só se liberta da autoridade da mãe aos dez anos aproximadamente.

A Ciência tem demonstrado que o chimpanzé é o ser que mais se aproxima da espécie humana, e o Espiritismo ensina que a entidade espiritual que anima aquele corpo peludo, no futuro estará animando uma forma humana. Diante disso conclui-se que aquele esboço de família vivido pela mãe chimpanzé e seus filhos faz parte de uma programação divina que fará com que esses seres, ao atingirem a condição humana, já tenham uma programação para a vida familiar.

Como se pode deduzir claramente, mais uma vez, a Ciência comprova o que foi dito na Codificação Espírita: A organização da família decorre de um determinismo divino, de efeito permanente, e não de um simples costume social.

A base da família é o casamento, e, por assim entender, é que Kardec trata do assunto em duas partes de “O Livro dos Espíritos”: “Casamento e Celibato” e “Lei de Sociedade”, quando faz a seguinte pergunta aos Espíritos: Que efeito teria para a sociedade a abolição do casamento? E a resposta dos Espíritos foi clara: Seria uma regressão à vida dos animais. (775). Num judicioso comentário, o Codificador reforça a imprescindibilidade da vida familiar:

O estado de natureza é o da união livre dos sexos. O casamento constitui um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e se observa entre todos os povos, se bem que em condições diversas. A abolição do casamento seria, pois, regredir à infância da Humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de certos animais que lhe dão exemplo de uniões constantes. (696).

Na conceituação do Codificador e dos Espíritos que lhe responderam as perguntas, o casamento, como base da vida familiar, está muito acima de qualquer bênção religiosa ou da assinatura de algum documento diante de uma autoridade civil. Trata-se de uma sociedade conjugal, estabelecida pelo próprio casal, num plano eminentemente moral, ético. É compromisso sagrado, que leva um a ver no outro o próximo mais próximo.

À medida que o tempo passa, mais se evidencia o avanço do pensamento do Codificador em relação aos seus contemporâneos, pois o casamento tem perdido, ao longo dos anos, o caráter de ato social, religioso, passando a ser conceituado e respeitado como ato pessoal, íntimo. Atualmente, um casal se impõe perante a sociedade como legitimamente constituído, não mais por ter sido o seu compromisso matrimonial assumido num templo, sob bênçãos sacerdotais, ou até mesmo num cartório, mas sim pelo ambiente de respeito e seriedade em que ambos vivenciam a união.

Além do mais, quem é que dá a um homem o direito de estabelecer esse vínculo sagrado entre duas pessoas, e de dizer, ao final da cerimônia: “O que Deus uniu, o homem não separe.”? Casamento, portanto, não depende de nada exterior, de nenhuma ação alheia à vontade dos dois. As duas criaturas se casam, pois ninguém tem o poder de estabelecer vínculos entre elas. Na gramática, aprende-se que o verbo casar pode, entre outros regimes, ser transitivo direto, mas filosoficamente essa classificação é falsa. Poder-se-ia dizer que o verbo é recíproco, pelo fato de as pessoas se casarem, sem a interveniência de ninguém.

Nem o Juiz de Paz promove o casamento. Essa Autoridade apenas registra nos anais da sociedade, para os efeitos legais, o casamento que é diante dela declarado.

Com esse entendimento, conclui-se que o casal espírita apresenta-se diante da autoridade civil apenas para declarar o seu casamento, solicitando seja ele registrado para os efeitos legais, e não para receber qualquer tipo de legitimação. A legitimidade do casamento é dada pelo grau de responsabilidade e de amor que presidiu a formação do casal, que deseja constituir uma família.

Quanto mais espiritualizado o par, mais o casamento transcende os limites da vida material, atingindo níveis de consciência espiritual, o que leva naturalmente ao desejo de uma comunhão com o Alto, através de uma prece, no momento em que formaliza, perante a sociedade, essa declaração tão importante. Essa prece poderá ser proferida por um ou por ambos os nubentes, ou por pessoa afetivamente ligada a eles, pois só o amor pode legitimar a condição de alguém, na condição de suplicante, para rogar bênçãos do Alto sobre uma nova família que se forma na Terra.

“O Parente Mais Próximo”, Roger Fouts, Editora Objetiva Ltda., 1998.

José Passini

03 Artigo Espírita Publicado Por José Passini:

Trabalho na Terra e no Mundo Espiritual

Há algum tempo – tanto em artigos da autoria de encarnados, divulgados pela internet, quanto em algumas obras mediúnicas – teem sido notadas acusações contra a exigência da parte de dirigentes espíritas relativamente a médiuns e outros trabalhadores da seara. Será que está havendo um excesso de severidade, ou será que os reclamantes, encarnados e desencarnados, são indisciplinados e querem generalizar sua maneira de ser?

Nós, espíritas, estamos bem informados a respeito da continuidade da vida, que significa também continuidade da nossa maneira de pensar, de falar e de agir. Tendo essa certeza, é natural que nós, trabalhadores da seara espírita, esperemos ser admitidos em alguma tarefa, depois da inexorável viagem de volta ao Mundo Espiritual. Muito justo acalentemos doces esperanças de cooperação ativa no Mundo Maior, diante dos relatos de Benfeitores que nos mostram atividades constantes e nobres exemplos de dedicação ao Bem. Entretanto, devemos meditar profundamente sobre a qualificação exigida dos trabalhadores no Além.

Aqui na Crosta, em nome da fraternidade, da tolerância, ou mesmo por pieguice, são aceitos até cooperadores com pouca noção de responsabilidade, muitos dos quais não têm coragem suficiente para abandonar de vez as tarefas assumidas, mas também não a têm para se esforçarem, no sentido de se capacitarem a fim de darem melhor conta delas.

No livro “Nosso Lar”, podemos ver algumas situações vivenciadas por André Luiz, quando candidatou-se ao trabalho. Quem observar atentamente as suas experiências verificará que não basta apenas querer participar de alguma atividade no Mundo Espiritual, pois além do conhecimento específico da tarefa em que pretenda colaborar, o Espírito deve ter profunda consciência da necessidade de vivenciar os ensinamentos do Evangelho, através do esforço no cultivo da humildade, da benevolência, da tolerância e da disciplina.

Pode-se ter idéia dos requisitos necessários à integração em equipes espirituais que operam tanto no Espaço quanto na Terra, observando-se algumas instruções do Espírito Aniceto a André Luiz, que se candidatava à participação em sua equipe, em trabalho a ser efetivado na Terra, conforme se lê no livro “Os Mensageiros”. Aniceto, o instrutor espiritual, revela-se, ao longo da obra, Espírito que alia bondade imensa a conhecimento profundo. Trata-se de verdadeiro modelo de virtudes, entre as quais se destaca a disciplina, tanto para si, quanto para aqueles que trabalham com ele.

Aqui na Terra, se chefiando alguma equipe na seara espírita, por certo encontra-ria forte resistência entre alguns trabalhadores, que o julgariam excessivamente exigente. André Luiz registra, nos capítulos 2 e 3 da obra citada, algumas recomendações dele aos candidatos:

Nosso serviço é variado e rigoroso. O departamento de trabalho, afeto à nossa responsabilidade, aceita somente os cooperadores interessados na descoberta da felicidade de servir. Comprometemo-nos, mutuamente, a calar toda espécie de reclamação. Ninguém exige expressão nominal nas obras úteis realizadas, e todos respondem por qualquer erro cometido. Achamo-nos, aqui, num curso de extinção das velhas vaidades pessoais, trazidas do mundo carnal.

Dentro do mecanismo hierárquico de nossas obrigações, interessamo-nos tão somente pelo bem divino. Consideramos que toda possibilidade construtiva vem de nosso Pai e esta convicção nos auxilia a esquecer as exigências descabidas de nossa personalidade inferior.

Mais adiante, Tobias comenta a função do Centro de Mensageiros:

Este serviço é a cópia de quantos se vêm fazendo nas mais diversas cidades espirituais dos planos superiores. Preparam-se aqui numerosos companheiros para a difusão de esperanças e consolos, instruções e avisos, nos diversos setores da evolução planetária. Não me refiro tão só a emissários invisíveis. Organizamos turmas compactas de aprendizes para a reencarnação. Médiuns e doutrinadores saem daqui às centenas, anualmente. Tarefeiros do conforto espiritual encaminham-se para os círculos carnais, em quantidade considerável, habilitados pelo nosso Centro de Mensageiros.

Diante do que diz Tobias, não seria prudente examinarmos a possibilidade de termos sido preparados, antes da nossa vinda, para alguma tarefa relacionada à difusão do Espiritismo? Não seria, por certo, a consulta a um médium o meio de nos certificarmos se temos algum compromisso firmado antes da nossa atual encarnação. Bastaria que observássemos quais as oportunidades de trabalho que nos são oferecidas, buscando na oração a lucidez necessária para nos esclarecermos, mesmo porque, as referências aos que fogem dos compromissos são preocupantes:

Saem milhares de mensageiros aptos para o serviço, mas são muito raros os que triunfam. Alguns conseguem execução parcial da tarefa, outros fracassam de todo. O serviço legítimo não é fantasia. É esforço sem o qual a obra não pode aparecer nem prevalecer.

Como ilustração, na obra citada, nos capítulos de 7 a 12, lê-se o relato de vá-rios Espíritos que, embora bem preparados antes da encarnação, falharam no desempenho das tarefas a que se propuseram, talvez porque não tenham tido, na Terra, os alertamentos que temos agora! Aqui na Terra, são frequentes as reclamações quanto às exigências de um trabalhador guindado à posição de dirigente de um grupo de trabalho.

Ao solicitar aos companheiros observância de horário, assiduidade, seriedade na execução da tarefa, quantas vezes recebe demonstrações de desagrado, não raro via comentários descaridosos? Aniceto, se encarnado, dificilmente escaparia de ser tachado de “mandão”, ao expressar-se assim:

Esclareça ao novo candidato os nossos regulamentos e venham juntos para as instruções após o meio-dia.

André Luiz, que já assimilara as normas de trabalho, pondera:

Notei que o trabalho no Posto se desenvolvia em ambiente da mais bela camaradagem, não obstante o respeito natural às noções de hierarquia. (cap. 3)

Ainda no livro “Os Mensageiros”, lê-se, no cap. 39, uma lição ilustrativa da obediência à hierarquia e uma cobrança do fiel cumprimento da orientação recebida, quando o responsável pela guarda de determinado setor de trabalho espiritual, aqui na Terra, dirige-se a dois trabalhadores que deixaram de seguir as instruções recebidas, admoestando-os: “Vieira, recomendo a você e ao Hildegardo a melhor observância do nosso critério doutrinário.” Vieira e o colega fizeram-se palidíssimos, não respondendo palavra. Diante da reprimenda, reconhecendo que agiram equivocadamente, Vieira comentou com André Luiz: “Recebemos uma admoestação justa.” Seria fácil encontrarmos, aqui na Terra, no meio espírita, colaboradores desse nível de responsabilidade?

No cap. 41, da obra já citada, vemos o chefe de uma equipe de guardas inquirindo um servidor espiritual sobre um acidente ocorrido no trecho de estrada sob sua vigilância: “Glicério, como permitiu semelhante acontecimento? Este trecho da estrada está sob sua responsabilidade direta.” O servidor do caminho esclareceu, respeitosa e tranquilamente, os motivos do acidente, lembrando, ainda, que o ferido era um pobre chefe de família, numa demonstração de bondade, que é um dos requisitos principais para se trabalhar no Mundo Espiritual. Depreende-se do relato, que o trabalhador no Mundo Espiritual, além do conhecimento específico para o desempenho de suas tarefas, tem de apresentar um esforço consciente da aplicação dos postulados do Evangelho.

No tocante à pontualidade, na obra “Nos Domínios da Mediunidade”, no cap. 5, chama-nos a atenção o seu início: Faltavam apenas dois minutos para as vinte horas, quando o dirigente espiritual mais responsável deu entrada no pequeno recinto. É de se notar que não há registro de atrasos, de esquecimentos...

Infelizmente, apesar dos alertamentos que o espírita recebe através da literatura mediúnica, principalmente de André Luiz, ainda vemos pouca noção de responsabilidade diante das tarefas atribuídas a trabalhadores encarnados quanto à assiduidade, pontualidade, disciplina.

Diante do que acabamos de ver, ao ser-nos atribuída uma tarefa, na casa espírita que frequentamos, devemos sentir-nos na posse de belíssima oportunidade de começarmos, desde já, porta a dentro da nossa própria individualidade, um esforço de adequação à disciplina e ao devotamento exigidos dos trabalhadores do Mundo Espiritual, conforme se vê nas obras de André Luiz.

Assim, animados desse entendimento da necessidade de reforma íntima, aproveitemos as oportunidades de trabalho que nos são oferecidas aqui na Terra, onde as exigências são menores. O esforço no sentido de nos adequarmos, desde já, aos requisitos exigidos dos trabalhadores do Mundo Espiritual nos capacitará a integrar equipes de Benfeitores Espirituais que operam durante as horas de sono físico dos encarnados, conforme nos revela André Luiz, no livro “Missionários da Luz”, capítulo 8.

E, diante do valor e do alcance da tarefa de evangelização da criança, não é difícil imaginar que haja equipes de estudo e aprimoramento específico também para aqueles que nela colaboram.

Integrados nessas tarefas espirituais noturnas desde agora, teremos maiores chances de nelas permanecermos, ou de sermos admitidos noutras, tão logo desencarnemos. Caso contrário, teremos – na melhor das hipóteses – longo período de reeducação espiritual, antes de sermos admitidos no trabalho efetivo sob a égide de Jesus.

José Passini
 

Fontes: Canal Espírita Jorge Hessen (Palestras Espíritas de José Passini)

Fontes: José Passini - Crítica Literária Espírita

Fontes: EVOC - Editora Virtual O Consolador

O Espiritismo pode ser comparado a um farol que ilumina seus caminhos.

"Ele me faz assumir, cada vez mais, a minha condição de espírito imortal, temporariamente encarnado, isto é, conscientizando-me da minha cidadania espiritual."

José Passini "Os Baluartes do Espiritismo no Brasil"

Vítor Meunier, redator do jornal Le Rappel, seção científica, contemporâneo de Allan Kardec, escreveu que "O Espiritismo cresce em abundância como uma floresta, sobre as ruínas do materialismo agonizante."

 

RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD

Entrevista com José Passini ao Site Autores Espíritas Clássicos

 

José Passini - Apontamentos Espíritas (Obras Espíritas)

 

José Passini - Livros que, propositadamente ou não, denigrem o Espiritismo (Obras Espíritas)

 

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RELAÇÃO DE PALESTRAS ESPÍRITAS

 

José Passini - Analise de Literatura Mediúnica (1ª Parte)

 

José Passini - Analise de Literatura Mediúnica (2ª Parte)

 

José Passini - A Imortalidade da Alma

 

José Passini - Conversando com os Espíritas