AMÁLIA DOMINGO SOLER

A MÉDIUM PSICÓGRAFA

A GRANDE MÉDIUM MECÂNICA

A GRANDE POETISA DO ESPIRITISMO

(1835 - 1909)

 

Médium Psicógrafo (o grego psiké, borboleta, alma, e - graphô, escrevo.) Médium que escreve sob a ação de um espírito.

85. Quais são as diversas modalidades de médiuns psicógrafos?

Sem considerar aqui a categoria dos médiuns inspirados, que é uma variedade da mediunidade intuitiva, os médiuns psicógrafos podem ser mecânicos, intuitivos ou semimecânicos.

O que caracteriza o médium mecânico é o fato de o Espírito agir diretamente sobre sua mão, completamente independente da vontade do médium. A mão escreve sem interrupção e só pára quando o Espírito termina a comunicação. O médium mecânico não tem a menor consciência do que escreve: é isso que deu origem ao nome da faculdade – mediunidade mecânica ou passiva. Esta modalidade é preciosa, visto que não deixa dúvidas sobre a independência do pensamento de quem escreve.

Biografia de Amália Domingo Soler:

Nascida a 10 de novembro de 1835, da cidade de Sevilha, Espanha, e desencarnada a 29 de abril de 1909.

Foi figura de grande destaque no seio do Espiritismo espanhol, tendo a sua fama ultrapassado mesmo as fronteiras da península ibérica, para atingir os países americanos de fala castelhana. No Brasil ela tornou-se muito conhecida pela sua obra "As memórias do Padre Germano", verdadeiro repositório de ensinamentos dos mais vivificantes.

Amália não nasceu num lar risonho e sua vida foi entrecortada de dores físicas e morais, entretanto, ela tudo suportou com estoicismo, pois somente os Espíritos fortes sabem vencer os obstáculos, compreendendo que as tribulações da vida terrena são imperativos da lei divina, impostos aos homens pelas suas transgressões cometidas em vidas pretéritas.

As adversidades que ela deparou pelo caminho nunca constituíram entraves à sua persistente luta, no sentido de projetar os ensinamentos da Doutrina Espírita na Espanha do século passado. Através de sua luta conseguiu também elevar bem alto o conceito da mulher no campo da divulgação.

Com a idade de dez anos, começou a escrever; aos dezoito já dava à publicidade as suas poesias. No propósito de melhor poder difundir os seus escritos, transferiu-se para Madri. Na Capital espanhola, trabalhou de forma tão intensa que ficou completamente cega.

Debalde procurou consolo no seio das religiões tradicionais. Os dogmas não a satisfaziam. Os conceitos da vida no além-túmulo, apregoados por essas religiões, não preenchiam o imenso vácuo que existia em sua alma.

Um dia, porém, através do periódico "El Critério", editado pela Federação Espírita Espanhola, tomou conhecimento do Espiritismo. Dali por diante os seus escritos, que apenas expressavam amargura, passaram a constituir uma fonte de consolação.

Havia compreendido, afinal, que os sofrimentos experimentados nesta vida, são heranças de faltas cometidas em vidas pretéritas, e que, embora muitas pessoas tenham diante de si horizontes sombrios, devem-se compenetrar que Deus é Pai de misericórdia e de amor, sempre pronto a conceder benesses de luz e dar sustentação às almas alquebrantes. Passou Amália a compreender que o Evangelho de Jesus é, na realidade, uma fonte de água viva que jorra para a vida eterna.

Os cognomes de "poetisa das violetas" e "cantora do Espiritismo" lhe foram outorgados, pois o seu nome projetou-se de tal forma que ela se tornou, de direito e de fato, uma das mais apreciadas poetisas de seu tempo.

Animada de profunda fé em Jesus Cristo e nos benfeitores espirituais, conseguiu um dia recobrar a visão. Eis como ela relata esse importante acontecimento de sua vida: "Bela manhã, estando em sua casa sentiu repentinamente doloroso e estranho fenômeno: pareceu-me, disse ela, que toda minha cabeça se tinha enchido de neve, tal o frio intenso que senti na mesma. Prestei atenção e acreditei ouvir esta breve palavra: LUZ... LUZ... LUZ... para a minha alma e para os meus olhos; gritei movida por inexplicável impressão: LUZ necessito, meu Deus.

E sem saber por que, chorei, não com amargura desconsolada, pelo contrário, aquelas lágrimas pareciam que davam vida. Sem dar conta do que fazia, encaminhei-me para um espelho, numa exclamação de júbilo e de assombro indescritível ao ver meus olhos perfeitamente abertos como há muito não os podia ver, pois que sempre os tinha com as pálpebras caídos, o que me impossibilitava de ver.

Havia chegado a hora da minha liberdade? Perguntei em alta voz; julgando que alguém pudesse me responder. Sim, murmurou uma voz longínqua. Louca de contentamento corri para o médico que me disse: Amália, graças a Deus, a partir de amanhã poderás trabalhar, porém, sem excessos.

Podemos afiançar que o trabalho de Amália Domingo Soler no campo da divulgação do Espiritismo, foi de relevante importância, tendo contribuído decididamente para que a Doutrina dos Espíritos passasse a desfrutar de enorme prestígio naquela nação.

Amália foi uma mulher singular. Era um exemplo vivo de firmeza, de fé e de amor, na defesa dos ideais que esposava. Em novembro de 1878, desenvolveu ingente trabalho no sentido de rebater acusações que eram lançadas contra o Espiritismo pelo cura Manterola, na "A Gazeta de Catalunha". Nesse propósito ela escreveu uma série de cinquenta e dois artigos.

Luiz Llach, seu protetor e amigo, propôs-lhe editar uma revista que permitisse o desenvolvimento de um trabalho jornalístico. Nessa época ela enviava colaborações para as publicações "El Critério", de Madri, e "El Buen Sentido", de Lérida. Llach, no entanto, reclamou a sua colaboração em Barcelona, para onde ela se dirigiu carente de recursos e com a vista bastante fraca. Ali ela foi apresentada ao editor Torrents, que se prontificou a financiar uma revista dedicada à mulher espírita, sendo ela convidada a dirigi-la. Surgiu então o periódico "La Luz del Porvenir", no dia 22 de maio de 1879, o qual teve a sua publicação suspensa após a publicação do terceiro número, por ordem das autoridades eclesiásticas, que nesse tempo exerciam o papel de policiamento das publicações religiosas. Estava-se a 5 de junho de 1879.

Essa atitude do clero católico não a intimidou e, no dia 22 de junho do mesmo ano, quando deveria aparecer o 4.° número de "La Luz del Porvenir", ela fez aparecer "O Eco da Verdade", no mesmo formato. Dessa nova publicação saíram quinzenalmente 26 números, até o dia 4 de dezembro, quando foi levantada a punição ao primeiro órgão, o qual voltou então a circular.

Em novembro de 1899 "La Luz del Porvenir" começou a sofrer intermitencias em sua publicação, devido à grande crise que assolou a vida desse famoso periódico. Nem por isso ela esmoreceu e seus escritos eram enviados para o México, Cuba, Itália, Venezuela e Argentina, servindo de material para muitas e importantes publicações editadas naqueles países.

Até o instante de sua desencarnação, sua vida foi assolada por grandes dissabores. O decesso de Luiz Llach fez com que a responsabilidade pelo funcionamento da Sociedade A Boa Nova, pesasse sobre seus frágeis ombros, as convulsões políticas e sociais, que avassalavam sua pátria, incidiam sobre a débil economia com que sustentava sua querida revista. Logo em seguida desencarnou o seu grande colaborador Eudaldo Pagés y Comas — o médium das comunicações das "Memórias do Padre Germano" e do "Perdôo-te". Sentiu-se então desamparada, embora seu Espírito vibrante e amante do trabalho continuasse a manter acesa a chama do seu ideal, fazendo-o até que suas energias se esgotaram por completo, dificultando a manifestação externa de sua grande alma.

Suas produções ultrapassaram a casa de um milheiro e nisso reside a fama inigualável que ela conseguiu amealhar nos seus 73 anos de vida terrena.

Fontes: Personagens do Espiritismo. Antonio de Souza Lucena e Paulo Godoy

Amália Domingo Soler quando iniciou sua militância espírita. Estava com aproximadamente com 37 anos

César Bogo - Amália Domingo Soler a Grã-Senhora do Espiritismo

Amália Domingo Soler com seus amigos em Grácia

César Bogo - Amália Domingo Soler a Grã-Senhora do Espiritismo

Carta de Amália a Isabel de Córdoba que nasceu em Cádiz, porém, casando-se transferiu residência para a Argentina onde teve destacada atuação no movimento espírita

César Bogo - Amália Domingo Soler a Grã-Senhora do Espiritismo

O Periódico sobre o Espiritismo “La Luz Del Provenir”

César Bogo - Amália Domingo Soler a Grã-Senhora do Espiritismo

Gravura da época mostrando o que poderia ser a oficina de impressão de “La Luz Del Provenir”

César Bogo - Amália Domingo Soler a Grã-Senhora do Espiritismo

Miguel Vives y Vives o grande apóstolo do Espiritismo

César Bogo - Amália Domingo Soler a Grã-Senhora do Espiritismo

Cidadela de Barcelona que foi o cenário da queima das obras de Allan Kardec por ordem do Santo Ofício

César Bogo - Amália Domingo Soler a Grã-Senhora do Espiritismo

Gravura da época mostrando a queima das obras de Allan Kardec na cidadela de Barcelona

César Bogo - Amália Domingo Soler a Grã-Senhora do Espiritismo

Uma das últimas fotografias de Amália, muito pouco conhecida. Mostra a grande lutadora com um fisionomia que não concorda com sua vibrante personalidade, em pleno vigor até o último instante de sua vida

César Bogo - Amália Domingo Soler a Grã-Senhora do Espiritismo

Túmulo de Amália Domingo Soler no cemitério de Montjuit localizado ala dos protestantes na cidade de Barcelona

César Bogo - Amália Domingo Soler a Grã-Senhora do Espiritismo

Homenagens dos espíritas brasileiros evitando a palavra “Espiritismo” para não ser arrancada

César Bogo - Amália Domingo Soler a Grã-Senhora do Espiritismo

Fontes: Federación Espírita Española (Obras de Amália Domingo y Soler)

Fontes: Biblioteca Nacional de España (Revista "La Luz Del Porvenir" 1884 - 1888)

"É que Amália é á definição luminosa de uma encruzilhada da História Humana. Mais do que uma bandeira de definições é uma plataforma de princípios para os que se reencarnam como um modelo que o devenir dos anos hão de estereotipar como um modelo a ser seguido."

Dr. Luis Di Cristoforo Postiglioni - Presidente da Federação Espírita Internacional

"Amália é o símbolo do ser predestinado à prova do avatar, que se realiza queimando em si um passado ensangüentado para a própria superação.

O mérito, o indiscutível mérito de Amália, é que sua condição de escritora, se beneficia em uma noção de realidade: seus artigos não profetizam um "amanhã" e nunca envelhecem no "ontem". Sua perenidade resulta da verdade. Ela trata da dor constante do homem, de sua movimentação na condição de homídeo; são proféticos ou rebeldes, grafados em intimismo silencioso ou em gritos de libertação, destacando uma qualidade: A condição humana."

Dr. Luis Di Cristoforo Postiglioni - Presidente da Federação Espírita Internacional
 

RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD

 

Biografia de Amália Domingo Soler (Biografia resumida)

 

César Bogo - Amália Domingo Soler a Grã-Senhora do Espiritismo (Obra biográfica)

 

Amália Domingo Soler - Memórias do Padre Germano (Romance espírita)

 

José Aniorte Alcaráz (Compilador da Revista Luz Del Porvenir) (Obra rara traduzida)

 

Revista La Luz Del Porvenir (1879 - 1934)

 

RELAÇÃO DE OBRAS RARAS EM IDIOMA ESPANHOL

 

Amalia Domingo Soler - Consejos de ultratumba (Esp.)

Amalia Domingo Soler - Cuentos espiritistas (Esp.)

Amalia Domingo Soler - El Espiritismo Refutando los errores del Catolicismo Romano (Esp.)

Amalia Domingo Soler - Hechos que prueban (Esp.)

Autobiografia - Memorias de una mujer (Esp.)

Amalia Domingo Soler - Las Grandes Virtudes (Esp.)

Amalia Domingo Soler - Memórias (Esp)

Amalia Domingo Soler - Te Perdono (Esp.)

Amalia Domingo Soler - Ramos de Violetas (Tomo Primeiro) (Esp)

Amalia Domingo Soler - Ramos de Violetas (Tomo Segundo) (Esp)

Amalia Domingo Soler - Relatos para todos (Esp)

Amalia Domingo Soler - Réplicas (Esp.)

Amalia Domingo Soler - Sus más hermosos escritos (Esp.)

 

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