BARÃO LUIS DE GULDENSTUBBÉ

O GRANDE MÉDIUM PNEUMATÓGRAFO

 MEMBRO HONORÁRIO DA Société Spiritualiste de paris

rue Bouloi, 21, Paris

fundada POR Z. J. PIÉRART

(1820 - 1873)

 

Pneumatografia - (Do grego - pneuma - ar, sopro, vento, espírito, e graphô, escrevo.) - Escrita direta dos Espíritos, sem o auxílio da mão de um médium.

A Pneumatografia é a escrita produzida diretamente pelo Espírito, sem nenhum intermediário. Difere da psicografia porque esta é a transmissão do pensamento do Espírito pela mão do médium.

 

OBRA RARA TRADUZIDA

 

PNEUMATOGRAFIA
(ESCRITA DIRETA DOS ESPÍRITOS)
AS PESQUISAS DO BARÃO GULDENSTUBBÉ

Lançamento original em francês:

LA REALITE DES ESPRITS ET DE LEURS MANIFESTATIONS, DEMONTREE PAR LE PHENOMENE DE L'ECRITURE DIRECTE, PAR M. LE BARON DE GULDENSTUBBÉ, 1 VOL. IN-8, AVEC 15 PLANCHES ET 93 FAC SIMILE. PRIX 8 FR. CHEZ FRANK, RUE RICHELIEU 67, 1857, PARIS. SE TROUVE AUSSI CHEZ DENTU ET LEDOYEN.

Tradução: Fabiana Rangel
Revisão: Irmãos W. e Ery Lopes
Formatação: Alexandre R. Distefano

Versão digitalizada:
© 2022

Distribuição gratuita:

Portal Luz Espírita

Autores Espíritas Clássicos

Biografia do Barão de Guldenstubbé:

O Barão Luis Guldenstubbé, que faleceu em 27 de maio de 1873, em sua residência, em Paris, 29 rue de Trévise, aos 53 anos de idade, foi conhecido principalmente por suas investigações e experiências em pneumatografia (Escrita Direta dos Espíritos, sem o auxílio da mão de um médium).

De origem sueca, pertencia a antiga família escandinava, de nomeada história, tendo dois dos seus antepassados do mesmo nome sido queimados vivos, em 1309, na companhia de Jacques de Molay, por ordem do Papa Clemente IV.

O Barão era um homem superior, de espírito culto. Ele foi o autor de algumas obras muito eruditas; e um grande escritor e um pensador profundo.

Todos os que o conheceram podem testemunhar a nobreza de seus sentimentos, bem como a sua erudição. Ele era um missionário amigável, de requintada urbanidade.

O Barão estudou na Alemanha: Ciências Físicas, História, Filosofia, todos os sistemas da escola alemã lhes eram familiares. O racionalismo de Kant deixou um grande vazio em seu coração e não satisfez as suas aspirações e intuições naturais.

Leu com avidez Platão, Pitágoras e as obras de Filosofia Oriental, em 1849 instalou-se em Paris, cuidando das manifestações que aconteciam na América, do magnetismo e do sonambulismo.

O Barão passava uma vida retirada, em companhia de sua virtuosa irmã Julie Wilhelmine von Guldenstubbé (1827 - 1888), colaboradora dos seus trabalhos. Ela era mais jovem que ele, sendo uma médium inspirada. Autora de várias obras, e que veio para a Paris, após terminar os seus estudos na Alemanha.

Este ilustre pesquisador dedicou-se mais às experiências da escrita direta, na França onde obteve em 13 de agosto de 1856, o primeiro sucesso nessa modalidade de comunicação espírita. Escreveu o livro intitulado "La Réalité des Spirites et de leurs Manifestations" (A Realidade dos Espíritos e de suas Manifestações) (1857). E também “Pensées d'outre-tombe” (Pensamentos de Além-Túmulo) (1858).

Em poucos anos de trabalhos experimentais, o Barão obteve um número considerável de escrita direta, algumas obtidas sem o auxílio de lápis, papel ou ardósia. Os próprios espíritos comunicantes transportavam o material necessário para a obtenção das mensagens.

- “Esses fenômenos”, diz ele “estão agora firmados sobre a base sólida dos fatos, permitindo que de ora em diante consideremos a imortalidade da alma como um fato científico, e o espiritualismo como uma ponte lançada entre este mundo e o invisível.”

Escrita Direta

O Barão de Guldenstubbé foi o primeiro que obteve, na França, a escrita direta. Eis como ele relata o fato (“La Réalité des Esprits”, págs. 66 e 67):

“Em um belo dia (1 de Agosto de 1856), veio-lhe o pensamento de experimentar se os Espíritos podiam escrever diretamente, sem o auxílio de um médium. Conhecendo a escrita direta misteriosa do Decálogo, segundo Moisés, a escrita igualmente direta e misteriosa na sala do festim do Rei Baltasar, segundo Daniel, e tendo ouvido falar dos mistérios modernos de Straford, na América, onde se acharam certos caracteres ilegíveis e estranhos traçados num pedaço de papel e que não pareciam provir dos médiuns; o autor quis certificar-se da realidade de um fenômeno cujo alcance seria imenso, se fosse verdadeiro.

“Colocou, portanto, uma folha de papel em branco e um lápis aparado dentro de uma caixinha fechada a chave, guardando sempre essa chave consigo e a ninguém dando parte da sua experiência. Durante doze dias esperou inutilmente, sem observar o menor traço de lápis no papel; mas, a 13 de Agosto de 1856, o seu espanto foi grande quando notou certos caracteres misteriosos no papel; apenas sucedeu tal fato, e ele repetiu por dez vezes a experiência no mesmo dia, para sempre memorável, colocando, no fim de cada meia hora, uma nova folha de papel em branco na caixinha. A experiência foi coroada de êxito completo.

“No dia imediato, 14 de Agosto, fez de novo umas vinte experiências, deixando a caixinha aberta e não a perdendo de vista; viu, então, que caracteres e palavras na língua da Estônia formavam-se ou eram gravadas no papel, sem que o lápis se movesse. Desde então, vendo a inutilidade do lápis, cessou de pô-lo sobre o papel; e, colocando simplesmente uma folha de papel dentro de uma gaveta, em sua casa, obteve também comunicações.” (No fim da obra do Barão encontram-se fac-símiles dessas escritas).

O Barão de Guldenstubbé repetiu a experiência em presença do Conde d’Ourches, e este obteve uma comunicação de sua mãe, cuja assinatura e letra foram reconhecidas como autênticas, quando comparadas com as dos autógrafos que o Conde possuía.

Esses primeiros ensaios foram seguidos de muitos outros, e o autor adquiriu a certeza de não ser ele quem escrevia em estado sonambúlico, como julgou a princípio.

Muito modestamente o Barão de Guldenstubbé, afirma que:

- “E precisamente na aplicação do método experimental aos fenômenos maravilhosos que reside a originalidade e o valor da descoberta, que não tem precedentes nos anais da humanidade, pois, até agora, não tem podido ser repetidos; era preciso contentar-se para provar a sua realidade com o testemunho dos que os presenciaram”.

Spiritual Magazine - Julho de 1873

Prefácio da obra:

GULDENSTUBBÉ, UM PIONEIRO DE UMA NOVA REVELAÇÃO

Ao falar do Barão de Guldenstubbé somos convidados a refletir sobre o fenômeno da pneumatografia, ou seja da escrita direta dos Espíritos, sem o auxilio da mão de um médium. Em verdade, o vocábulo assentado por Kardec é a conexão do prefixo grego - pneuma (ar, sopro, vento, espírito), com o sufixo - graphô (escrevo).

O fenômeno é, incontestavelmente, um dos mais admiráveis do Espiritismo. Porém, por mais curioso que pareça, constitui atualmente evento investigado e incontroverso. Se a teoria é necessária para a abrangência dos fenômenos espíritas em geral, talvez mais forçosa ainda se faz neste caso que, sem contenda, é um dos mais curiosos que se possam oferecer, porém que deixa de parecer sobre-humano, desde que se lhe compreenda o princípio.

Se considerarmos a escrita direta quanto às vantagens que pode oferecer, diremos que até o presente a sua principal utilidade consiste na constatação material de um fato importante: a intervenção de um poder oculto que encontra nesse processo um novo meio de se manifestar. Mas as comunicações assim obtidas são raramente de alguma extensão.

Em geral são espontâneas e se limitam a palavras, sentenças, frequentemente sinais ininteligíveis. São obtidas em todas as línguas: em grego, em latim, em siríaco, em caracteres hieroglíficos, etc., mas ainda não serviram às conversações contínuas e rápidas que a psicografia permite.

O Barão de Guldenstubbé foi o primeiro que obteve, na França, a escrita direta. Foi num esplêndido dia de Agosto de 1856, quando surgiu-lhe a ideia de provar se os Espíritos podiam escrever espontaneamente, sem o auxílio de um médium.

Reconhecendo a escrita direta misteriosa do Decálogo obtida por Moisés, no Monte Sinai, tanto quanto a escrita igualmente direta e misteriosa na sala do festim do Rei Baltasar, segundo consta no livro de Daniel, e tendo ouvido falar dos mistérios modernos de Straford, na América, onde se acharam certos caracteres ilegíveis e estranhos traçados num pedaço de papel e que não pareciam provir dos médiuns; o Guldenstubbé quis certificar-se da realidade de um fenômeno cujo alcance seria imenso, se fosse conseguido por ele.

A escrita direta é muitas vezes obtida, como a maioria das manifestações espíritas não espontâneas, pelo recolhimento, a prece e a evocação. Muitas vezes foi obtida nas igrejas, sobre os túmulos, junto a estátuas e imagens de personagens evocadas. Mas é evidente que o local só influi por favorecer o recolhimento e a maior concentração mental, pois está provado que é obtida igualmente sem esses acessórios e nos lugares mais comuns, como sobre um simples móvel caseiro, desde que se esteja nas condições morais exigidas e se disponha da necessária faculdade mediúnica.

Achava-se a princípio que era necessário colocar um lápis com o papel. O fato, então, poderia ser mais facilmente explicado. Sabe-se que os Espíritos movem e deslocam objetos, que pegam e atiram à distância, podendo assim pegar o lápis e escrever.

Logrando êxito Guldenstubbé passou a obter seus escritos pneumatográficos a qualquer lugar e hora, a céu aberto, em cima de uma lápide, local que ele especialmente gostava. Entre os lugares onde os experimentos foram improvisados com sucesso estão o Louvre, o Museu de Versalhes, a Catedral de São Denis, Abadia de Westminster, o Museu Britânico, os Cemitérios de Montparnasse, Montmartre e Père-Lachaise, Bois de Boulogne e várias igrejas e ruínas antigas na França, Alemanha, Áustria e Inglaterra.

De origem sueca e pertencente a antiga família escandinava, Guldenstubbé era rico, sua independência e a consideração que desfrutava no alto mundo afastam incontestavelmente qualquer suspeita de fraude voluntária, pois nenhum motivo interesseiro (mercantilista) poderia movê-lo. Poder-se-ia admitir a sua própria ilusão, mas a isso responde decisivamente um fato: a obtenção do mesmo fenômeno por outras pessoas que se cercaram de todas as precauções necessárias para evitar qualquer trapaça ou motivo de engano.

A lista de testemunhas, que assistiram os experimentos do Barão, inclui os nomes de H. Delamarre, editor de o Patrie; H. Choisselat, editor de o Univers; Sr. Dale Owen; Sr. Lacordaire, irmão do grande orador; N. de Bonochose, historiador; Sr. Kiorboe, um bem-conhecido pintor sueco; o Barão von Rosenberg, embaixador alemão na corte de Wurtemberg; Príncipe Leonilde Galitzin e dois outros representantes da nobreza de Moscou; e o rev. William Mountford, que contribuiu com seu testemunho pessoal ao The Spiritualist de 21 de dezembro de 1877.

Guldenstubbé foi um lídimo artesão das primeiras horas, um grande pesquisador da alma e recordemos que ele teve também as suas obras incluídas entre os trezentos volumes que Kardec enviou para a Espanha, que infelizmente foram queimadas em Barcelona, no tétrico e circense cenário do famigerado "Auto de Fé" levado a efeito pelo clero espanhol numa manhã de outubro de 1861.

São Paulo, 10 de dezembro de 2022
Jorge Hessen

Irmã do Barão de Guldenstubbé - Julie Wilhelmine von Guldenstubbé (1827 - 1888)

Baron Guldenstubbé - La réalité des esprits et le phénomène merveilleux de leur écriture directe

Figuras I a II - A Escrita Direta obtida pelo Barão de Guldenstubbé

I - Carta do além-túmulo de um amigo do autor, que muitas pessoas reconheceram por sua escrita. Esta carta foi traçada em francês, em 1º de fevereiro de 1857 (por volta de dois anos após a morte do falecido), na casa do autor.

II - Figura que foi desenhada no Louvre, no Museu Egípcio, na presença de várias testemunhas, no jazigo de Cleópatra, em 4 de setembro de 1862

Baron Guldenstubbé - La réalité des esprits et le phénomène merveilleux de leur écriture directe

Figuras IX a XIII - A Escrita Direta obtida pelo Barão de Guldenstubbé

IX - Escrita em latim lapidário, elaborada em 28 de agosto no Louvre, perto da estátua de Júlio César, na presença do conde d’Ourches e de várias outras testemunhas.

X - Escrita em latim lapidário, perto de estátua desconhecida, no salão de Imperadores romanos, na presença do conde d’Ourches e do General Brewern, em 4 de setembro de 1856.

XI - Primeira escrita em inglês com as iniciais de Mary Stuart, feita na presença do conde d'Ourches e de várias testemunhas importantes da embaixada da Prússia em 9 de Setembro, perto da coluna François II em Saint-Denis.

XII - Iniciais do nome de um falecido amigo do autor, feitas em seu túmulo no cemitério Montemartre, em 14 de setembro de l856, na presença de várias testemunhas.

XIII - Escrita em língua estoniana, feita por um Espírito que o autor conheceu durante sua vida terrena, em 12 de setembro de 1856, na casa do autor, 74, rua do Caminho de Versalhes.

Baron Guldenstubbé - La réalité des esprits et le phénomène merveilleux de leur écriture directe

Figura XIV - A Escrita Direta obtida pelo Barão de Guldenstubbé

XIV - Escrita excelente, assinada por Abelardo, obtida pelo autor sobre o túmulo deste homem ilustre em Père-Lachaise, sob recomendação (diretamente escrita) de um espírito amigável, em 20 de janeiro de 1857.

Fontes: CSI do Espiritismo

Fontes: Luz Espírita - Espiritismo em Movimento

Fontes: Portal New age of Trance-Physical Mediumship

"A essência do espiritualismo consiste no fato,na convicção íntima de que o mundo sobrenatural das causas invisíveis, do qual a alma do homem faz parte, tem estreitas e contínuas ligações com o mundo material de efeitos visíveis, graças ao governo universal da Providência. Dai, as manifestações contínuas e permanentes do mundo invisível na história da humanidade; daí os milagres que, longe de derrogar as leis da natureza, não são mais do que a condição necessária à organização do universo, este livro imenso,  que nem os serafins mais elevados conseguiram ler até agora. Os milagres somente manifestam o poder do espírito sobre a matéria, suspendendo, até certo limite, os efeitos suas forças inertes"

Barão de Guldenstubbé "O médium pneumatógrafo"

"A escrita direta, ou pneumatografia, é a que se produz espontaneamente sem o concurso nem da mão do médium, nem do lápis. Basta tomar uma folha de papel branco, dobrá-la e colocá-la em algum lugar, em uma gaveta, ou simplesmente sobre um móvel, e se estivermos em condições favoráveis, ao fim de um tempo mais ou menos longo, acharemos no papel caracteres traçados, sinais diversos, palavras, frases e mesmo discursos, frequentemente com uma substância cinzenta igual ao chumbo, outras vezes com lápis vermelho, tinta ordinária e mesmo tinta de impressão.

Nesse tipo de fenômeno, o Espírito não se serve nem de nossas substâncias, nem de nossos instrumentos: ele mesmo faz a matéria e os instrumentos de que precisa, tirando seus materiais do elemento primitivo universal ao qual ele imprime por sua vontade as modificações necessárias ao efeito que quer produzir. Ele, assim, pode muito bem fabricar tinta vermelha, tinta de impressão e mesmo caracteres tipográficos bastante resistentes para dar relevo à impressão, de que temos visto exemplos. É desse modo que podemos explicar a aparição das três palavras na sala do festim de Baltazar, de que nos fala a Bíblia"

Allan Kardec "O Codificador do Espiritismo"

 

RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD

 

Biografia Barão de Guldenstubbé

 

Pneumatografia - (Escrita Direta dos Espíritos) - As Pesquisas do Barão Guldenstubbé (Contendo 30 gravuras com temas traduzidos da escrita direta dos espíritos) (Obrar rara traduzida)

 

Baron Louis de Guldenstubbé - La réalité des esprits et le phénomène merveilleux de leur écriture directe (1857) (Fr.)

 

Baron Louis de Guldenstubbé - La réalité des esprits et le phénomène merveilleux de leur écriture directe (1873) (Fr.)

 

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RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD

EM OUTROS IDIOMAS

 

Baron Louis de Guldenstubbé - Pensées d'outre-tombe (1858) (Fr.)

 

Baron Louis de Guldenstubbé - La Morale universelle (1889) (Fr.)

 

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