KATHLEEN GOLIGHER

A GRANDE MÉDIUM IRLANDESA

DE EFEITOS FÍSICOS

(1898 - ????)

O CÍRCULO GOLIGHER

 

Ectoplasta [do grego ektós + plas (ma) + -ta] - Médium de efeito físico que empresta potencial ectoplásmico para materialização de Espírito ou objeto espiritual.

Ectoplasma [do grego e do latim, respectivamente: ektós + plasma]- 1. Biologia: parte periférica do citoplasma. 2. Parapsicologia: termo criado por Charles Richet para designar a substância visível que emana do corpo de certos médiuns. 3. Para a ciência espírita, designa a substância viscosa, esbranquiçada, quase transparente, com reflexos leitosos, evanescente sob a luz, e que tem propriedades químicas semelhantes às do corpo físico do médium, donde provém. É considerada a base dos efeitos mediúnicos chamados físicos, como a materialização, pois através dela os Espíritos podem atuar sobre a matéria.

Apresentação da biografia:

Composição do círculo e organização das sessões

O círculo que, pela sua cooperação voluntária, me permitiu realizar as experiências aqui consignadas, é composto de sete membros: o Sr. Morrison, Sra. Morrison, Srta. Kathleen Goligher, Srta. Lily Goligher, Srta. Ana Goligher, o Sr. Goligher e o jovem Samuel Goligher, enfim, uma família composta de pai, quatro filhas, um filho e um genro. São todos médiuns em diferentes graus e produzem fenômenos tais como o transe verbal, a escrita automática, movimentos de mesas, etc.

A Srta. Kathleen Goligher, a mais moça, é o mais notável entre todos. Esta jovem, nascida no dia 27 de junho de 1898, a mediunidade é provavelmente hereditária, pois as tradições de família registram faculdades psíquicas do lado materno. Essa mediunidade foi descoberta acidentalmente, coisa, aliás, muito freqüente. Há mais ou menos três anos, os Goligher tentaram obter fenômenos psíquicos e formaram o círculo, da forma habitual.

Os raps se fizeram ouvir quase que imediatamente e por eliminação, os dons de Kathleen se revelaram. A religião da família é o espiritualismo (1) e não praticam outro culto. A vida doméstica de seus membros é simples, sua união perfeita; são, sob todos os aspectos, dignos de serem os instrumentos dos extraordinários fenômenos obtidos.

(1) Nos países anglo-saxões é assim chamado o Espiritismo.

A maior parte das sessões dedicadas as minhas experiências, tiveram lugar na água-furtada da casa onde moram os pais da médium. Realizaram-se também, ocasionalmente, em minha casa e em casa de amigos. Não importava onde, os fenômenos se produziam alguns minutos após a formação do círculo.

A pesquisa psíquica não se assemelha a nenhuma outra. Só podemos esperar resultados interessantes, se reunirmos, da maneira mais perfeita possível, as seguintes condições:

a) Um médium poderoso.

b) Um círculo que o apóie.

c) O médium e o círculo devem estar imbuídos do caráter sério e excepcional dos fenômenos, comungando no desejo de conseguir o máximo, para o bem geral.

d) Operadores com pontos de vista idênticos. Pessoas de má fé, que não queiram ou não possam cooperar com o executante, devem ser afastadas.

e) Fenômenos não produzidos espontaneamente mas a pedido.

Se o médium tem como essencial ou única ambição, o ganho, toda pesquisa experimental torna-se praticamente impossível. É absolutamente necessário, ao menos para mim, que o médium e os membros do círculo não se deixem levar pela ambição, pois, nesse caso, os fenômenos serão incertos, sem base sólida. No entanto, isto não quer dizer que um médium não deva aceitar uma remuneração honesta.

As cinco condições acima enumeradas são, a meu ver, essenciais. Se alguma delas for omitida, os resultados serão afetados, sob o ponto de vista científico. Esta é, sem dúvida, a razão pela qual este trabalho é tão raramente realizado.

Uma cooperação leal dos "operadores invisíveis" (2) é também necessária, pois os fenômenos espontâneos não oferecem interesse algum. Creio que o que mais me causou impressão durante minhas investigações, foi essa maravilhosa colaboração entre mim e os operadores. Dificilmente nos habituamos, mesmo após estudar por longo tempo os fenômenos psíquicos, a ser obedecidos por seres que escapam totalmente a vista.

(2) A respeito desses operadores invisíveis, entidades independentes ou criações subconscientes do médium, ver a Introdução e o capítulo XIII.

Tudo o que lhes pedi durante minhas experiências, foi realizado, Evidentemente, estavam desejosos de se submeter a todos os exames científicos exigidos. Algumas vezes, muito raramente, se alguma coisa era obstáculo ao meu pedido, eles o diziam, batendo uma palavra ou uma frase. Em outras ocasiões, chamavam minha atenção para partes de uma experiência, que me haviam escapado.

O assoalho do senão, onde habitualmente se realizam as sessões, é nu. Cada membro do círculo possui sua própria cadeira de madeira e salvo alteração, só nela se senta. Além das cadeiras, há um único móvel: a mesa, e sobre a chaminé, bibelôs, exceto, naturalmente, os dias em que trago algum aparelho.

No entanto, na última sessão, foi instalado um pequeno gabinete a um canto do quarto para obter materializações. Uma lanterna com vidros vermelhos, frente e lado móveis, alimentada a gás, ilumina as sessões. Sua intensidade pode ser sensivelmente regulada por meio de uma chave comum. Uma vez habituado à luz vermelha, distingue-se nitidamente a maior parte dos objetos da peça.

É lamentável que os fenômenos físicos, em geral, não possam se produzir em plena claridade, mas devemos aceitar as coisas como são, submetendo-nos às condições impostas pela natureza. (3) Para ler os pequenos algarismos e a graduação da balança, muitas vezes usei uma lâmpada elétrica de bolso, com o vidro recoberto por papel vermelho transparente.

(3) Em seu segundo volume, Crawford explica que certa vez substituiu os vidros vermelhos da lanterna, por vidros lilás, mas os fenômenos se fizeram esperar longo tempo e foram fracos.

A sessão é começada com um cântico e uma oração. Pouco depois, pancadas leves se fazem ouvir ao lado do médium; aumentam rapidamente de intensidade. Em um quarto de hora, algumas vezes, a maior parte dos fenômenos estão em plena atividade. De vez em quando se entoa um cântico durante a sessão e termina-se com uma oração.

O método é dos mais simples. Os assistentes sentam-se mais ou menos em círculo, de mãos dadas, formando uma corrente ao redor da mesa. Os resultados são melhores e mais rápidos se a corrente continuar formada mais ou menos meia hora no começo da sessão; em seguida, não importa que os assistentes se dêem as mãos ou as coloquem sobre os joelhos. Isso parece indicar uma ação de princípio de movimento, que cessa, uma vez estabelecido o equilíbrio psíquico.

Os fenômenos são puramente físicos, de maneira que os resultados obtidos dependem da ação da força psíquica sobre os corpos materiais. Não houve até hoje nenhuma materialização completa ou parcial. Sendo os fenômenos devidos à força psíquica podem, portanto, ser estudados com maior precisão do que se oferecessem tipos mais complexos. Estou firmemente convencido de que, se chegarmos a descobrir os processos de aplicação da força psíquica, todo o resto se classificará por si mesmo e se tornará compreensível.

O círculo Goligher manifesta essa força sob seus aspectos mais interessantes. É, não somente muito poderosa, mas precisa, disciplinada e variável ao extremo. Além disso, todos os movimentos materiais são telecinésicos, isto é, produzidos à distância. Em nenhuma das experiências descritas nestas páginas houve o mínimo de contato entre qualquer parte do corpo ou vestuário do médium ou assistentes, com o objeto sujeito a ação psíquica.

Os fenômenos se dividem em duas categorias: impactos e movimentos de corpos materiais sujeitos à fricção e à gravidade. Os impactos consistem em pancadas (raps) aplicadas com suas variações e não são causadas pela ação da matéria sobre a matéria. Assim, um pé de mesa que se ergue e bate o solo, fenômeno muitas vezes por mim observado, não é um impacto. O impacto é um ruído que resulta da aplicação súbita da força psíquica a um corpo material.

O círculo Goligher dá vários exemplos desse gênero. Eis alguns casos mais freqüentes: 1.°) raps em todos os graus de energia, dos mais leves aos de um martelo de forja; 2.°) combinações das pancadas: pancadas soltas, pancadas duplas, pancadas triplas (duas rápidas e uma lenta), pancadas em série, imitações de árias de música ou árias de dança (compreendendo as últimas, a dança da areia, baseada na espécie de fricção percebida); 3.°) especialidades: ruído de uma mesa que salta muitas vezes (imitação de rara perfeição), fricção de fósforos, homem caminhando, cavalo trotando, pé de mesa ao ser serrado, lixa no assoalho, etc.

A segunda categoria pertencem os deslocamentos de corpos materiais, causados pela ação da força psíquica. A levitação da mesa é o que há de mais visível e mais freqüente, sendo executados pela mesa toda série de movimentos no assoalho, movimentos laterais ou de rotação, ou ambos combinados. Uma corneta de metal é agitada no ar, uma campainha começa a tocar e os assistentes sentem contatos e apalpadelas.

Presentemente, grandes números de pessoas assistiram a esses fenômenos e não há ninguém que não haja ficado bastante impressionado. Os operadores invisíveis parecem ter prazer em convencer crentes e céticos da realidade da força psíquica.

O visitante usual é habitualmente convidado a entrar no círculo, a segurar a mesa, imóvel, e a tentar mantê-la quieta. Começa então a luta. Se o executante é dotado de músculos sólidos e firmar todo o seu peso exatamente no centro da mesa, poderá consegui-lo por um instante.

Mas, logo, (mais cedo que tarde) a mesa lhe escapa, salta, inclina-se, vira-se e, se a pressão muscular se relaxa, ergue-se acima do solo. Então, poucas pessoas conseguirão fazê-la descer, não obstante os esforços empregados. Após esta luta, volta tranqüilamente ao chão e o visitante é convidado a sentar-se sobre ela. Não se demora muito tempo.

Ao cabo de um momento, ergue-se vagarosamente sobre dois pés e o faz escorregar para o chão. Enfim é ele "reconduzido" para fora do círculo por um empurrão violento que o obriga a retirar-se.

William Jackson Crawford - Mecânica Psíquica

Os trabalhos de materialização realizados por William Jackson Crawford através da médium Kathleen Goligher

Fig. 07 - W. J. Crawford - The psychic structures at the Goligher circle

Energia que está sendo produzido por Kathleen Goligher em forma de bengala em uma sessão experimental no ano de 1919 em que o Dr. W. J. Crawford esteve presente fazendo anotações.

Fig. A

W. J. Crawford - The psychic structures at the Goligher circle

Fig. B. Fig. C. Fig. D. Fig. E.

W. J. Crawford - The psychic structures at the Goligher circle

Fig. F. Fig. G.

W. J. Crawford - The psychic structures at the Goligher circle

 Canal Andrew West (The granddaughter of spiritualist Kathleen Goligher talks to AJ West: never-before-seen photographs!)

Canal Andrew West (A.J.West reunites the descendants of William Jackson Crawford and spiritualist Kathleen Goligher)

Fontes: Survival After Death

Fontes: Portal Psychictruth

"Desejo trabalhar na descoberta das leis psíquicas, a fim de que não mais haja mistério no futuro. Quando deixar de haver mistério, não mais haverá mercadores do mistério."

W. J. Crawford "Pesquisador Espírita"

"É-me suficiente saber que são inteligências produzindo fenômenos. No entanto, vi e ouvi bastante no círculo Goligher e em outros círculos, para me convencer de que o homem não morre verdadeiramente na morte física mas que passa a um outro estado de existência."

W. J. Crawford "Pesquisador Espírita"

 

RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD

 

Artigo Espírita - O que é o Ectoplasma? (William Jackson Crawford - Mecânica Psíquica)

 

Biografia de Kathleen Goligher

 

William Jackson Crawford - Mecânica Psíquica

 

W.J. Crawford - The psychic structures at the Goligher circle (1921) (Eng.)

 

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