William T. Stead

Comunicações com o outro mundo
 

Lançamento original:

William T. Stead

Communication with the Next World

Edited by Estelle W. Stead

The Psychic & General Book

London - 1921


OBRA RARA TRADUZIDA

 

 Tradução: Wellington Alves

Revisão: Irmãos W. e Ery Lopes

Formatação: Alexandre R. Distefano
 

  Versão digitalizada:

© 2021

 Distribuição gratuita:

 

Portal Luz Espírita

Autores Espíritas Clássicos

Introdução da obra:

Este livro contém uma série de mensagens dadas pelo meu pai, W. T. Stead, a partir de 1914, dois anos após sua morte no Titanic. Para muitos, isto pode parecer uma afirmação estonteante e uma que não possa ser aceita sem prova definitiva.

Pessoalmente, eu sinto e sei que estou em contanto com meu pai e que ele é o autor destas mensagens.

Nesta introdução, eu gostaria de dar ao leitor a prova que o deixará absolutamente sem dúvidas que a comunicação é possível e que meu pai foi capaz de dar tais mensagens através de Madame Hyver. Evidências outras do que aquelas obtidas pela experiência pessoal são complicadas de se juntar e, por minha experiência pessoal, tenho apenas a minha palavra. Contudo, eu a dou conjuntamente com outra prova que fui capaz de coletar, e se não convencer o leitor, ficarei mais do que satisfeita se elas levarem-no ao caminho da investigação.

Quando eu estava na América em 1913, meu pai me disse em uma sessão que estava em contato com uma médium na França. De tempos em tempos, nos anos que se seguiram, ele me lembrou disso. Em 1918, ele disse-me seriamente em uma sessão pública no W. T. Stead Bureau, onde Mrs. Wricot era a médium, que ele queria me dar um livro.

Quando eu questionei minha capacidade de achar tempo para escrever, ele afirmou que eu não precisaria me preocupar sobre isso, pois ele supriria o material. Ele apenas queria que eu estivesse pronta para fazer o que ele quisesse quando chegasse em minhas mãos.

Tomei nota disso, mas não ouvi mais nada até que eu fui perguntada em janeiro deste ano (1921), pelo Sr. Newall, do The Weekly Despatch, a olhar algumas mensagens que reportava ser de meu pai. Tais mensagens, ele disse, foram dadas através de uma médium francesa. O fato de pronto atiçou meus interesse e curiosidade naturais.

Falei com meu pai em uma sessão (por Voz Direta) onde Sra. Osborne Leonard era a dirigente. Ele mencionou as mensagens e de novo lembrou-me que tinha me preparado para o que viria. No dia seguinte, M. Victor, a quem a mensagens foram enviadas da França, veio a mim e trouxe um manuscrito. Quando eu os li, tive pouca dúvida de que eram as mensagens que meu pai havia-me falado.

M. Victor, que não é um espiritista, embora desde que leu estas e outras mensagens seu interesse na questão foi grandemente estimulada, recebeu as mensagens por um parente a quem ele havia traduzido o livro de Magnussen, God's Smile, para o francês. Este parente, que conhecia Mme. Hyver, por reciprocidade enviou as mensagens ao M. Victor. Foi à época que os escritos de Vale Owen apareceram no The Weekly Despatch e ocorreu a M. Victor que ele poderia traduzir e publicar as mensagens que havia recebido de seu parente.

De todo modo, ele nada fez até uma manhã de setembro último, quando afirma que acordou com uma incrível vontade de traduzir as mensagens que recebera. Não tinha noção de onde veio a vontade, mas estava tão impressionado que entrou em contato com Mme. Hyver e obteve a necessária permissão.

M. Victor não sentiu necessidade de dar publicidade às mensagens até ter obtido provas de que eram ao certo de meu pai. Ele estava prestes a escrever para Madame Hyver sobre o assunto quando recebeu uma comunicação dela afirmando que meu pai daria provas pessoais para ele da autenticidade se ele entrasse em contato com algum médium inglês.

M. Victor fez sessões com Sr. Peters e Sr. Vango, mas não lhes disse nada sobre o objetivo da visita. Em ambas as sessões meu pai falou das mensagens e deu testes que o convenceram. Ele deu provas adicionais ao falar de matérias familiares e particularidades que só poderiam ser verificadas por mim.

Mme. Hyver é uma grande médium não-profissional que prestou serviços a muitos dos melhores investigadores em França. Ela se conscientizou de seu poder como médium escrevente em 1888 quando tinha dezenove anos. Sr. Leon Denis em Dans L'Invisible: Spiritisme et Mediumnite (*) escreveu em altos termos as comunicações dadas através da mediunidade de Mme. Hyver. "As mensagens que ela recebe", ele diz, "são sempre de um caráter muito elevado e lidam com questões de alta filosofia e moral."

Em 1892, Mme. Hyver entrou em contato com a Duquesa de Pomar e perfez sessões com ela regularmente todas as semanas até a duquesa morrer, há dois anos. Mme. Hyver diz que foi a duquesa quem, do outro lado, apresentou meu pai e o grupo de espíritos que trabalham com ele à pequena corrente que ela tinha com alguns amigos. Isso foi em 1913, bem à época na qual ele me disse que estava em contato com uma médium em França.

As mensagens que ele deu então eram curtas e sem interesse e Mme. Hyver não as manteve. "Minha crença", ela diz em uma carta, "é que Stead estava apenas treinando naquele tempo." As mensagens dadas neste livro foram recebidas por ela em intervalos entre cinco de maio de 1914 e primeiro de fevereiro de 1915.

Em 1912, a seguinte mensagem foi recebida uma poucas semanas após sua passagem:

"Quando eu vejo por mim mesmo as dificuldades extraordinárias na obtenção de mensagens a partir deste lado, não me admiro que temos tão pouco, mas que temos tanto quanto fizemos em nossas pesquisas, quando eu estava contigo.

Pois é você e suas condições que fazem a barreira. Ideias preconcebidas, ferroando como agulhas em sua mente, preconceitos e superstições preconcebidos - tudo isso deve ser esmagado e jogado fora antes que os dois mundos possam perceber que são únicos e unos, e podem combinar-se para expressar aquilo que mais do que nunca eu descobri ser o supremo objetivo de toda existência - a realização da Divindade no Homem, pela União de todos aqueles que Amam no Serviço de todos aqueles que Sofrem.

Que isso seja nosso lema e, Deus nos ajudando, vamos conseguir coisas poderosas e provar tanto para a ciência laboriosa, que pergunta severamente em busca de conhecimento, e para a humanidade sofredora, que só pede por causa do AMOR, que não há Morte."

Com tais ideais perante ele, meu pai me disse que reuniu ao seu redor um grupo de espíritos que perceberam que a barreira entre os dois mundos não era intransponível, que poderia ser quebrada se pudessem ensinar os métodos certos de comunicação.

Seu próximo passo era escolher o médium pelo qual daria suas instruções. Ele escolheu uma francesa que sabia pouco sobre sua vida ou personalidade, porque ao escrever através daqueles que o conhecia, ou sabiam um tanto dele, havia o perigo de que as mensagens fossem "coloridas" por tais conhecimentos.

Eu não sinto que ele tem sido capaz de obter o seu estilo em grande parte, mas toques aqui e ali e expressões de vez em quando tão típicos dele. Isso era devido ao fato de que, às vezes, ele estava mais perto do guia, em outras, um do grupo estava na retaguarda, e no último caso a mensagem era carregada pela linguagem e tingida com as idéias particulares do transmissor mais perto do guia.

Em alguns casos, ele disse, as mensagens eram inspiradas por ele pessoalmente, mas em geral o grupo todo concentrava seus pensamentos no espírito-guia do médium e através dele enviavam-nas. Sua assinatura era dada a todas as mensagens porque a sugestão em primeiro lugar veio dele e foi ele o responsável pela seleção do médium.

Eu concluo com esta mensagem, do meu pai, que sinto que possa ajudar o investigador:

"Prova de conquista nunca poderá vir a menos que a mente seja capturada de surpresa. Por quê? Porque o ser vivo no invisível deve piscar-se no ser que vive no visível. O que isso significa? Que a tela da mente consciente tem de ser nua de imagens, de modo que a mente ativa no invisível possa jogar suas imagens uma a uma na superfície clara, como em um espelho que reflete apenas os objetos que se deseja retratar.

A mente consciente encarnada é ativa, ocupa-se imaginando o que deseja ou que outros podem desejar. A tela da mente está cheia destas imagens-pensamento e as imagens recebidas de nós são apagados e indistintas, confusas e esmaecidas. Nunca venha buscar conselhos ou ajuda ao longo de qualquer linha especial, fadada ao fracasso pelas razões apresentadas.

Sabemos o que é necessário e sempre respondemos quando possível. Comungue conosco pelo amor de comunhão e todas as outras coisas que o amor pode ditar e as circunstâncias permitirão ser acrescentadas.

W. T. STEAD

Estelle W. Stead.
Julho, 1921.

Fontes: Canal Espírita Jorge Hessen (Espiritismo à Francesa: a derrocada do Movimento Espírita Francês pós-Kardec) Logo após sua desencarnação de Allan Kardec, cujo resultado foi, já no começo do século XX, o enfraquecimento e desaparecimento quase absoluto do Espiritismo, tanto na França, seu berço, quanto na Europa e outras regiões do mundo.

Fontes: Projeto Allan Kardec (Coleção de Manuscritos de Allan Kardec) 

Fontes: Acervo Histórico Completo da Revista Reformador (1883 - 2019) 

"A Mme. Hyver a considero um dos melhores médiuns de escrita que existem. Eu a vi, em uma penumbra preenchendo várias páginas, que ela jogou atrás de si com um movimento febril. Essas páginas, coletadas e coordenadas, predefinem mensagens tão notáveis ​​na forma quanto no conteúdo"

Léon Denis "Revista Espírita de janeiro de 1919"

 

RELAÇÃO DAS OBRAS PARA DOWNLOAD

 

Allan Kardec - O Livro dos Médiuns (Obra de Allan Kardec - "O Livro dos Médiuns" - Segunda Parte - Das Manifestações Espírita - Da Natureza das Comunicações - Cap. X)

 

William T. Stead - Comunicações com outro mundo (Obra rara traduzida)

 

William T. Stead - Communications with the next World (1921) (Eng.)

 

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