Romeu do Amaral Camargo

PRESIDENTE DA ANTIGA União Federativa Espírita Paulista

OS FUNDADORES DO ESPIRITISMO EM SÃO PAULO

(1882 - 1948)

 

Romeu do Amaral Camargo

O Protestantismo e o Espiritismo - À Luz do Evangelho

Brasil (1928)

 Biografia de Romeu do Amaral Camargo:

Romeu do Amaral Camargo encarnou na cidade de Rio Claro, Estado de São Paulo, aos 02 de Fevereiro de 1882, desencarnando na cidade de São Paulo em 10 de Dezembro de 1948, às 19h e 45 min, quando datilografava uma carta ao presidente da Federação Espírita Brasileira, com o qual amiudadamente mantinha correspondência.

Foi um grande vulto espírita não só do Estado bandeirante, como de todo o Brasil.

Autor de várias obras, todas escritas em lídimo vernáculo e em perfeita sintonia com o Evangelho, afirmou-se um dos mais proeminentes líderes do Espiritismo Cristão, cuja palavra autorizada era recebida e acatada por todos os espíritas do “Coração do Mundo”.

Fez o curso primário com professores particulares. Formado pela antiga Escola Complementar, anexa à Escola Normal da capital de São Paulo, ingressou no magistério público em 1903, tendo exercido vários cargos de carreira, entre eles o de adjunto do Grupo Escolar de Limeira e do grupo Escolar do Bom Retiro da capital paulista, inspetor de ensino em Limeira, professor da Escola Normal do Brás, na capital, diretor do Grupo Escolar Campos Sales, com mais de 3.000 alunos.

Bacharelou-se, no ano de 1915, em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo, exercendo a advocacia de 1917 a 1929. Jornalista e escritor colaborou em diversos órgãos da imprensa diária, tanto da capital, como do interior do Estado de São Paulo.

Conhecia bem o francês e o latim. Católico de nascimento converteu-se ao Protestantismo em 1901. Membro professor desde 1902, foi eleito e ordenado diácono em 1913, pela 1ª. Igreja Presbiteriana Independente da capital de São Paulo, cuja assembleia era constituída de mais de 800 membros, sob o pastorado do Revmo. Eduardo Carlos Pereira, o grande tribuno evangélico e notável gramático.

Oficial da Igreja desde Julho de 1909, ocupou o púlpito de quase todas as igrejas evangélicas da capital paulista e o de muitas outras cidades do interior, excetuadas as igrejas anglicana e luterana.

Em seu benéfico trabalho dentro do Protestantismo, escreveu um folheto de leitura muito edificante, intitulado - História da Conversão de Um Criminoso -, para ser distribuído entre os detentos nos presídios de São Paulo. A 1ª e 2ª Edições dessa magnífica brochura saíram respectivamente em 1913 e 1916, num total de 10.000 exemplares, feitas ambas pela igreja protestante a que o autor pertencia.

Estudando sempre a Bíblia, e de par com o estudo subsidiário de obras exegéticas e mesmo teológicas, eis que os seus 22 anos de experiência religiosa, no moralizado meio evangélico ou protestante, não lhe apagaram a dúvida acerca da cristandade dos dogmas da “predestinação divina” e da “eternidade das penas”.

Em 1923, foi-lhe dado encontrar novas luzes nas páginas do Evangelho: as obras de Allan Kardec esclareceram-lhe lógica e racionalmente aqueles pontos obscuros. Dissiparam-se no estudioso as dúvidas, as sombras, as dificuldades que ofuscavam o sentido claro, cristalino, da palavra de Jesus!

Definitivamente atraído para a Doutrina dos Espíritos, Romeu Camargo se ausentou da sua igreja, fazendo essa ausência que alguns pastores o fossem visitar e procurassem arredá-lo do Espiritismo. Tudo em vão, porém. Em 21 de Fevereiro de 1925, ele foi convidado a comparecer a uma sessão da Igreja Presbiteriana Independente.

fPresidiu à sessão (espécie de Sinédrio), o Revmo. Othoniel Motta, eminente teólogo, catedrático de português no ginásio do Estado, em Campinas, e conhecido filólogo. Feita a “acusação” pelo secretário da sessão, teve a palavra o “acusado”, que, durante duas horas e meia, produziu a sua defesa, apreciando a doutrina de Jesus, firmado no Evangelho.

A 1º. de Junho de 1925, Romeu Camargo publicava no “Reformador” a sua confissão pública de adesão ao Espiritismo. Ele o fez com o artigo - Aos Pés do Mestre -, em resposta a um que o pastor evangélico Isaac Gonçalves do Vale, seu ilustrado amigo, estampara no “Estandarte”, órgão da Igreja Presbiteriana Independente.

Convicto das verdades contidas nas obras fundamentais do Espiritismo, o Prof. Romeu do Amaral Camargo tornou-se animoso pregador do seu aspecto moral-evangélico, tendo tomado parte, de modo intensivo, em várias Instituições, e escrito quatro obras notáveis, que enriqueceram as bibliotecas espíritas:

“Protestantismo E Espiritismo à Luz do Evangelho”, “De Cá e de Lá”, “Salvação pela Fé ou Pelas Obras?” e “Um Só Senhor”. Todas elas constituem vibrante defesa do Espiritismo, a refutarem as objeções levantadas contra a parte doutrinária, citando-se, entre os refutados, o Bispo de Pouso Alegre e o psiquiatra Doutor Pacheco e Silva. Essas obras são, sobretudo, verdadeiro repositório de ensinamentos e esclarecimentos.

Romeu Camargo escreveu nos mais importantes órgãos da imprensa espírita brasileira, máxima o “Reformador”, órgão da Federação Espírita Brasileira. Suas páginas evidenciam extenso e profundo saber das Escrituras Sagradas, aliado a vastos conhecimentos sobre Filosofia e Religião.

Foi presidente da União Federativa Espírita Paulista, na época a principal sociedade espírita bandeirante. Posteriormente, em 1936, tornou-se o 1º. Secretário da recém fundada Federação Espírita do Estado de São Paulo.

Contribuiu para a fundação da Rádio Piratininga - PRH-3, a primeira “estação dos espíritas”, isto em 30 de Março de 1940. Dessa Rádio, hoje extinta, foi ele diretor-tesoureiro.

Durante vários anos foi o redator-secretário da revista - “Verdade e Luz”, fundada pelo popular espírita Batuíra, revista hoje desaparecida, conceituadíssima em todo o Brasil e até no estrangeiro.

Em 1937, escreveu-lhe o Espírito Emmanuel através do lápis de Francisco Cândido Xavier: “Continue na sua bela missão de levar a luz espiritual do Evangelho pelos caminhos ensombrados da Terra”.

E o Dr. Romeu continuou, realmente, nesse trabalho edificante até o fim de sua jornada terrena, levando-o a dizer, em 1943:

"Educado na Igreja Evangélica Presbiteriana, onde realizei minha formação espiritual, penso ainda como todos os protestantes: o que me interessa é pôr em prática o Evangelho de Nosso senhor Jesus Cristo; o que me interessa, desde junho de 1901, é a palavra do Mestre Divino, que é tocha resplandecente para meus pés e luz para meus caminhos."

Fonte: Federação Espírita Brasileira

Maria Lacerda de Moura - Chico, recorda-se de escritores e poetas que hajam prometido pessoalmente a você regressarem do Além, a fim de algo escreverem por suas mãos?

Chico Xavier - Lembro-me de alguns.

Maria Lacerda de Moura - E quanto ao nosso caro escritor espírita Romeu do Amaral Camargo? Podemos saber algo?

Chico Xavier - Nosso amigo escrevia-me, às vezes, e numa das cartas últimas que me dirigiu para Pedro Leopoldo, afirmava com bondade e otimismo que, se lhe fosse possível, escreveria, por mim, na hipótese de anteceder-me na desencarnação. Pouco tempo depois de deixar-nos, cumpriu a promessa e deu-nos as páginas que se encontram igualmente no livro "Falando à Terra"

Maria Lacerda de Moura - Disse ele, algo mais, além da conhecida mensagem?

Chico Xavier - Afirmou-me que prosseguia trabalhando ativamente vem organizações espíritas-cristãs do Plano Superior e que nós os espíritas, carregamos enormes responsabilidades nos ombros, porque recebemos o conhecimento libertador de que as leis de Deus funcionam na consciência de cada um.

Acrescentou que somos tão beneficiados no Plano Físico pelos princípios espíritas evangélicos e por isso mesmo tão agraciados pela Misericórdia de Deus que, até a época em que conversava comigo, pela primeira vez não havia visto, dentre os companheiros já desencarnados com os quais convivia, um só que não se queixasse de condições deficitárias para com a Doutrina Espírita.

Tão grandes eram as bênçãos recolhidas, que todos admitiam terem saído da experiência física reconhecendo-se endividados para com o Espiritismo Cristão, pelo qual, segundo a opinião deles mesmos, deviam ter trabalhado mais.

Fontes: Barbosa, Elias; NO MUNDO DE CHICO XAVIER

Fontes: União Espírita Paulista

Fontes: USE (União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo)

Mas ouvindo-os Jesus, disse: Os sãos não têm necessidade de medico, mas sim os enfermos. (S. Mateus 9:10-12).

Jesus dirigia-se especialmente aos pobres e aos deserdados, por serem esses os que mais careciam de consolações, aos cegos dóceis e de boa fé, porque desejavam ver, e não aos orgulhosos, que supunham possuir toda a luz e de nada necessitar.

Esta máxima, como tantas outras, encontra sua aplicação no Espiritismo. Estranha-se ás vezes que a mediunidade seja concedida a pessoas indignas, capazes de fazer dela mau uso: parece, dizem, que tão preciosa faculdade devera ser atributo exclusivo dos mais merecedores.

Digamos, primeiramente, que a mediunidade se prende a disposições orgânicas de que todo homem pode ser dotado, assim como possui a vista, a audição, a voz. Não existe uma só faculdade de que o homem, em virtude do livre arbítrio, não possa abusar, e si Deus só houvesse concedido a palavra, por exemplo, aqueles que são incapazes de proferir cousas más, haveria mais mudos do que falantes; Deus concedeu ao homem faculdades, deixando-o livre quanto ao uso delas, mas punindo sempre o abuso."

Romeu do Amaral Camargo "O Grande Escritor Espírita"
 

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