RUFINA NOEGGERATH

BOA MÃE

(BONNE MAMAN)

 

O GRANDE FAROL DO ESPIRITISMO

NA DIVULGAÇÃO DO ESPIRITISMO MUNDIAL

(1821 - 1908)

 

Rufina Noeggerath - La Survie

Sa réalité, sa manifestation, sa philosophie, Échos de l'au-delà

Préface: Camille Flammarion

Paris

Librairie des Sciences Psychiques

42, rue saint Jacques, 42

(1897)

Biografia de Rufina Noeggerath:

Mary Ishiyama

Rufina Noeggerath, cujo sobrenome de solteira era Temmerman, nasceu no dia 10 de outubro de 1821, em Bruxelas, Bélgica.

De família abastada, foi estudar em Bonn, na Alemanha que, à época, já possuía uma universidade famosa. É ali que Rufina toma gosto e se ajusta ao meio científico, artístico e literário.

De retorno a Bruxelas, tenta se adequar à antiga vida, mas não a satisfazem, como anteriormente, as viagens, os bailes, as festas. Ansiava por um mundo diferente.

Com esse pensamento, segue para Antuérpia. Hospedada em casa de amigo, se inscreve em um curso de pintura, o que revela ser uma mulher à frente de seu tempo, considerando que, em 1840, mulheres que pintavam eram consideradas marginais.

Ela enfrentou o preconceito na própria pele e por isso dava apoio e proteção para quem igualmente o sofria, algo comum em uma sociedade machista e sectária, o que lhe valeu o apelido de Senhorita Dom Quixote.

Conheceu Charles Noeggerath, importante médico e hipnotizador, casando-se em 1846. Tinha uma vida boa, era rica, bela e amada. Viveu completa felicidade conjugal por seis anos, quando enviuvou.

Além de ter que lidar com a ausência do marido, descobriu-se arruinada financeiramente. Buscou consolo no Espiritismo que, ao que parece, fora apresentada pelo marido, um estudioso do magnetismo animal e do sonambulismo magnético.

Com interesse nas provas de sobrevivência após a morte, a respeito das quais escreverá, de forma científica, estudou a Doutrina e, durante anos, observou e analisou fenômenos de escrita direta, incorporações, levitações, transportes e materializações.

Fundou seu próprio grupo, com sessões mediúnicas às quartas-feiras em um salão literário, frequentado pela elite da sociedade, intelectuais, filósofos, artistas, pintores, escritores, responsáveis por grandes jornais e espíritas, de um modo geral.

Médiuns como Florence Cook, Monsieur Husk, Anna Rothe e Charles Miller participavam das sessões e produziam número impressionante de materializações de Espíritos, por vezes, conhecidos de pessoas presentes à reunião, o que facilitava a sua identificação e a veracidade do fenômeno.

Mulher de excelente qualidade moral, por acolher a tantos necessitados de pão material como de pão espiritual e de consolo, Rufina procurou viver a escola do Espiritismo amor, recebendo o apelido de Bonne Maman (Boa Mãe).

Escreveu muito sobre Espiritismo. Em 1897, publicou sua principal obra espírita La Survie, com prefácio de Camille Flammarion. Composta de dois volumes, trata da sobrevivência da alma, sua realidade, sua manifestação e sua filosofia, material obtido durante vinte e quatro anos de comunicações dos Espíritos.

Rufina foi contemporânea e amiga de Gabriel Delanne e Léon Denis.

Mulher intelectualizada e lúcida, ao atender uma solicitação, em 1905, de J. Malgras para que falasse sobre Espiritismo, disse, entre outras coisas: O Espiritismo me parece ser a solução mais lógica e mais satisfatória dos grandes mistérios que procuramos penetrar. A prática do Espiritismo é simples, como tudo o que é sublime e verdadeiro. Para compreendê-lo, ouçamos o que diz Jesus, o mais poderoso dos médiuns: reuni-vos três ou quatro; fechai-vos no vosso aposento e chamai-me que eu virei.

Essa mulher incrível viveu tudo o que pregou. Desencarnou aos oitenta e sete anos, em 15 de abril de 1908. Suas últimas palavras foram: Que luz ofuscante me rodeia!

Seu corpo foi enterrado no cemitério Père Lachaise, recebendo homenagens de vários amigos, entre eles, Léon Denis.

Na mesma noite, um médium, não nominado, descreveu a emoção de Rufina ao chegar ao mundo espiritual e ser recebida por amigos que a antecederam. Citou nomes; um, em especial, Charles Noeggerath, seu marido.

E para mostrar que a vida não termina com a morte do corpo físico, ela se materializou, espontaneamente, dois meses depois de sua desencarnação, em uma reunião mediúnica de seu antigo grupo, através do médium Miller.

Tudo sob supervisão de Léon Denis e Gabriel Delanne. Sua filha a reconheceu, imediatamente.

A respeito de Rufina, disse Denis: A vida dessa mulher é uma maravilha. Sem desfalecimento ela consagrou quarenta longos anos de cultivo das verdades espíritas, ainda desconhecidas ou repudiadas por muitos, estas verdades que pertencem ao futuro porque se apoiam na ciência experimental, na filosofia e na mais alta e pura moral.

Referências:

1. LARDIN, Romain. Rufina Noeggerath, Bonne Maman, uma mulher a serviço do espiritismo. Cultura Espírita, ano VIII, n. 111, jun. 2018.

2. RODRIGUES, Wallace L. V. Rodrigues. Madame Rufina Noeggerath. Anuário Espírita 1975, ano XII, n. 12. Araras: IDE.

3. MADAME Ruffina Noeggerath. Revista Internacional de Espiritismo, ano LXXIX, n. 11, dez. 2004.

Mensagem psicografada:

“Neste século, a crença e o ceticismo surgiram da força das coisas; foram provocados por descobertas científicas, por pesquisas geológicas e arqueológicas, pelos documentos da história e, sobretudo, pelos abusos e crimes dos potentados do direito divino.

O que aconteceu?

Isso ocorre porque muitos pesquisadores passaram a ver no universo apenas forças cegas cujos efeitos eles observam e cuja causa não lhes é dada a compreensão. […]

Filhos da terra, vocês são muito ousados ​​quando afirmam ir mais fundo, entender o que chamam de Deus! Você tem uma ideia muito imprecisa da infinitude do Universo, dos poderes que o formam, das leis que o governam e da continuidade dos mundos que lhe revelam uma força infinita ... não! Digamos: uma força de amor universal.

Deixe-nos citar aqui o que Çakya-Muni diz a você.

"Deus! É o ser que contém todos os seres; ele é o espaço, o mundo, o presente, o passado, o futuro; é movimento na matéria, está em tudo que vive, se move, em tudo que pensa no universo. Sim! Deus é tudo isso!

Tudo o que vai acontecer, tudo o que vai suceder, todas as transformações que vão ocorrer no estado do universo, serão feitas por sua vontade que é toda a vontade dos seres de todos os mundos e todos os espaços.

Deus tem forma, como tudo que atinge a vista do homem, como tudo que atinge a vista de todas as inteligências extraterrestres?

Parece que Deus deve ter uma forma, mas essa forma pode ser outra coisa senão o universo inteiro? Será o homem capaz de chegar à idéia de um Deus que sua razão não pode analisar nem sintetizar?

Enquanto aguarda a solução de tão grande problema, o homem persiste em buscar as profundezas da imensidão, pois todos os seres devem vir a compreender a lei universal. Tudo nela é movimento e vida, tudo nela é luz. O átomo de poeira que se eleva no ar levantado pelo autan, o grão de areia que chora sob seus pés, água, ar, fogo, tudo tem vida, tudo caminha e tudo avança. Uma maravilhosa harmonia existe entre todas as coisas no universo, que por si só está mudando constantemente:

Caos e morte não podem ser!

“Ó universo! com o que você poderia sonhar! Liberdade em sua essência, a imortalidade com a eternidade é sua. Ó panteísmo irreversível, tudo está em você e nada está confuso em você; cada ser, cada molécula, cada átomo tem relativa liberdade em seu progresso e contribui para a harmonia e o progresso universal e eterno. Em tudo o que constitui os mundos, a matéria cósmica se transforma constantemente para adquirir mais vida, força e liberdade, indo assim e para sempre em direção à meta eterna de um progresso eterno. […] "

Comunicação do espírito Liana

La Survie

Notável coleção de comunicações produzida por Rufina e publicada em 1897

Rufina Noeggerath - Fotografia tirada pelo redator do Mautin que fazia um vasto levantamento sobre o Espiritismo. alguns dias antes de sua morte

“Boa mãe, apóstola do espiritualismo e da paz universal ” pode ser lida hoje em seu túmulo no cemitério de Père Lachaise. Trabalhadora incansável, trabalhou com zelo pela difusão da filosofia espírita, que vivia diariamente. Ela também tinha um amor imenso pela humanidade e muitos espiritualistas vinham visitá-la para se inspirar em sua fé e pedir-lhe conselhos.

Em homenagem a esta grande alma, o Centro de Espiritualidade Rufina Noeggerath visitou seu túmulo no sábado, 10 de outubro de 2020, para ler um discurso. Seguiu-se um poema escolhido na Revue Spirite de maio de 1908, intitulado "L'Envolée!", Recebido por psicografia na véspera do funeral. Em seguida, foi lido um extrato da obra La Survie, notável coleção de comunicações produzida por Rufina e publicada em 1897.

Fontes: Assita Asso (Biographie de Rufina Noeggerath)

Fontes: Centre Spirite Rufina Noeggerath (Homenagens dedicadas a Rufina Noeggerath)

Fontes: Federação Espírita do Paraná

"A sobrevivência é uma verdade comprovada, inegável, sem qualquer dogma. Ela pode ser considerado uma religião, espera-se que seu estudo tem o efeito de libertar a mente, ao pensamento livre que é acessível a todos, independentemente das crenças religiosas."

Rufina Noeggerath "Boa Mãe"

Obrigado aos médiuns que gentilmente nos ajudaram.

Até hoje, a missão dos médiuns sempre foi de grande sacrifício, porque eles ainda não são reconhecidos; mas seu tempo logo chegará, pois os estudiosos que ajudam a estabelecer a ciência da sobrevivência, e a mediunidade logo se tornará uma glória. Imploramos aos médiuns que procurem quaisquer garantias que possam ser exigidas deles. Pedimos-lhes em nome da causa e do seu maior interesse, porque estas pessoas sensíveis terão então direito ao respeito pela sua mediunidade no estudo de suas faculdades. Toda nossa gratidão e profunda simpatia para com esses estudiosos que desprezam falsas glórias e se sentem grandiosos para se permitirem ser prejudicados por preconceitos infantis. Sua nobre missão será coroada de sucesso.

Rufina Noeggerath "Boa Mãe"

 

RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD

 

Biografia de Rufina Noeggerath

 

Rufina Noeggerath - La Survie (1897) (Fr.)

 

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