THE London Dialectical Society

director: Sir John Lubbock,

deputy director: PROF. Thomas-Henry Huxley,

 DR. Georges-Henry Lewes

England, London

(1867 - 1874)

 

OS LABORATÓRIOS DO ESPIRITISMO

NA COMPROVAÇÃO DA IMORTALIDADE DA ALMA

 

Report on Spiritualism of the Committee

of the London Dialectical Society

 

Together with the Evidence,

Oral and Written,

and

a Selection from the Correspondence

 

LONDON

LONGMANS, READER AND DIER

1871

 

(A The London Dialectical Society foi uma associação composta por três dezenas de legítimos sábios, instituída na Grã-Bretanha, em fins do século XIX, para investigar os fenômenos espíritas)

Apresentação do primeiro artigo:

SOCIEDADE DIALÉTICA DE LONDRES

Sociedade Dialética de Londres firmou a célebre resolução que objetivava investigar os fenômenos considerados como “manifestações espirituais”. A comissão encarregada dessa missão era composta por 33 membros, entre os quais figuravam duas senhoras. Eram todas pessoas de elevado nível cultural e ético.

O relatório que lhe foi apresentado pela Comissão especificamente nomeada pela SDL para o estudo dos fenômenos espíritas.

“Desde a sua criação, isto é, desde o dia 16 de fevereiro de 1869, a Comissão realizou quarenta sessões, com o fim de fazer experiências e provas rigorosas.”

“Todas essas reuniões efetuaram-se nas residências particulares dos membros do Comitê, a fim de excluir toda possibilidade de maquinismos  artificiosos previamente dispostos ou qualquer artifício.”

“A mobília dos compartimentos nos quais se fizeram experiências foi, em todas as circunstâncias, a mobília do costume.”

“As mesas empregadas foram sempre as mesas de jantar, pesadas, que necessitavam de considerável esforço para serem postas em movimento. A menor tinha 5 pés e 9 polegadas de comprimento por 4 pés de largura, e a maior, 9 pés e 3 polegadas de comprimento por 4 1/2 pés de largura; o peso delas estava na mesma proporção.”

“Antes de começarem os fenômenos, os aposentos, as mesas e todos os móveis foram cuidadosamente examinados repetidas vezes, a fim de haver plena certeza de que não existia algum ardiloso instrumento ou aparelho qualquer, com o auxílio dos quais os sons e os movimentos, adiante mencionados, pudessem ser produzidos.”

“As experiências foram feitas à luz do gás, exceto em algumas ocasiões, especialmente anotadas no relatório.”

“Evitamos servir-nos de médiuns profissionais ou médiuns pagos. O nosso médium era um dos membros da Comissão, pessoa colocada em boa posição social e de integridade perfeita, não tendo, portanto, nenhum objetivo pecuniário e, mesmo, nenhum proveito poderia tirar de uma fraude.”

“Realizamos também algumas reuniões sem a presença de médium (está bem entendido que neste relatório a palavra médium é simplesmente empregada para designar um indivíduo sem a presença do qual os fenômenos descritos não se efetuam, ou se produzem com menos intensidade e menos frequência), para tentar obter, por algum meio, efeitos semelhantes aos que se observa quando um médium está presente.”

“Por essa forma, nada foi possível obter-se semelhante às manifestações que se produziam com a sua presença.”

“Cada uma das provas que a inteligência combinada dos membros da Comissão podia imaginar foi feita com paciência e perseverança. As experiências foram dirigidas sob grande variedade de condições, e todo o engenho possível foi posto em ação para inventar meios que nos permitissem verificar as observações e desviar toda possibilidade de impostura ou de ilusão.”

“Limitamo-nos aos fatos dos quais fomos coletivamente testemunhas, fatos que foram palpáveis aos sentidos e cuja realidade é suscetível de uma prova demonstrativa.”

“Cerca de quatro quintas partes dos membros principiaram as investigações com o mais completo cepticismo no tocante à realidade dos fenômenos anunciados, e com a firme crença de que eles eram o resultado, quer da impostura, quer da ilusão, quer de uma ação involuntária dos músculos.”

Foi somente depois de irresistível evidência, em condições que excluíam essas hipóteses e após experiências e provas rigorosas, muitas vezes repetidas, que os mais cépticos foram, com o correr do tempo e a seu despeito, convencidos de que eram verdadeiros fatos os fenômenos que tinham sido produzidos durante esse inquérito prolongado.

“O resultado de nossas experiências, por muito tempo prosseguidas e dirigidas com cuidado, induz-nos, depois das provas analisadas sob todas as formas, a estabelecer o seguinte:

“Primeiro: Em certas condições de corpo e de espírito em que se achem uma ou mais pessoas presentes, produz-se uma força suficiente para por em movimento objetos pesados, sem o emprego de nenhum esforço muscular, sem contato nem conexão material de qualquer natureza entre esses objetos e o corpo de alguma pessoa presente.”

“Segundo: Essa força pode fazer produzir sons, que cada qual ouve distintamente em objetos sólidos que não têm nenhum contato entre si nem conexão visível ou material com o corpo de alguma pessoa presente; está, portanto, provado que esses sons provêm desses objetos por vibrações que são perceptíveis pelo tato.”

“Terceiro: Essa força é frequentemente aplicada com inteligência.”

“Alguns desses fenômenos produziram-se em trinta e quatro sessões das quarenta que realizamos. A descrição de uma dessas sessões, bem como a maneira pela qual ela foi aplicada, melhor mostrará o cuidado e a circunspeção com que prosseguimos as investigações.”

“Quando havia contato ou possibilidade de contato pelas mãos, pelos pés ou pelas vestes de uma das pessoas que estavam no quarto com o objeto em movimento ou emitindo sons, podia-se ficar perfeitamente certo de que esses movimentos ou sons não eram produzidos pela pessoa que aí estava.”

“Fizemos a seguinte experiência:

“Onze membros da Comissão sentaram-se, durante quarenta minutos, em torno de uma das mesas da sala de jantar, precedentemente descritas; e, quando se produziram movimentos e sons variados, voltaram (com o fim de mais rigorosa investigação) o espaldar das cadeiras para a mesa, cerca de nove polegadas desta; depois, ajoelharam-se sobre as cadeiras, colocando os braços no espaldar das mesmas.

“Nesta posição, seus pés estavam necessariamente virados para trás, longe da mesa e, por consequência, não podiam ser colocados por baixo nem tocar no soalho.”

“As mãos de cada um estavam estendidas por cima da mesa, cerca de quatro polegadas de sua superfície. Nenhum contato com uma parte qualquer da mesa podia, conseguintemente, operar-se sem que fosse observado.”

“Em menos de um minuto, a mesa, sem ter sido tocada, deslocou-se quatro vezes: a primeira vez, cerca de cinco polegadas para um lado; depois, doze polegadas para o lado oposto; e, em seguida, deslocou-se quatro e seis polegadas.”

“As mãos de todas as pessoas presentes foram, então, postas no espaldar das cadeiras, a um pé mais ou menos distante da mesa, a qual foi, como antes, posta em movimento com um deslocamento variando entre quatro e seis polegadas.”

“Enfim, todas as cadeiras foram afastadas da mesa na distância de doze polegadas e cada uma das pessoas se ajoelhou em sua cadeira, como precedentemente, mas desta vez tendo as mãos atrás das costas e, por consequência, com o corpo colocado pouco mais ou menos a dezoito polegadas da mesa, achando-se, assim, o espaldar da cadeira entre o experimentador e a mesa. Esta deslocou-se quatro vezes, em várias direções.”

“Durante essa experiência decisiva, e em menos de meia hora, a mesa moveu-se treze vezes sem contato ou possibilidade de contato com alguma pessoa presente, efetuando-se os movimentos em direções diferentes, e alguns destes respondendo a perguntas de diversos membros da Comissão.”

“A mesa foi examinada com cuidado, virada para cima e para baixo, e peça por peça; porém, nada se descobriu que pudesse elucidar os fenômenos. A experimentação foi feita em plena luz do gás colocada por cima da mesa.”

“Em resumo, a Comissão foi testemunha, mais de cinquenta vezes, de semelhantes movimentos sem contato, em oito sessões diferentes e nas casas dos seus membros; as provas foram as mais concludentes.”

“Em todas essas experiências, a hipótese de um movimento mecânico, ou outra qualquer, foi completamente banida, pelo fato de serem os movimentos realizados em várias direções, ora para um lado, ora para outro, quer subindo no aposento quer descendo; movimentos esses que teriam exigido a cooperação de grande número de mãos e de pés, e que, devido ao volume considerável e ao peso das mesas, não poderia produzir-se sem o emprego visível de um esforço muscular.”

“Todas as mãos e todos os pés estavam perfeitamente à vista e nenhum deles poderia mover-se sem que imediatamente fosse percebido. A hipótese de uma ilusão também foi posta de lado.”

“Os movimentos operaram-se em diferentes direções, e foram simultaneamente testemunhados por todas as pessoas presentes.”

“Existe nisto uma questão de fato e não de opinião ou de imaginação.”

“Esses movimentos reproduziram-se tantas vezes, em condições tão numerosas, tão diversas, com tantas garantias contra o erro ou contra a fraude, e com resultados tão constantes, que os membros da Comissão que tentaram essas experiências, depois de terem sido, anteriormente, na maior parte, cépticos, convenceram-se de que existe uma força capaz de mover corpos pesados sem contato material, força essa que depende, de um modo desconhecido, da presença de seres humanos.”

“A Comissão não pôde coletivamente certificar-se a respeito da natureza e da origem dessa força, mas adquiriu a prova da realidade de sua existência.”

“A Comissão pensa que não existe fundamento na crença de que a presença de pessoas cépticas contraria a produção ou a ação dessa força.”

“Em resumo, a Comissão unicamente exprime a opinião de que a existência de um fato físico importante acha-se assim demonstrada, a saber: que movimentos podem produzir-se em corpos sólidos, sem contato material, por uma força desconhecida até o presente, agindo a uma distância indeterminada do organismo humano e completamente independente da ação muscular, força essa que deve ser submetida a um exame científico mais aprofundado, no intuito de conhecer-se a sua verdadeira origem, a sua natureza e o seu poder.”

“Entre os que forneceram evidências ou leram os relatórios perante a Comissão, achavam-se: Dr. Alfred Russel Wallace, Emma Hardinge, H. D. Jencken, Benjamin Coleman, Crowell F. Varley, D. D. Home e o mestre de Lindsay. Foi recebida correspondência do lorde Lytton, Robert Chambers, Dr. Garth Wilkinson, William Howit, Camille Flammarion e outros” (Fodor, N. – Encyclopaedia os Psychic Science, EUA; University Books, 1974, pp. 88 e 89).

Os nomes acima citados pertencem a personagens notáveis pelo seu valor, cultura e honorabilidade indiscutíveis e por demais conhecidos para dispensarem outros comentários. Mas é importante que se conheça a reação da imprensa daquela época, quando lhe foi distribuída cópia do relatório da Comissão.

A reação da imprensa

Como dissemos linhas anteriormente, a London Dialectical Society aprovou, pelo seu Conselho, o relatório da Comissão apresentado em 20 de Julho de 1870. Aprovou-o e mandou-o imprimir em 1871 o relatório intitulado de Report on Spiritualism of the Committee of the London Dialectical Society, para uso privado, mas remeteu cópia do mesmo à imprensa local. Talvez esperassem uma acolhida simpática e a divulgação do seu conteúdo. Mas, a reação foi outra.

Vejamos: The Times: “Nada mais do que uma mistura de frágeis conclusões, adornada por uma massa do mais monstruoso despropósito que jamais tivemos a desventura de opinar a respeito”.

Morning Post: considerou-o inteiramente inútil.

Saturday Review:..."Uma das superstições mais inequivocamente degradantes, que até agora encontrou curso entre seres racionais.".

Standard: conteve-se.

Daily News:..."Uma importante contribuição a um assunto que demandará investigação mais extensa".

Spectador: concordou com a conclusão do relatório, de que os fenômenos justificam posteriores investigações mais cautelosas. (Opus cit. P.89).

Enfim:

O relatório da Comissão limitou-se a expor amplo comentário acerca dos mais variados fatos observados pelos seus membros.

Tais fenômenos espontâneos e paranormais, contrariando a opinião da imprensa daquele tempo, continuaram a suceder até hoje e foram objeto de investigação da The Society for Psychical Research (SPR) nos anos subsequentes. Mas fica clara a lição dos fatos. Sempre foi difícil demonstrar-se a existência do objeto da parapsicologia. Não que os fatos não sejam irreais, mas porque é mais cômodo negá-los a priori, uma vez que a sua aceitação, de certa forma, implica na necessidade de uma reeducação daqueles que se convencem da sua realidade.

Fontes: Gabriel Delanne - O Fenômeno Espírita

Apresentação do segundo artigo:

SOCIEDADE DIALÉTICA DE LONDRES

A Sociedade Dialética de Londres, fundada em 1867 sob a presidência de Sir John Lubbock, e contando entre os seus vice-presidentes Thomas-Henry Huxley, um dos professores mais sábios da Inglaterra, o Sr. Georges-Henry Lewes, fisiologista eminente, decidiu, em sua sessão de 16 de fevereiro de 1869, que uma Comissão seria nomeada para estudar os pretendidos fenômenos espíritas, dando conta deles à Sociedade.

O debate suscitado por essa decisão mostrou que a maior parte dos seus membros não acreditava nos fenômenos espiritas e os jornais ingleses acolheram, com júbilo, a nomeação dessa Comissão que, pensava-se, cortaria pela raiz o mal do Espiritismo.

Com profunda surpresa do público inglês, a Comissão, depois de dezoito meses de estudo, concluiu a favor da realidade das manifestações. Daremos o texto do seu relatório no momento em que expusermos as experiências espíritas.

Entre os membros que tomaram parte nesse inquérito, estava o grande naturalista inglês Alfred Russell Wallace, êmulo e colaborador de Darwin, já convencido da realidade dos fenômenos.

Como Mapes, ou Hare e muitos outros, o Sr. Wallace, vencido pela evidência, fez corajosamente a sua profissão de fé, em um livro: Miracles and Modern Spiritualism, que ainda hoje apaixona os espíritas ingleses.

No número das testemunhas ouvidas pela Comissão da Sociedade Dialética de Londres, figuravam o professor Auguste de Morgan, presidente da Sociedade Matemática de Londres, secretário da Sociedade Real Astronômica, e o Sr. Varley, engenheiro-chefe das companhias de telegrafia internacional e transatlântica, inventor do condensador elétrico, que resolveu definitivamente o problema da telegrafia submarina.

O Morgan afirmou alto e bom som a realidade dos fenômenos, pelo seu livro: From Matter to Spirit; e, mais adiante, veremos uma carta onde o Sr. Varley rende, publicamente, homenagem aos Espíritos.

Semelhante concurso de nomes eminentes poderia parecer suficiente para estabelecer solidamente a teoria espírita, mas, em assuntos tão debatidos, convém não deixar de apresentar as afirmações autorizadas. Eis ainda outros testemunhos:

O Sr. Oxon, professor da Universidade de Oxford, estudou durante cinco anos o fenômeno da escrita direta (pneumatografia), isto é, da escrita produzida sem a intervenção de encarnado. Publicou um livro intitulado Spirit Teachings.

Somos assaz escrupulosos para não deixar passar em silêncio o testemunho de outro homem eminente, Sergent Cox, jurisconsulto filósofo, escritor que também se convenceu pelo exame.

Igualmente, lembramos que o Sr. Barkas, membro da Sociedade de Geologia de Newcastle, narrou suas experiências em um livro muito interessante, intitulado Outlines of Investigation into Modern Spiritualism.

Fontes: Gabriel Delanne - O Fenômeno Espírita

Fontes: Canal Espírita (Alfred Russel Wallace Vita dopo la Morte Fantasmi)

Fontes: Canal Espírita (William Crookes Vita dopo la Morte Fantasmi)

Fontes: Canal Espírita (Camille Flammarion Vita dopo la Morte Fantasmi)

Fontes: Survival After Death

Fontes: Luz na Mente - Revista on Line de Artigos Espíritas (Os espíritos afirmam que nunca houve povos de ateus na terra)

Opinião do naturalista Russel Wallace, rival de Darwin e presidente da Sociedade Inglesa de Antropologia:

“Eu era um materialista tão completo e tão convicto, que não podia haver em meu espírito qualquer lugar para uma existência espiritual. Os fatos, porém, são coisas obstinadas e me convenceram. Os fenômenos espíritas são tão comprovados como os fatos de todas as outras ciências.”

Opinião de M. C. Varley, engenheiro chefe das Companhias de Telégrafo Internacional e Transatlântico, inventor do condensador elétrico, que permitiu resolver o problema do telégrafo submarino:

“O ridículo que os espíritas sofreram advêm dos que não tiveram coragem nem interesse em fazer algumas pesquisas antes de atacar o que ignoram.”

E numa carta a Crookes, Varley acrescenta:

“Não conheço o exemplo de um homem de bom senso que, tendo estudado com cuidado os fenômenos espíritas, não se haja rendido à evidência.”

Opinião do célebre Arago, considerado o maior sábio do século XIX e que, assistindo aos primórdios do Espiritismo, exclamava, em presença do caráter maravilhoso dos fenômenos:

“Àquele que, fora das matemáticas puras, pronuncia a palavra impossível, falta-lhe prudência.”

Opinião de William Crookes, célebre físico inglês, que descobriu o tálium, tornou conhecido o estado radiante, inventou o radiômetro, experimentou os raios catódicos e facilitou o estudo dos Raios X (tubos de Crookes):

“Tendo me assegurado da realidade dos fenômenos espíritas, seria uma covardia moral recusar-lhes meu testemunho.”

Após seis anos de experiência sobre o Espiritismo, durante os quais imaginou numerosos aparelhos destinados a permitir controle científico e registrar os fenômenos, William Crookes escreveu a propósito desses fatos espíritas:

“Não digo que isso é possível; digo são verdadeiros.”


RELAÇÃO DAS OBRAS PARA DOWNLOAD

 

Artigos Espíritas - Conselhos aos médiuns e experimentadores (Gabriel Delanne - O Fenômeno Espírita)

 

Artigos Espíritas - Aparições Luminosas (Gabriel Delanne - O Fenômeno Espírita)

 

Artigos Espíritas - Experiências de Wallace - Os transportes (Gabriel Delanne - O Fenômeno Espírita)

 

Report on Spiritualism of the Committee of the London Dialectical Society (1871) (Eng.)