Defesa do Espiritualismo moderno
ALFRED RUSSEL WALLACE
Membro da Sociedade Real - Autor da História Natural do Arquipélago Malaio, de Explorações no Amazonas, da Teoria da Seleção Natural
Lançamento
original:
A Defence of Modern Spiritualism by Alfred Russel Wallace
Colby and Rich - 9 Montegomery Place.
Boston - 1874
Lançamento original:
Defensa del Espiritualismo Moderno por Alfred Russel Wallace
Traducida del original inglés por J.A.M.
Buenos Aires (La Plata) - 1887
OBRA RARA TRADUZIDA
Tradução do Espanhol: Teresa da Espanha
Revisão: Irmãos W. e Ery Lopes
Formatação: Alexandre R. Distefano
Versão digitalizada:
© 2022
Distribuição gratuita:
Portal Luz Espírita
Autores Espíritas Clássicos
Um prólogo:
Prezado leitor, aqui em suas mãos está uma obra rara, mas não por isso menos importante, vista a relevância científica do seu autor. Em idioma espanhol é muito difícil encontrar um exemplar desta obra nas livrarias de “sebo”, e esta que aqui apresentamos é uma edição argentina de 1887.
Wallace é um dos cientistas mais eminentes que abraçaram as ideias espíritas da “Teoria da Evolução das espécies por seleção natural” junto com Darwin. Mesmo sua bibliografia sendo escassa e não merecendo a importância de outros sisudos pesquisadores, como William Crookes ou Charles Richet, visto que Wallace foi um espírita mais de estudo e divulgação, sentimo-nos honrados em apresentar aqui esta obra; a qual é muito citada nos diversos livros de Léon Denis e também nos meios espíritas em geral, sendo por isso merecedora de uma justa recuperação.
ALGUMAS PONTUALIZAÇÕES
A ortografia foi modernizada, para facilitar a leitura.
Em inglês “Spiritualism” significa espiritualismo e espiritismo ao mesmo tempo, já que não existe um termo específico para espiritismo, lembrando que essa palavra foi idealizada pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido como Allan Kardec, em sua pesquisa deu início à codificação da Doutrina Espírita, com a publicação de O Livro dos Espíritos (1857).
Pelo seu valor histórico e grande relevância para o assunto em questão, vamos anotar por sua vez, as inscrições que o ex-proprietário da obra deixou impressas no frontispício da mesma, sem saber que um dia elas iam ser lidas por milhares de pessoas.
Sem me alongar mais, desejo que esta leitura possa ser instrutiva para todos.
NOTAS DO EX-PROPRIETÁRIO
Todo mundo sabe que um ano antes de Darwin publicar seu famoso livro A Origem das Espécies, um famoso viajante e não menos famoso naturalista, Alfred Russell Wallace, já tinha proclamado que a seleção natural foi a causa da variabilidade das espécies; seu livro, ou melhor, memória, passou despercebido. Como explicar, então, a revolução que a obra de Darwin trouxe depois?
A teoria de Darwin baseia-se nos quatro axiomas seguintes:
• Na natureza não existem dois animais ou plantas com perfeita identidade.
• Os descendentes tendem a herdar as peculiaridades de seus progenitores.
• Dentre aqueles que chegam à vida, poucos atingem a maturidade.
•
Aqueles que se adaptam bem ao meio-ambiente em torno são mais propensos a
produzir descendentes.
Oh sacrossanta verdade! Todos dizem que te amam; porém como são poucos aqueles
que aceitam manter-te às suas custas!…
Estou tão longe de achar inconveniente a confissão da própria ignorância quando ela realmente existe, que antes considero como uma baixeza bancar que sabemos aquilo que ignoramos, e esta baixeza foi quem encheu de inúmeras páginas inúteis, não apenas os livros de filosofia, mas também de outras faculdades. Não seria impostura, alheia a todo homem honesto, proferir como verdadeiro aquilo que é duvidoso, como claro aquilo que é escuro e, por não confessar ignorância, assinalar como causa de um efeito aquilo que para si mesmo tem certeza de que não é possível que seja? P. Feijoó “Teatro Crítico Universal, página 53. Volume III. Madrid 1777.”
“Atacar a fé dos Crookes, dos Zöllner e dos Wallaces é fácil, porém é menos confortável subir ao nível onde eles estão”. Aquiles de Poincelot.
“Os males que infligimos ao nosso próximo nos perseguem como a sombra persegue o corpo”.Krishna.
“As virtudes ocultas e as estrelas inacessíveis, mesmo não sendo vistas, nem por isso deixam de brilhar.” Marietta.
“Não existe arma alguma tão poderosa quanto a virtude”. Menandro.
“Para além do túmulo, não temos outro juiz nem outro carrasco a não ser a nossa própria consciência”. León Denis.
“Esta religião da razão e da ciência chama-se Espiritismo”. Giuseppe Garibaldi.
Juan
Boada (rubrica)
Buenos Aires, fevereiro 1898.
Prefácio:
Parece que tanto o sistema moral quanto o religioso receberão, do progresso da ciência, profundas modificações no futuro. Eles se acomodarão cada vez mais aos fenômenos naturais: não apenas às descobertas do diligente materialismo, trabalhando em uma única direção, como também aos fatos transcendentais que o Espiritualismo moderno tem restaurado e demonstrado.
Uma dessas ordens de fenômenos é incompleta sem a outra; e é tão verdadeiro que o materialismo está condenado a ser circundado e transfigurado pelo horizonte mais vasto do Espiritualismo, quanto que o sistema do universo de Ptolomeu foi condenado a ser substituído pelo de Copérnico.
Os fatos impopulares costumam encontrar uma oposição tão persistente quanto aquela que segue as teorias impopulares; por essa razão os espiritualistas inteligentes não se alteram por causa do antagonismo que seus fatos têm encontrado nos Huxleys, Tyndalls, Carpenters e Buchner da nossa atualidade. – Todos estes homens, ao trabalharem pela ciência, cada um ao seu modo, mesmo com a desvantagem da ignorância de certos fenômenos de vasta significação, são bem-vindos para os espiritualistas, como cooperadores na causa da verdade; porque, descansando nos fatos, confiam em que a ciência genuína é capaz de incluir todos eles, e em que cada nova descoberta precisa estar em harmonia com aquilo que eles reconhecem como verdadeiro. Visto que a oposição aos fenômenos, em realidade, provém apenas da falta de conhecimentos, ela somente indica a magnitude e o espantoso caráter desses mesmos fenômenos que conseguiram excitar tal incredulidade em presença de testemunhas irrefutáveis.
Entre os homens de ciência que já admitiram os fenômenos e, além dos fatos, também a teoria do Espiritualismo, encontram-se: Hare, químico; Varley, da Sociedade Real, eletricista; Flammarion, astrônomo; Crookes, da Sociedade Real, químico; Hoefle, autor da “História da Química”; Nichols, químico; Fichte, filósofo; Liais, astrônomo; Hernan Goldschmidt, astrônomo e descobridor de catorze planetas (*); Von Esenbach, o maior botânico alemão moderno; Huggins, da Sociedade Real, astrônomo-espectrocopista; De Morgan, matemático; Dille, físico; Elliotson, Ashburner e Gray, médicos e cirurgiões.
(*) Entendendo por planetas, corpos menores tais como asteróides.
No entanto, a nenhum outro homem de ciência eminente o espiritualismo moderno deve mais do que a Alfredo Russell Wallace, membro da Sociedade Real, que se distingue pelas suas pesquisas em História Natural, Paleontologia e Antropologia. Sua “Defesa do Espiritualismo”, que veremos na sequência, apareceu primeiro na “Revista Quinzenal de Londres” de maio e junho de 1874. Contendo os últimos fatos, ainda não foi apresentada exposição alguma que respondesse melhor aos adversários do Espiritualismo.
Wallace, tendo chegado ao mesmo tempo com Mr. Darwin a conclusões semelhantes sobre a origem e seleção das espécies, difere dele em um ponto importantíssimo; porque ele acredita que “é preciso admitirmos uma inteligência superior para poder explicar a existência do homem”. Seu conhecimento dos fenômenos do espiritualismo dá a ele uma grande vantagem sobre Mr. Darwin na amplitude e alcance da sua antropologia. Além da sua grande obra sobre a “História Natural do Arquipélago Malaio” e a exposição de suas “Explorações no Amazonas”, o senhor Wallace é autor da “Teoria da Seleção Natural” e de muitos artigos em jornais científicos.
O Dr. Hooker, presidente da “Associação Britânica para o Avanço da Ciência”, escreveu em 1868: “De Mr. Wallace e suas muitas contribuições para a Biologia filosófica, não é fácil falar sem entusiasmo; porque, além do grande mérito das mesmas, ele esquece em seus inúmeros escritos, com essa modéstia tão espontânea como rara, seus próprios inquestionáveis créditos ao mérito de ter originado, de forma independente, as teorias que Mr. Darwin tão habilmente defende”.
Não seria possível tratar com ligeireza ou prescindir do testemunho dos grandes fenômenos do Espiritualismo que traz um pesquisador como o Sr. Wallace. O que poderia ser replicado diante da falange de fatos que ele apresenta?
Epes Sargent
Fontes:
Canal Espiritismo em Kardec (Jáder dos Reis - Alfred Russel Wallace)
Fontes:
União Espírita Mineira (14º ENLIHPE | Homenagem a Alfred Russel Wallace)
Fontes:
Espiritismo Comentado (Wallace foi
Espiritualista???)
Fontes:
Federación Espírita Española (Biblioteca Libros
Espíritas en Español)
"O Espiritualismo é uma ciência experimental, e fornece a única base segura para uma filosofia verdadeira e para uma religião pura. Suprime as palavras “sobrenatural” e “milagre”, amplia a esfera da lei e o domínio da natureza; e assim, recolhe e explica o que existe de verdadeiro nas chamadas superstições e nos pretensos milagres de todos os tempos. Ele, e somente ele, consegue harmonizar as crenças contrárias; e irá conduzir finalmente à concórdia da espécie humana em matéria religiosa, que por tantas eras tem sido fonte de incessante discórdia e de incalculáveis desgraças; e poderá fazê-lo, porque apela para a evidência antes que para a fé, e substitui opiniões por fatos, mostrando-se assim apto para demonstrar a origem de boa parte dos ensinamentos que os homens com tanta frequência têm considerado como divinos."
Alfred Russel Wallace "Defesa do Espiritualismo moderno"
RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD
Alfred Russel Wallace - Defesa do Espiritualismo moderno
(Obra rara traduzida)
Alfred Russel Wallace - Defensa del espiritualismo moderno
(1887) (Esp.)
Alfred Russel Wallace - A Defence of a Modern Spiritualism
(1874)
(Eng.)
Baixar todas as obras
no
arquivo zipado