EUGÈNE AUGUSTE ALBERT DE ROCHAS

AS VIDAS SUCESSIVAS

 

Albert de Rochas - Les vies successives

Documents pour l’étude de cette question

Libraire Générale des Sciences Occultes

Bibliothèque Chacornac

11, Quai Saint-Michel, 11

Paris (1911)

 

Reencarnação [do latim re + incarnatione] - 1. Retorno do Espírito à vida corpórea, em um novo corpo especialmente formado para ele. É progressiva ou estacionária, nunca é retrógrada. Palingenesia - [do grego palin + genes (e) + -ia] - Renascimentos sucessivos dos mesmos indivíduos.

Sinopse da obra:

Albert de Rochas na sua obra “As Vidas Sucessivas” sistematizou, pela primeira vez na História Moderna, o uso da técnica da regressão de memória.

É um grande marco na História das Pesquisas Psíquicas.  Foi a partir dos estudos de Albert de Rochas, aqui relatadas, que a reencarnação começou a ser considerada lei natural, cientificamente demonstráveis, em vez de crença de caráter religioso ou preceitos ocultistas.

Pesquisou pessoalmente dezoito pessoas, no período que vai de 1903 a 1910, levantando não apenas a questão das vivências passadas, mas numerosos aspectos complementares e subsidiários, entre eles: pontos hipnógenos no corpo físico, projeção do corpo astral, ideoplastia do períspirito, progressão de memória ou vidas futuras, etc.

As pesquisas realizadas por Albert de Rochas através desta obra contribuíram de forma decisiva e pioneiramente, para que as pesquisas sobre reencarnação obtivessem um cunho científico, lançando juntamente com a Doutrina Espírita as bases dos estudos modernos sobre o trinômio corpo-mente-espírito.

Apresentação:

Hermínio C. Miranda

Este livro é um clássico, uma referência, na longa busca de melhor entendimento do ser humano e das leis que regem sua interação com as pessoas, os fenômenos e eventos que se desdobram à sua volta, mas principalmente “dentro” daquilo que nos acostumamos a chamar de mente. Em suma, sua interação com a vida, nisso incluído, obviamente, o universo em que vive.

Foi a partir dele, ainda na década de 60 do século passado, que encetei os estudos que me levariam à elaboração de A Memória e o Tempo, na segunda metade da década de 70 e publicado no início dos anos 80.

Garimpei o original francês que deu origem a esta tradução, num sebo, como de tantas outras vezes, em momento feliz, por se tratar de edição raríssima de 1911.

Logo na primeira leitura, senti considerável impacto. Quanto mais o lia, relia e aprofundava a meditação sobre seu conteúdo, mais impressionado ficava. Agradava-me a abordagem sensata e inteligente do autor, emoldurada por inesperada humildade intelectual em cientista daquele porte.

De Rochas se punha como atento e curioso pesquisador, disposto a aprender com os fatos, em vez de tentar enquadrá-los em rígido contexto de modelos preconcebidos, atitude comum àquele tempo, como ainda hoje, de parte dos que não se sentem encorajados e nem preparados para mudar e, por conseguinte, a progredir galgando patamares mais elevados de conhecimento.Sua postura era, pois, despreconceituosa e atenta, mas aberta.

Outra coisa: o ilustrado coronel, engenheiro e conde não pretendeu considerar suas reflexões como última palavra a ser religiosamente acatada pelos que o lessem. Ao contrário, atribuiu ao seu trabalho a modesta condição de um conjunto de documentos preliminares para estudo da questão, ao indicar a necessidade de pesquisas mais amplas e profundas que dessem continuidade à sua tarefa.

Seu livro, contudo, é muito mais que uma dissertação primária.

De Rochas relata suas experiências, oferece conclusões sobre o que testemunhou e levanta aspectos inusitados da mente para os quais ainda não dispunha de explicações que satisfizessem seus critérios pessoais, ainda que apontando em determinada direção. Em outras palavras, não dogmatiza.

Ademais, ao empreender seus estudos entre o final do século 19 e início do século 20, não partiu de premissas propostas pelo espiritismo, cuja doutrina se achava, àquela época, bastante difundida ali mesmo, na França.

De início, estranhei esse procedimento. Hoje entendo-o como opção válida e medida de prudência destinadas a preservar a isenção necessária ao trabalho em que se empenhava. Se ele partisse de conceitos doutrinários espíritas, caracterizando-se como militante do movimento que se expandia, seus estudos ficariam certamente expostos à rejeição liminar por parte das correntes intelectuais da época, dominadas por pensadores de formação nitidamente materialista ou positivista – como ocorreu e ocorreria a tantos outros mais tarde.

Em nota de rodapé, ele explica que não cuidava especificamente de espiritismo, por entender que disso ocupavam-se outros estudiosos. Sem ignorar ou negar os postulados espíritas – alude com respeito e admiração à obra de Léon Denis, por exemplo –, limitava-se a aspectos científicos que, direta ou indiretamente, acabaram resultando em valioso suporte à inteligente doutrina dos espíritos.

Realmente, ao estampar na reencarnação a marca autenticadora da ciência, seu estudo, mesmo preliminar, como ele o entendia, legitimava a realidade espiritual, tal como figura nos livros básicos de Allan Kardec.

Tenho insistido reiteradamente em meus escritos em que essa realidade, fundamental ao entendimento da vida, é insuscetível de esquartejamento. Estamos aqui diante de um bloco inteiriço de conceitos solidamente colados uns nos outros.

No meu entender, a reencarnação é o cimento que mantém inseparáveis tais componentes. E que, demonstrada – como está há muito – a legitimidade da reencarnação, os demais aspectos exigem automática integração no modelo em que não se admite ignorar, no mínimo, a preexistência e a sobrevivência do ser à morte corporal.

Por outro lado, de Rochas pôs em evidência relevantes aspectos colaterais, como a lei de causa e efeito e, portanto, o mecanismo da evolução do ser rumo à perfeição e, atachado a esse conceito, sublinhando-o de modo sutil, mas dramático, a verdade subjacente de um claro componente ético necessário ao funcionamento daquele mecanismo.

Deixou, ainda, informações do mesmo nível de importância acerca das faculdades mediúnicas e, portanto, do intercâmbio entre “vivos” e “mortos”. Nota-se, no desenrolar de suas experiências, a presença de entidades desencarnadas, bem como a evidência de um “espaço” cósmico invisível aos nossos sentidos habituais, “onde” vivem, sofrem, amam, odeiam, aprendem e se reciclam os seres espirituais entre uma vida e outra na Terra.

Disto se conclui que, a despeito de não se caracterizar como texto doutrinário espírita, seu valioso trabalho oferece firme suporte aos ensinamentos e conteúdos dos livros básicos da Codificação.

Além disso, de Rochas deixou significativa contribuição ao estudo da própria memória, em sua interação com o tempo. Conceitos como o de inconsciente – que começavam a emergir na época –, encontram nos seus trabalhos, tanto quanto na doutrina dos espíritos, encaixes precisos e espaço próprio, como procurei demonstrar em Alquimia da Mente.

Que eu saiba, foi ele quem primeiro colocou de maneira transparente a possibilidade de explorações no futuro, tanto quanto no passado do ser humano. Aparentemente inconclusivas, suas “progressões” (mergulho na memória futura) deixaram vestígios importantes de uma realidade que somente cerca de um século mais tarde seria retomada para mais profundas explorações, como se pode conferir nos escritos da doutora Helen Wambach e de outros estudiosos como Chet Snow.

Por tudo isso, os textos de de Rochas – e este livro não é o único a solicitar nossa atenção – merecem atenção, respeito e admiração.

Parabéns à Lachâtre por resgatar mais este importante depoimento científico de um injusto e demorado esquecimento.

Hermínio C. Miranda
Outubro de 2002.

Fontes: Canal Espírita Jorge Hessen (Reencarnação - Caso James Leininger evidências contundentes) (Trecho editado do documentário A Ciência da Alma, exibido pela Discovery Science (ligado ao Discovery Channel), para destacar a desconcertante história de James Leininger com evidência contundentes sobre um caso documentado de Reencarnação.)

Fontes: Artigos Espíritas Paulo Neto (Portal Ebook Espíritas)

Fontes: Projeto Allan Kardec (Coleção de Manuscritos de Allan Kardec) 

"A pluralidade das existências, cujo princípio o Cristo estabeleceu no Evangelho, sem todavia defini-lo como a muitos outros, é uma das mais importantes leis reveladas pelo Espiritismo, pois que lhe demonstra a realidade e a necessidade para o progresso.

Com esta lei, o homem explica todas as aparentes anomalias da vida humana; as diferenças de posição social; as mortes prematuras que, sem a reencarnação, tornariam inúteis à alma as existências breves; a desigualdade de aptidões intelectuais e morais, pela ancianidade do Espírito que mais ou menos aprendeu e progrediu, e traz, nascendo, o que adquiriu em suas existências anteriores."

Allan Kardec - "A Gênese" - Capítulo I - Caráter da revelação espírita"

I – Da Reencarnação

166. A alma que não atingiu a perfeição durante a vida corpórea como acaba de depurar-se?
— Submetendo-se à prova de uma nova existência.

166 – a) Como ela realiza essa nova existência? Pela sua transformação como Espírito?
— Ao se depurar, a alma sofre sem dúvida uma transformação, mas para isso necessita da prova da vida corpórea.

166 – b) A alma tem muitas existências corpóreas?
— Sim, todos nós temos muitas existências. Os que dizem o contrário querem manter-vos na ignorância em que eles mesmos se encontram; esse é o seu desejo.

166 – c) Parece resultar, desse princípio, que após ter deixado o corpo a alma toma outro. Dito de outra maneira, que ela se reencarna em novo corpo. É assim que se deve entender?
— É evidente.

167. Qual a finalidade da reencarnação?
— Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isso, onde estaria a justiça?

168. O número das existências corpóreas é limitado ou o Espírito se reencarna perpetuamente?
— A cada nova existência o Espírito dá um passo na sendo do progresso: quando se despojou de todas as impurezas, não precisa mais das provas da vida corpórea.

169. O número das encarnações é o mesmo para todos os Espíritos?
— Não. Aquele que avança rapidamente se poupa das provas. Não obstante, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas porque o progresso é quase infinito.

170. Em que se transforma o Espírito depois de sua última encarnação?
— Espírito bem-aventurado; um Espírito puro.

Allan Kardec - "O Livro dos Espíritos" - Livro II - Cap. IV - Pluralidade das Existências

 

RELAÇÃO DE ARTIGOS PARA DOWNLOAD

 

Imperatriz Teodora e as 500 prostitutas (Artigos Espíritas Paulo Neto)

 

Reencarnação no Concílio de Constantinopla - Orígenes x Império bizantino (EBook Paulo Neto)

 

RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD

 

Albert de Rochas - As Vidas Sucessivas PDF

 

Albert de Rochas - Les vies successives (1911) (Fr.)

 

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