JULIAN OCHOROWICZ

A SUGESTÃO MENTAL

 

Título original em francês

Julian Ochorowicz - De la Suggestion Mentale

Paris

Octave Doin, Éditeur

8, Place de L´ Odéon,8

 1889

Sinopse da obra:

O Dr. Julian Ochorowicz foi um dos mais competentes e metódicos investigadores da sugestão mental, também conhecida como comando telepático.

Esta obra pode ser considerada como um clássico na literatura parapsicológica. Nela o autor faz um minucioso relato das suas investigações acerca das diferentes modalidades de fenômenos telepáticos por ele estudados, quais sejam: sugestão mental aparente, provável e verdadeira, simpatismo orgânico e contágio, transmissão dos estados emotivos e das ideias, ação da vontade, a importância da “relação psíquica”, sugestão mental a prazo ou à distância, etc.

Não obstante ter sido Ochorowicz contrário à argumentação espírita, sua obra é um importante documento histórico para o Espiritismo, já que suas importantes pesquisas são citadas nas obras de grandes autores espíritas, como Léon Denis, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano, Camille Flammarion, Gustave Geley, entre outros.

Prefácio da obra:

Este livro, cujo título talvez assuste os que temem as novidades, não é uma obra de imaginação, mas de experiência. São aqui expostas dezenas de fatos que foram observados tanto pelo próprio autor como por diferentes experimentadores.

É uma coleção de fatos sobre a sugestão mental e em nenhum outro lugar encontraremos reunidos tão numerosos documentos sobre o assunto.

Mas não basta reunir fatos; é preciso também que eles sejam bem observados. Nesse sentido a crítica de Ochorowicz aos fatos que ele viu ou que relata segundo outros sábios é tão severa quanto deve ser num paciente tão difícil.

O que domina, em sua obra, é a vontade, bem determinada e bem perseverante, de levar em conta todas as objeções, de afastar todas as causas de má-fé, conscientes ou inconscientes, de se representar, por vezes exagerando-as, as dificuldades do problema e de não se satisfazer senão depois de afastar tudo o que possa causar ilusão.

A tarefa era difícil e já é muito empreendê-la com tal rigor.

Para demonstrar a sugestão mental, basta eliminar duas causas de erros:

– Antes de tudo, e em primeiro lugar, o erro devido ao artifício, ao estratagema. E quando eu falo de estratagema não me refiro àquele que é voluntário, meditado, maquinado, combinado de antemão; este é muito raro.

Eu me refiro ao estratagema inconsciente, mecânico, produzido pela tendência natural que em todos nós existe, de querer fazer cobrir de êxito uma experiência. Antes de tudo, pois, é preciso assegurar que nenhuma indicação involuntária deve ser dada, isto é, que não deve haver nem palavra, nem gesto, nem contato que possa induzir a pessoa que responde a preferir tal ou qual resposta.

A segunda causa de erro é o acaso. O acaso leva frequentemente a coincidências impressionantes. Ora, todas as vezes que o acaso possa ser invocado, a certeza matemática jamais poderá ser obtida, não ficando sequer uma certeza moral que resulta do sucesso consecutivo de muitas experiências cuja probabilidade é fraca.

Ochorowicz procurou eliminar estas diferentes dificuldades: assim, chegou a um certo número de casos que ele considera como probatórios (e eu creio poder dizer que é um tanto difícil fazer provas). Graças a algumas experiências decisivas, ele firmou uma convicção e naturalmente quer transmiti-la para os seus leitores.

Entretanto, não creio que seu livro, por mais demonstrativo que seja, arrebate a convicção de todos. Sei muito bem, por minha própria experiência, como é difícil acreditar naquilo que se vê, quando aquilo que vemos não está de acordo com as ideias gerais, banais, que formam o fundo de nossos conhecimentos.

Há 15 dias vi um tal fato impressionante, que me convenceu. Hoje eu sacudo a cabeça e começo a duvidar. Dentro de seis meses eu não acreditarei em mais nada. Trata-se de uma curiosa anomalia de nossa inteligência. Não é suficiente, afinal, para conduzir à convicção, que um fato seja lógico e experimentalmente provado; é preciso também que adquiramos, por assim dizer, o hábito intelectual. Se ele quebra nossa rotina, é repelido e desprezado.

É o que nós comumente chamamos de bom senso. É o bom senso que faz rejeitar todas as ideias não entendidas, novas, é o bom senso que rege nossa conduta e dirige nossa opinião.

Pois bem, esse bom senso que tanto louvamos não é senão uma rotina da inteligência. O bom senso de hoje não é o bom senso de há 200 anos nem o bom senso de há 2 mil anos. O bom senso, 2 mil anos atrás, levava a acreditar que o Sol gira em volta da Terra e se esconde todas as noites no oceano.

O bom senso de há 200 anos dizia que não se pode, no mesmo dia, mandar notícia para Pequim e ter uma resposta e, entretanto, o bom senso de hoje indica que se pode mandar um telegrama para lá, com resposta paga. Hoje o bom senso manda treinar um formidável exército com um milhão de soldados e cinco milhões de fuzis. Não é fato que há dois ou três séculos esse bom senso era um absurdo?

Assim, se nós nos opomos à sugestão mental em nome do bom senso, não estamos falando do bom senso de 1986, pois o bom senso de 1986 terá outras tendências. É apenas uma questão de tempo e eu imagino que dentro de bem poucos anos esta ideia, tendo feito seu caminho nos espíritos, será considerada muito simples.

Chegarão mesmo a se admirar de que tivéssemos tido dificuldades para admiti-la. Por acaso não estamos vendo as imortais descobertas de nosso grande Pasteur, estabelecidas com um luxo impressionante de experiências demonstrativas, encontrarem uma assustadora oposição? Que melhor exemplo de nossa incurável rotina?

Isto não quer dizer que eu considere, em definitivo, a sugestão mental como rigorosamente provada. É claro que não; e as experiências demonstrativas são raras. Em geral, quando elas são probatórias (pela concordância dos resultados) não são irrepreensíveis, e quando elas são irrepreensíveis não são de todo probatórias. Há, entretanto, algumas que são ao mesmo tempo irrepreensíveis e probatórias; nós as encontraremos expostas neste livro e poderemos avaliar sua importância.

Depois dos fatos, as teorias. Estas são numerosas, mas não me parecem merecer grande importância. O essencial é estabelecer este fato:

“Além de todo fenômeno apreciável a nossos sentidos normais, à nossa perspicácia normal, tão viva como se supõe, existe, entre o pensamento de dois indivíduos, uma tal correlação, que o acaso não é suficiente para explicá-la.

A meu ver, a demonstração desta proposição é que é ponto fundamental. Ora, o que quer que Ochorowicz e outros, antes dele, tenham acumulado de provas, elas não trazem a convicção absoluta, integral, mas somente a dúvida, tão forte é, para atuar sobre nossas ideias, a influência da rotina e do hábito.

Qualquer que seja, além disso, a opinião definitiva que se faça, sobre a realidade da sugestão mental, isso não deve, eu acho, influir sobre o julgamento do livro de Ochorowicz. Parece-me que todo mundo deverá render homenagem à sua sinceridade, sua perseverança e seu desprezo pelas opiniões firmadas. Sente-se que ele ama apaixonadamente a verdade. É um elogio que todos os homens de boa fé saberão apreciar.

Charles Richet - O Pesquisador Espírita

Comentário do site:

O site vem apresentar mais um grande tema de grande relevância.

O que é a Sugestão Mental???

Será que podemos influenciar as pessoas através da sugestão dos nossos pensamentos??? Como funciona a influenciação dos pensamentos???  Podemos receber a influência dos pensamentos de espíritos desencarnados???

O cérebro é como um aparelho emissor e receptor de ondas mentais; o pensamento é um fluxo energético do campo espiritual. A vibração é um movimento de vaivém, chama-se movimento vibratório. Sintonia é a identidade ou harmonia vibratória, isto é, o grau de semelhança das emissões ou radiações mentais de dois ou mais espíritos, encarnados ou desencarnados, ou encarnados e encarnados.

Sabemos que o pensamento é um fluxo fluídico, é matéria sutil do corpo espiritual, logo é concreto e, às vezes muito visível, podendo perdurar longamente em dadas circunstâncias. Portanto o padrão vibratório é uma maneira de definir o padrão moral do espírito. Atraímos as mentes que possuem o mesmo padrão vibratório nosso, que estão no mesmo nível moral.

A comunicação interespiritual é controlada pelo grau de sintonia, a qual a seu turno, decorre da afinidade moral. Temos, por isso, a companhia espiritual que desejamos mediante o nosso comportamento, sentimentos, pensamentos e aspirações. Estão ao nosso redor aqueles que sintonizam conosco.

É o caso e a hora de perguntar:

— Como podemos elevar cada vez mais as nossas vibrações e, assim, aprimorar a capacidade de sintonia e vibração?

R: Enriquecendo o pensamento por meio do desenvolvimento da INTELIGÊNCIA; - estudo, conhecimento, SENTIMENTO; - prática do bem, serviço prestado, moralidade, em suma, auto-aperfeiçoamento pelo esforço próprio no caminho do bem.

Irmãos W. e Jorge Hessen

Fontes: Canal Espírita Jorge Hessen (Eusapia Paladino dopo la morte Verità dei Fenomeni Spiritici Documentario Completo)

Fontes: Canal Espírita Jorge Hessen (Allan Kardec, o Educador e o Codificador da Doutrina Espírita - José Raul Teixeira)

“O espírito – diz Allan Kardec, o Grande Mestre do Espiritismo – não está fechado no corpo como numa caixa: ele irradia-se em torno; eis por que ele se pode comunicar com outros espíritos, mesmo em estado de vigília, embora o faça com mais dificuldade do que durante o sono.”

Sabemos que os espíritas admitem ainda uma transmissão de pensamento entre as almas encarnadas e os espíritos libertos. “Os espíritos não têm senão a linguagem do pensamento; eles não têm uma língua articulada”, garante Allan Kardec, e podemos acreditar em sua palavra.

Assim, se algum espírito tem alguma coisa para nos dizer, ele é obrigado a servir-se de um intérprete. Esse intérprete é o médium.

“É o espírito do médium que é o intérprete, porque ele está ligado ao corpo que serve para falar...” Mas às vezes esse único intermediário não é suficiente:

Julian Ochorowicz "O Pesquisador Espírita"

"Tal qual é hoje professada, a doutrina espírita tem uma amplidão que lhe permite abarcar todas as questões de ordem moral: satisfaz a todas as aspirações, e, pode-se dizer, ao mais exigente raciocínio, para quem quer que se dê ao trabalho de estudá-la e não esteja dominado pelos preconceitos.

Ela não tem as mesquinhas restrições de certas filosofias; alarga ao infinito o círculo das idéias e ninguém é capaz de elevar mais alto o pensamento e tirar o homem da estreita esfera do egoísmo, na qual tentaram confiná-lo. Enfim, ela se apóia nos imutáveis princípios fundamentais da religião, dos quais é a demonstração patente"

Allan Kardec " O Codificador da Doutrina Espírita"

 

RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD

 

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Julian Ochorowicz - De la Suggestion Mentale (1889) (Fr)