SIR WILLIAM CROOKES

FATOS ESPÍRITAS

(Observados por William Crookes é outros sábios)

TRADUÇÃO - Oscar D'Argonnel

 

Título original em inglês

William Crookes - Researches in the Phenomena of the Spiritualism

Reprinted The Quarterly Journal of Science

London (1874)

 Sinopse da obra:

Nesta grande obra de William Crookes com o tema "Fatos Espíritas" mostra a existência da alma que era apresentada como um dogma de fé por todas as religiões e que a filosofia nos mostrava por palavras, é hoje, graças ao Espiritismo, uma verdade científica.

Foi este pequeno livro de Crookes, Fatos Espíritas, que causou um grande rebuliço no meio científico europeu, dado o grande prestígio desse eminente cientista, descobridor do elemento químico Tálio e da matéria radiante.

O fato de um respeitado cientista como Crookes ter se dedicado à pesquisa dos fenômenos espíritas era, obviamente, um forte motivo para se ver nesses fenômenos a comprovação da continuidade de nossa existência após a morte do corpo físico.

E isso atraiu numerosos cientistas para as pesquisas desses fenômenos.

A obra original em inglês ("Researches in the Phenomena of Spiritualism") - lançado na Inglaterra em 1874 (No Brasil a obra foi lançado pela FEESP em 1919 no ano da morte de Crookes com o título "Fatos Espíritas").

Prefácio da obra:

Publicando este livro temos em vista tão somente tornarem-se conhecidos aos leitores de língua portuguesa os fatos espíritas examinados rigorosamente à luz da ciência por um dos mais eminentes sábios do século – William Crookes.

Deixamos de apresentar os rigorosos processos científicos adotados pelo ilustre experimentador, porque temos certeza de que as pessoas que os desejarem conhecer irão lê-los na obra original.

Esses admiráveis fenômenos devem encher de júbilo os espiritualistas e entristecer profundamente todos quantos só acreditavam na força e na matéria.

Os fenômenos espíritas têm sido objeto de atenção dos sábios mais ilustres do mundo, tais como Crookes, Gully, Elliotson, Lodge, Challis, Morgan, Wallace, Varley, Lombroso, Zöellner, Carl du Prel, Charles Richet, Aksakof, Rochas e muitos outros.

Como vemos, são os mais distintos físicos, químicos, matemáticos, astrônomos, fisiologistas, criminalistas, etc., os homens que atestam a realidade dos fatos do Espiritismo.

E, a nosso ver, essa atestação é um golpe mortal vibrado na escola materialista.

A existência da alma, que era apresentada como um dogma de fé por todas as religiões e que a filosofia nos mostrava por palavras, é hoje, graças ao Espiritismo, uma verdade científica. Atualmente os sábios dizem que a alma existe porque a vêem e tocam, conversam com ela e lhe tiram o retrato.

A prova científica da existência da alma e da sua comunicação conosco é o legado mais brilhante que o presente século vai deixar ao vindouro.

Oscar D’Argonnel

Trechos da obra:

Mediunidade da Srta. Florence Cook

As cartas seguintes apareceram nos jornais espiritualistas, nas datas que trazem, e formam a conclusão natural desta série de memórias.

“Senhor:

“Esforcei-me o mais que pude para evitar toda controvérsia, escrevendo ou falando sobre assunto tão apaixonável quanto os fenômenos chamados espíritas. A não ser em muito pequeno número de casos, onde a eminente posição dos meus adversários poderia emprestar ao meu silêncio outros motivos que não os verdadeiros, não repliquei jamais os ataques e as falsas interpretações que a minha ligação a essa causa ocasionou contra mim.

“O caso é outro, entretanto, quando algumas linhas de minha parte puderem, talvez, afastar uma injusta suspeita atirada sobre alguém; e quando esse alguém é uma mulher, moça sensível e inocente, cumpre-me o dever especial de empregar a autoridade do meu testemunho em favor dela, que creio injustamente acusada.

“Entre todos os argumentos apresentados de um e outro lado, relativamente aos fenômenos obtidos pela mediunidade da Srta. Cook, vejo poucos fatos estabelecidos de maneira a conduzir o leitor desprevenido a dizer, no caso, que possa ter confiança no critério e na veracidade do narrador: “Enfim, eis uma prova absoluta!”

“Vejo muito fortes asserções, muita exageração não intencional, conjeturas e suposições sem fim, não poucas insinuações de fraude, um pouco de gracejo vulgar, mas não vejo ninguém apresentar-se com as afirmações positivas, baseadas na evidência dos seus próprios sentidos, de que, quando a forma que se denomina Katie está na sala, o corpo da Srta. Cook está nesse momento no gabinete, ou por outra, não está.

“Assim, parece-me que toda a questão está estritamente limitada.

“Que se prove como fato uma ou outra das alternativas precedentes, e todas as outras questões subsidiárias serão afastadas.

“Mas a prova deve ser absoluta: não deve ser baseada num raciocínio por indução ou aceita à vista da integridade suposta dos selos, dos nós ou das costuras, pois tenho razão para estar certo de que o poder em atividade nesses fenômenos é como o amor, que “zomba das fechaduras”.

“Eu tinha esperança de que alguns dos amigos da Srta. Cook, que acompanharam as suas sessões quase desde o começo, e que parecem ter sido altamente favorecidos nas provas que receberam, tivessem dado, antes de mim, testemunhos em seu favor.

Mas, na falta das testemunhas que seguiram esses fenômenos desde o seu começo, há cerca de três anos, seja-me permitido, a mim que não fui admitido senão muito tarde, expor um fato verificado em uma sessão para que eu fora convidado, a pedido da Srta. Cook, e que se realizou alguns dias depois do desagradável acontecimento que deu origem a essa controvérsia.

“A sessão realizava-se na casa do Sr. Luxmoore e o “gabinete” era uma sala afastada, separada por uma cortina da sala da frente onde se achavam os assistentes.

“Tendo sido preenchida a formalidade ordinária de examinar a sala e as fechaduras, a Srta. Cook penetrou o gabinete.

“Pouco tempo depois, a forma de Katie apareceu ao lado da cortina, mas retirou-se logo, dizendo que o fazia porque haveria perigo em se afastar do seu médium visto que este não se achava bem e não poderia ser lançado em sono suficientemente profundo.

“Eu estava colocado a alguns pés da cortina, atrás da qual a Srta. Cook se achava sentada, tocando-a quase, e podia freqüentemente ouvir os seus gemidos e suspiros, como se ela sofresse. Esse mal-estar continuou por intervalos, durante quase toda a sessão, e uma vez, quando a forma de Katie estava diante de mim, na sala, ouvi distintamente o som de um suspiro doloroso, idêntico aos que a Srta. Cook tinha feito ouvir, por intervalos, durante todo o tempo da sessão e que vinha de trás da cortina onde ela devia estar sentada.

“Confesso que a figura era surpreendente na sua aparência de vida e de realidade, e tanto quanto eu podia ver, à luz um pouco fraca, os seus traços assemelhavam-se aos da Srta. Cook; mas, entretanto, a prova positiva, dada por um dos meus sentidos, pois que o suspiro vinha da Srta. Cook, no gabinete, enquanto a figura estava fora dele, esta prova é muito forte para ser destruída por simples suposição do contrário, mesmo bem sustentada.

“Os leitores conhecem-me, e naturalmente crerão, espero, que não adotarei precipitadamente uma opinião, nem que lhes pedirei para estarem de acordo comigo, apresentando eu uma prova insuficiente. É talvez muita ousadia pensar que o pequeno incidente que mencionei tenha para eles o mesmo valor que teve para mim; entretanto, pedirei isto: Que aqueles que se inclinam a julgar severamente a Srta. Cook suspendam o seu juízo até que eu apresente uma prova cabal que, acredito, será suficiente para resolver a questão.

“Presentemente, a Srta. Cook consagra-se exclusivamente a uma série de sessões particulares, às quais não assistem senão um ou dois dos meus amigos e eu; essas sessões se prolongarão provavelmente durante alguns meses e tenho a promessa de que toda prova, que eu desejar, me será dada. Essas sessões não se vêm realizando senão há algumas semanas, mas já as houve suficientes para me convencerem plenamente da sinceridade e da honestidade perfeita da Srta. Cook, e para me darem todo o fundamento de acreditar que as promessas que Katie tem feito, tão livremente, serão cumpridas.

“Agora, o que peço é que os leitores não presumam precipitadamente que tudo o que à primeira vista parece duvidoso importe necessariamente numa decepção e que suspendam o seu juízo até que eu lhes fale de novo a respeito desses fenômenos.

“Sou, etc.

William Crookes

20, Mornington Road, London,

3 de fevereiro de 1874.”

Fontes: Vita Oltre la Morte (Documentario sulla vita di William Crookes)

  Fontes: Projeto Allan Kardec (Coleção de Manuscritos de Allan Kardec) 

  Fontes: Survival After Death (Fotos da materialização do espírito Katie King)

"Com pleno conhecimento das numerosas teorias que foram apresentadas antes, sobretudo na América, para explicar esses sons, experimentei-os de todas as maneiras que pude imaginar, até não mais ser possível furtar-me à convicção de que eram bem reais e que não se produziam pela fraude ou por meios mecânicos.

Uma questão importante impõe-se à nossa atenção: esses movimentos e esses ruídos são governados por uma inteligência?

Desde o começo das minhas pesquisas, verifiquei que o poder que produzia esse fenômenos não era simplesmente uma força cega, mas que uma inteligência os dirigia, ou pelo menos lhes estava associada; assim os ruídos de que acabo de falar foram repetidos em número determinado; tornaram-se fortes ou fracos e, a meu pedido, ressoaram em diferentes lugares; por um vocabulário de sinais, convencionados previamente, foram respondidas perguntas e dadas comunicações com maior ou menor exatidão.

A inteligência que governa esse fenômenos é algumas vezes manifestamente inferior à do médium e está muitas vezes em oposição direta aos seus desejos. Quando se tomava a determinação de fazer alguma coisa, que não podia ser considerada muito razoável, contínuas comunicações eram dadas para induzir a refletir de novo. Essa inteligência é, algumas vezes, de tal caráter, que nos vemos forçados a crer não provenha de nenhuma das pessoas presentes"

William Crookes "Fatos Espíritas"

 

RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD

 

William Crookes - Fatos Espíritas PDF

 

William Crookes - Researches in the Phenomena of the Spiritualism (1874) (Eng)

 

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