LÉON CHEVREUIL

 O Espiritismo Incompreendido

(Teoria Simples & Racional)

 

Não há aqui nem religião, nem filosofia, nem ateísmo, nem materialismo que resistam.

É uma questão de fatos

Pasteur

Original em francês, de 1931

Le Spiritisme incompris

 

PARIS

Éditions Jean Mayer (B.P.S)

8, Rue Copernic (16)

1931

 

OBRA RARA TRADUZIDA

 

Tradução: Abílio Ferreira Filho

Revisão: Irmãos W. e Ery Lopes

Formatação: Ery Lopes

 

 Versão digitalizada:

© 2020

 Distribuição gratuita:

Portal Luz Espírita

Autores Espíritas Clássicos

Introdução da obra:

AO LEITOR

O autor não se vangloria em trazer, aqui, a solução de nenhum problema. Ele não visa outro objetivo senão o de fortalecer a crença dos pesquisadores que, não tendo se deixado ir por longos estudos, se sentem algumas vezes inquietos por objeções e escrúpulos pseudo-científicos, que facilmente envenenam a opinião.

O Espiritismo é uma ciência ainda muito jovem para ser bem conhecida do grande público; é preciso ajudá-lo para compreendê-la, é preciso responder aos sofismas, é preciso sobretudo vencer a indiferença, e mesmo a hostilidade de certos sábios. Um fato é certo, desde que ele tenha sido empiricamente constatado; temos o dever de afirmá-lo, mesmo antes que ele não tenha sido explicado.

A ausência de explicação em nada invalida a autenticidade do fato. Hoje um fato constatado, provado, experimentado: “A morte, que destrói o corpo, não afeta o espírito”. Homens de reputação mundial colocaram esse fato em evidência; o presente estudo tem por objetivo permitir ao leitor lançar um olhar ao conjunto, como eles conseguiram obter as provas do que afirmam, e sobre as concepções e hipóteses com as quais lhes foi sugerido o exame dos fenômenos espíritas.

Pessoas tendo, como nós, vivido na terra, puderam se corresponder com observadores sábios que engenhosamente colocaram essas contestações fora de alcance de todos os sofismas imaginados para impor a descrença. Os espíritas obtiveram os fatos em primeiro lugar, a ciência as confirmou em seguida.

Após os espíritas vieram os metapsiquistas. Dos dois lados, há sociedades de estudos e, dos dois lados, os métodos diferem. Os espíritas que, naturalmente se esforçam em obter provas, fazem apelo aos espíritos e, por isso, é preciso organizar sessões, isto é, preparar um elemento receptor que seja capaz de receber e detectar as emissões do além-túmulo.

Os metapsiquistas ao contrário, tendo por princípio não admitir nenhuma comunicação de espírito, esperam que elas se submetam a eles, tendem a invalidar tudo o que não depende de suas experiências pessoais. Com eles, toda discussão só leva à confusão, eles inventam objeções que, vindo da parte dos que não assistem à sessão e que não conhecem o controle, não tem nenhum valor.

Que se lembre da história de Argel; se o Sr. Richet pôde ver e tocar uma aparição, é porque a isso ele se dispôs, porque ele veio para o meio espírita onde ela podia se produzir; ele não a solicitou, ela é que foi trazida até ele. Sabe-se que adveio, tal fato, atestado por Sr. Richet, e que teria tido uma grande importância para o conhecimento da verdade, foi perdido pela ciência, porque o público tinha fé nas objeções dos que não tinham visto nada. Hoje ainda pessoas honestas não creem senão na lenda e aceitam a versão da mentira.

Felizmente, temos ainda alguns homens superiores que sabem operar cientificamente sem destruir as manifestações; que com uma coragem e uma perseverança digna de elogios, publicaram os resultados de seus trabalhos, é aí que deverão tirar os profanos desejosos de se iniciar na nova ciência.

Aqui, apresentamos um resumo de idéias e teorias às quais, o ponto de vista espírita, pôde conduzir alguns pensadores. O assunto é por demais vasto para ser tratado em uma simples brochura, pois engloba todos os problemas concernentes ao homem terrestre e ao mundo invisível. Se há somente hipóteses, elas podem ser discutidas, mas parecem tão lógicas, verossímeis e explicativas, encadeiam-se e se adaptam tão bem às descobertas da ciência a mais moderna que nos parece que a razão é quase forçada a se submeter a ela.

Léon Chevreuil

Fontes: Luz Espírita - Espiritismo em Movimento

Fontes: Centre Spirite Lyonnais Allan Kardec (Bibliothèque Spirite)

"O objetivo deste livro é justificar o Espiritismo contra os que o acusam de misticismo e de recorrer ao sobrenatural. Eu faço aqui um apelo à razão contra o apriorismo da opinião vulgar. É preciso que se saiba enfim, que a grande força do Espiritismo é ter prosseguido suas pesquisas a respeito do misticismo, ter colocado o problema da vida futura no campo experimental e ter tomado por juízes homens de ciência que, AGORA, declaram que a prova está feita."

Léon Chevreuil "O Espiritismo incompreendido"

 

O Espiritismo, que traz um apoio sério aos sentimentos religiosos, deixa de lado toda consideração mística, todo apriorismo dogmático; ele tem a pretensão de ser uma ciência.

Não tem senão um objetivo limitado, que é o de provar que a morte não existe, que ela não é necessária a nossa evolução, e que pelas faculdades naturais do homem, encarnado ou desencarnado, pelas únicas faculdades anímicas, pode-se esperar chegar a se corresponder com os que não vemos mais.

Léon Chevreuil "O Espiritismo incompreendido"

O conhecimento espírita traz à moral um suporte incontestável. Ele nos mostra o objetivo correto da vida e suprime o temor da morte. A crença no nada suprime também o temor da morte, mas deixa o homem na ignorância de suas responsabilidades.

Quanto seria mais eficaz o conhecimento da sobrevivência em uma época como a nossa quando o suicídio justifica tudo; mata-se para satisfazer o ódio, mata-se para se vingar, mata-se para se enriquecer. Se não se consegue, a morte apagará tudo, isso não tem importância. Mas, o que é verdadeiramente horroroso, é que pais, decididos a praticar o suicídio, matam primeiro seus filhos. Isso aparece nos jornais, com a rubrica “Notícias em três linhas”.

Assim, para os que agem com uma inconsciência semelhante, a morte é um fato atrás do qual não há mistério, eles ignoram mesmo que a questão possa se colocar, eles ignoram mesmo a dúvida, sua fé no nada é absoluta; tal é o estado da alma da população média, daquela que frequentou a escola.

Em outras palavras:

"O Espiritismo, dando-nos a conhecer o mundo invisível que nos cerca e no meio do qual vivíamos sem o suspeitarmos, assim como as leis que o regem, suas relações com o mundo visível, a natureza e o estado dos seres que o habitam e, por conseguinte, o destino do homem depois da morte, é uma verdadeira revelação, na acepção científica da palavra."

Léon Chevreuil "O Espiritismo Incompreendido"

 

   RELAÇÕES DE OBRAS PARA DOWNLOAD

 

Léon Chevreuil - O Espiritismo incompreendido (Obra rara traduzida)

 

Léon Chevreuil - Le Spiritisme incompris (1931) (Fr)

 

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