Hubert Forestier

O GRANDE AMIGO DE ALLAN KARDEC

O DEFENSOR DA CAUSA DO ESPIRITISMO

A GRANDE RESISTÊNCIA DO MOVIMENTO ESPÍRITA

 O redator-chefe DA REVISTA ESPÍRITA

(1901 - 1971)

 

 

Hubert Forestier

A GRANDE LUTA

 

Em 1924, Jean Meyer conhece aquele que se tornará o seu discípulo e sucessor: Hubert Forestier. Este último, nascido em Angoulême, em 1901, havia sido iniciado no espiritismo aos doze anos de idade após experiências curiosas. O destino de Hubert Forestier lhe fora claramente revelado e ele adquirira uma sólida convicção apoiada em fatos pessoais bem estabelecidos.

Assim começou um período de dez anos durante o qual Jean Meyer e Hubert Forestier participaram de muitos experimentos espíritas sérios, realizados por homens da ciência, pesquisadores que deixaram nomes altamente conhecidos desde esse período frutífero.

Foi assim que eles trabalharam com Léon Denis, Gabriel Delanne, Professor Charles Richet, J. Maxwell, Calmette, Gustave Geley, Eugène Osty; eles também conheceram Camille Flammarion. Ainda era o momento em que podíamos ter ótimos médiuns, como: Kluski, Rudi Schneider, Jean Guzik, etc.

Hubert Forestier pôde, assim, conhecer de perto as várias formas de mediunidade e os fenômenos espíritas. Ele às vezes tinha simuladores para desmascarar, mas, por outro lado, tinha a alegria de ser apoiado em seu trabalho por seres desencarnados, manifestados por mensagens reconfortantes e forte apoio espiritual.

Além do trabalho de apoio espiritual que ele exerce, a função de diretor que exerce durante anos no Tarn, de diretor de edições Jean Meyer, que publica o "Revue Spirite", do qual ele é o diretor, Forestier gerencia e dirige a Maison des Spirites, 8 rue Copernic, em Paris. Nele, ocorrem diversas conferências e cursos públicos são oferecidos e assistidos. Vários experimentos de clarividência são freqüentemente realizados.

Hubert Forestier estimara que, na linha de pensamento de Jean Meyer, faltava, na fundação, um comitê de pesquisa formado por pessoas ansiosas por aprofundar, de acordo com as disciplinas científicas, os fenômenos espíritas cuja existência provaria ser a dste comitê.

Ele convocou um certo número dessas pessoas e as reuniu na sessão de constituição de 30 de março de 1955. Eles deram à sua formação o nome do Groupe d’Études des Phénomènes Paranormaux - GEPP e foram eleitos como Presidente Executivo, Jean Pont engenheiro.

Hubert Forestier foi diretor de La Revue Spirite de 1931 a 1971, da qual foi redator-chefe desde 1925, diretor da Maison des Spirites; antigo secretário-geral da Union Spirite Française; antigo vice-presidente da Fédération Spirite Internationale, gerente de Éditions Jean Meyer, da SES, Société d’Études Spirites, fundador da SAMS, Société des Amis de la Maison des Spirites, 8, rue Copernic, Paris.

Fonte: Groupe d’Études des Phénomènes Paranormaux (G.E.P.P.)

A Destruição do Movimento Espírita pelo Nazismo

PASSADO, PRESENTE, FUTURO…

(O SAQUE DA MAISON DE SPIRITES)

 

Humbert Forestier - Redator Chefe

Revista Espírita de Novembro/Dezembro de 1947

Fundada em 1858 por Allan kardec

 

Fundada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, A Revista Espírita sofreu, durante sua longa existência, não mais do que dois eclipses: o primeiro, de agosto de 1914 a janeiro de 1917; o segundo, o mais duradouro e o mais imerecido, de maio de 1940 a novembro de 1947, data da presente reaparição. Não vamos nos deter nas razões dessa suspensão prolongada - nossos leitores sabem que não é culpa nossa; ela é assim tão injusta quanto prejudicial à causa da pesquisa e do pensamento franceses, dos quais podemos dizer que A Revista Espírita sempre foi um dos representantes dos mais respeitados.

Esquecendo os rigores passados, a dor que daí resultou para nós, queremos ver agora apenas a covardia que nos espera dentro desta atmosfera de convulsões que agitam o mundo.

Desde maio de 1940, de fato, os infortúnios se espalharam pela terra! Léon Denis, o inesquecível autor desta obra-prima que é Depois da Morte, escreveu em julho de 1915, linhas proféticas sobre as misérias do nosso tempo e sobre as causas que as determinaram; vamos lê-las novamente:

“Na presença de tantos males, é necessário trazer os pensamentos de volta aos princípios eternos que governam as almas e as coisas. É somente no Espiritismo que encontraremos a solução dos muitos problemas suscitados pelo drama atual; é nele que vamos desenhar os consolos que podem aliviar nossa dor.

Quanto à França, sua imprudência, sua imprevidência, seu amor desenfreado pelos prazeres estavam fadados a provocar severas provações. Em nosso país, o que era pior não eram nossas falhas, mas sobretudo este estado de consciência que não mais distingue o bem do mal: é a pior das condições morais. Os laços familiares estavam afrouxados a tal ponto que a criança foi considerada um fardo. Além disso, o despovoamento, resultado de nossos vícios, nos encontrou enfraquecidos, diminuídos, diante de um formidável adversário. Mas a alma francesa conserva imensos recursos. A partir deste banho de sangue e lágrimas, ela pode sair revigorada, regenerada...”

Além disso, levantando-se contra essas doenças da consciência e esse fraco materialismo que ele lamenta, Léon Denis sublinha seus receios:

"Para arrancar as almas de sua letargia moral, de sua profunda estagnação na matéria, sem dúvida foi necessário esse amor à primeira vista que abala a sociedade até seus próprios alicerces. Mas a terrível lição que nos é dada será suficiente? Se fosse para permanecer em vão, se as causas morais de decadência e ruína devessem persistir em nós, seus efeitos continuariam a se desdobrar e a guerra reapareceria com seu longo cortejo de males. É necessário, portanto, que, da tormenta passada, a vida nacional recomece em novas bases morais e que a alma humana aprenda a se desprender dos bens materiais, a compreender seu nada. Sem o qual, todos os sofrimentos sofridos serão estéreis e nossa bela juventude terá sido cortada sem benefício para a França.”

A trinta e dois anos de distância, essas linhas não deixam de ser impressionantes. Se tivemos demérito depois de 1918, a ponto de sofrer o segundo e atroz conflito anunciado, previsto por Léon Denis, estamos hoje mais dignos - os franceses e todos os cidadãos do mundo – de ser salvos quando se entrevê um futuro ameaçador?

Para cada um de nós responder.

Em todo caso, com Léon Denis, sabemos que a voz dos poderes invisíveis se eleva novamente para endereçar um apelo supremo à França, à humanidade. Se este apelo não for ouvido, se não provocar o despertar das consciências, se a nossa sociedade persistir nos seus vícios, no seu cepticismo, na sua corrupção, a dolorosa era se prolongará ou se renovará.

Somos mais uma vez avisados. Mas, digamos assim, a responsabilidade de cada um na marcha dos acontecimentos é proporcional ao seu conhecimento dessas leis morais, lembradas por Léon Denis. Assim, mais do que qualquer outro, os espíritas têm, na atual desordem, obrigações, deveres imperiosos para cumprir. Eles devem, antes de mais nada esforçar-se para ser dignos, em seus pensamentos e ações em todos os momentos, dos grandes princípios que constituem a doutrina dos Espíritos, aos quais eles deram sua adesão voluntária; em segundo lugar, devem, com grande preocupação pelo respeito à pessoa humana e à liberdade de consciência, difundir somente suas ideias espiritualistas, capazes de descobrir à alma angustiada as certezas mais lógicas e solidamente demonstradas acerca da evolução dos seres e das coisas criadas.

Eles serão ajudados em sua tarefa por aqueles, entre os facilitadores de nosso movimento, que militam com desinteresse à frente de grupos locais ou no seio da União Espírita Francesa, que, fundada em 1919, continua a ser a Federação dos Espíritas da França e das colônias.

Os livros de nossos ilustres antecessores: Allan Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano, Leon Chevreuil, etc..., também serão valiosos e até mesmo indispensáveis, como é necessário para todos os espíritas, membros de sociedades ou isolados, A Revista Espírita, esta digna filha do pensamento de Allan Kardec, cujo fascículo presente marca, finalmente, o renascimento depois de tanto tempo esperada.

A Revista Espírita, a propósito da qual seu fundador escrevia em seu primeiro número:

"Não se poderá contestar a utilidade de um órgão especial que mantenha o público informado sobre o progresso dessa nova ciência e a proteja contra o exagero da credulidade, bem como do ceticismo. É essa lacuna que nos propomos preencher pela republicação desta "Revista", a fim de oferecer um meio de comunicação a todos aqueles que estão interessados nessas questões, e unir por um vínculo comum aqueles que compreendem a doutrina espírita ...

Hoje, é uma ciência que revela todo um mundo de mistérios, o que torna patentes as verdades eternas que só nos era apenas dado pressentir; é uma doutrina sublime que mostra ao homem o caminho do dever e que abre o mais vasto campo que já foi dado à observação do filósofo. Nossa obra seria, portanto, incompleta e estéril se nos mantivéssemos dentro dos limites estreitos de uma revisão anedótica cujo interesse logo se esgotaria."

E, além disso, o Mestre especifica seu pensamento em um ponto crucial:

"Talvez possa se contestar a qualificação de ciência que damos ao Espiritismo. Ele não poderia, em hipótese alguma, ter as características de uma ciência exata, e esse é exatamente o erro daqueles que afirmam julgá-lo e experimentá-lo como uma análise química ou um problema matemático; já é muito que ele tenha uma característica de ciência filosófica. Toda ciência deve estar baseada em fatos; mas os fatos por si só não constituem a ciência; a ciência nasce da coordenação e dedução lógica dos fatos; é o conjunto das leis que os governam."

E ele acrescenta:

"A avaliação fundamentada dos fatos e as consequências deles resultantes é, portanto, um complemento sem o qual nossa publicação seria de uma utilidade medíocre e ofereceria apenas um interesse muito secundário para todo aquele que pensa e quer estar ciente daquilo que vê."

É o objetivo que A Revista Espírita perseguiu no passado e continuará a realizar no presente e no futuro, graças à inestimável ajuda prestada pelos seus colaboradores ilustres que querem, com uma grande compreensão da necessidade e das dificuldades de nossa tarefa, bem se unir ao nosso esforço. Eles são dignos daqueles que anteriormente se ilustraram nestas páginas; entre eles podemos recordar: Camille Flammarion, Léon Denis, Gabriel Delanne Ernesto Bozzano, Léon Chevreuil, Andry Bourgeois, C. de Vesme, Paul Bodier, Léa Bérard, Gabriel Gobron, Alfred Bénézech, Andre Costesèque, Maurice Magre, Henri Blondel, Gabriel Chaltey, Juin Selva, Lucien Graux, René Oger-Kerandes, a quem nossos pensamentos agradecidos frequentemente se elevam. Eles cercam particularmente aqueles que morreram como mártires nos campos de extermínio do outro lado do Reno: o Dr. Lucien Graux e René Oger-Kerandes. Possam eles, uns e outros, nos guiar do lado de lá, no trabalho que nos esforçamos para construir para o bem e para o melhor.

Contamos também com a participação de todos os espíritas para assegurar a difusão de A Revista Espírita, cuja importância em número de páginas - e talvez até mesmo em números - crescerá gradualmente com o aumento de nossas possibilidades materiais demasiado modestas. Que não se esqueça, de fato, que saímos arruinados da guerra. No saque da "Casa dos Espíritas", nossas coleções foram levadas, queimadas, descartadas, como as obras, em mais de um título precioso de; Allan Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano, Léon Chevreuil e tantos autores amigos, obras necessárias para a propaganda do Espiritismo e que, por falta de meios, as "Edições Jean Meyer" serão por muito tempo, infelizmente! impossibilitadas de reeditar.

Então, há lacunas a preencher! Milhares e milhares de espíritas, nossos irmãos com certeza, sucumbiram durante esse duro período que se estendeu de 1939 a 1945. Oprimidos pelos infortúnios que assolaram o país, também pelas restrições, machucados em seus corações e muitas vezes em sua carne, eles deixaram este mundo sem arrependimentos, somando-se ao considerável número de amigos e protetores que contamos no Invisível. No entanto, eles não estão mais aqui para continuar seu suporte material. Portanto, é necessário, como eles desejam, que nós substituamos a ausência humana deles, despertando devoções e fazendo-nos ainda mais do que no passado.

Assim, diante de nossa indigência tão cruel, que não podia enfraquecer nossa ardente vontade de servir à causa espírita, somos mais do que nunca obrigados a confiar nas boas vontades que nos leem, se quisermos, não somente reconstruir, mas simplesmente progredir. A Revista Espírita é um meio de ação; é, além disso, a emanação do pensamento kardecista; trabalhar sob sua influência, aumentar o número de seus amigos, dos seus assinantes, subscrever assinaturas de apoio é, portanto, fazer uma obra eminentemente útil.

Obrigado aos nossos leitores que bem responderão favoravelmente ao nosso apelo. Pela união, eles sabem disso, nós venceremos todos os obstáculos, ultrapassaremos pouco a pouco todas as dificuldades, mas essa união de pensamentos e corações é indispensável, assim como o recente Congresso Nacional da União Francesa Espírita, organizado tão cuidadosamente em Lille por nossos amigos desta bela região da França, no final de julho passado, sublinhou a necessidade de o fazer.

Em todo caso, que dentro deste espírito de fraternal compreensão, A Revista Espírita de Allan Kardec e de Jean Meyer, torne-se cada vez mais a bandeira dos espíritas da França, assim como o meio de reunir todos aqueles que, em todo o mundo, compartilham suas generosas aspirações; é meu sincero desejo, será a recompensa da minha vida militante.

Humbert Forestier - Redator Chefe

TRADUTOR: ROGÉRIO MIGUEZ

Revista Espírita de 1947 - Fundado por Allan Kardec

Homenagens Póstumas A Hubert Forestier

(20 de setembro de 1971)

 

André Dumas - Redator Chefe

Revista Espírita de Novembro/Dezembro de 1971  

Direção e Secretaria: B. P. 1, à Soual (Tarn)

Fundada em 1858 por ALLAN KARDEC


I

Louis Fourcade

Não é só em nome de uma amizade, é também em nome de uma constante colaboração na difusão da ciência espírita, que eu dirijo sobre este túmulo um adeus de afeto sereno para o todo que eu devo evocar diante do que ele foi.

Nossas antigas relações, que remontam a quarenta e cinco anos, nossa correspondência fraterna e amistosa, que refletia uma íntima comunidade de esperanças, de esforços voltados para o objetivo de uma renovação espiritualista, permitiram-me apreciar do início da luta à sua maturidade, o desenvolvimento desta alma forte e fecunda.

Lembro-me dos nossos primeiros contatos em que ele pressentiu que nós nos encontramos para nos compreendermos. Vinculado como secretário e em comunhão de pensamento com seu venerável mestre Jean Meyer, iam de Paris a Béziers, e é em Béziers, no número 84 da Avenida da Liberdade, que, na manhã de domingo, trocamos os nossos pensamentos.

Sim, eu o vejo tão livre de pensamentos quanto eu mesmo. Ele sabia como afastar-se das fronteiras falaciosas que aprisionam a razão, e seguir em frente com audácia, caminhando com passo firme no caminho aberto pelos grandes mestres do Espiritismo francês: Allan Kardec, Gabriel Delanne, Léon Denis e eu não sou o menos merecedor.

A partir de então, ele pertencia ao instinto e à intuição, auxiliado por uma vontade que lhe permitia um grande poder de trabalho, ao grupo de ilustres servidores do Espiritismo científico.

Jean Meyer e ele se uniram para defender e propagar um alto ideal espiritualista. Quando Jean Meyer deixou este mundo, ele o fez herdeiro na continuação da obra empreendida. Eu penso que ele cumpriu este testamento moral, e mesmo que ele o tenha superado.

Dotado de um poder de organização, ele procurava e descobria amizades inesperadas que souberam como ajudá-lo em sua grande tarefa. Ele contribuiu para o desenvolvimento da Maison de Spirites, Fundada em Paris. 8, rue Copernic,  criando a Sociedade dos Amigos da Casa dos Espíritas. Como diretor de "A Revista Espírita", fez dela um órgão de difusão dedicado ao enriquecimento da causa espírita.

Todo esse enorme trabalho não foi sem preocupações, sem sanções repetidas, sem oposições de todos os tipos, mesmo entre aqueles que estavam muito próximos do mesmo ideal. Este é o destino de todos aqueles que se mantém na luta, tomados pelos mal-entendidos, pelos ultrajes ofensivos, pelas ofensas difamatórias.

Mas aquele que é movido por uma grande fé passa sobre as inimizades e baixezas deste mundo. Como abraçar em tão poucas palavras todas as faces desse talento, todas as gentilezas que emanaram de seu coração, todos os resultados de uma atividade múltipla, tão regulamentada e, ao mesmo tempo, tão fecunda?... Eu desenho-lhes um retrato certamente incompleto, pobre de mim! daquele que não é mais da nossa sociedade humana e terrestre.

No entanto, duas características coroam esta bela existência. Hubert Forestier trabalhou durante toda sua vida no que ele pensava. Ele viveu, ele morreu fiel às suas convicções, às suas certezas. Que ele possa continuar na vida após a morte, onde sua alma retornou, a servir e a amar os homens na evolução deles, como ele os amou durante seu tempo aqui embaixo.

Que essas poucas palavras de um querido amigo atenuem um pouco a dor de sua esposa, família e amigos.

Com toda a minha firme confiança, meu querido Hubert, digo-lhe: "Adeus".

Louis Fourcade

Nossos assinantes, nossos leitores e correspondentes tem sido muitos, muito numerosos, para nos assegurar a simpatia de todos após a saída humana de nosso diretor.

A direção de "A Revista Espírita" e a família de Hubert Forestier expressam seus emocionados agradecimentos a todos aqui.

 

II

Pastor Henri BOSC

Cumpro aqui, com muita tristeza, os deveres da amizade. Nosso amigo Hubert Forestier entrou no Invisível... Desde nosso primeiro encontro, há mais de trinta anos, e desde nossa primeira conversa, sentimo-nos profundamente próximos. Nossas experiências religiosas e nossa concepção do Cristo e do Evangelho eram idênticas: elas nos atraíam e nos uniam mutuamente. Duas realidades espirituais as resumem e traduzem: sua fé e seu amor.

Ele era um crente. Ele tinha uma fé maravilhosa e profunda nas realidades do Além que se tornaram transparentes para ele. Experiências excepcionais apoiaram suas crenças. A morte, para ele, não existia, era apenas um despertar da vida espiritual, não passava de um trampolim para as alturas celestes. Ele era o fervoroso e radiante pregador dessa fé. Ele viveu toda a sua vida em contato com o Invisível. Seu amor pelos humildes e sofredores, dos angustiados da carne e do espírito era grande. Que bem ele não fez entre nós? Ele se inclinou fielmente, generosamente sobre a dor dos outros, mesmo à custa de sua saúde e do esgotamento de suas forças.

Doando-se e levando a todos o melhor si mesmo, pelos maravilhosos dons que Deus lhe havia confiado, e que faziam dele um verdadeiro servo do Cristo. Ele realizou entre nós o ministério que, muito naturalmente, lhe ditavam sua fé e seu amor. Nós nos curvamos com gratidão e respeito ao exemplo e testemunho que ele nos deu. Ele terminou sua missão terrena. Felizes as almas que, desta terra, sentem e percebem o Invisível e que vivem em sua espera!...

Nosso irmão queria que, muito sobriamente, sobre seu túmulo, o Evangelho fosse anunciado. Lembrando-me de sua fé e sua experiência na busca de Deus e do Invisível, eu guardei esta palavra de Jó para Deus: "Meus ouvidos tinham ouvido falar de Ti: mas agora meu olho te viu...". (1).

(1) JOB XLII.5

Ouvir falar de Deus: essa é a maneira de começar... Quais são os ouvidos que não ouviram falar de Deus, ou Deus lhes fala sob as mais diversas formas? Existe uma só alma aqui na terra onde a voz divina não soou? Nenhuma criança é jovem demais, nenhum homem velho é velho demais para essa admirável vocação de Deus.

Nosso irmão me confidenciou que ele havia pressentido e ouvido desde a sua juventude. Deus não se expressa em todas as criaturas e em cada qual não é ela a expressão de Seu pensamento e Seu amor? Irmãos, lembrem-se, têm sido muitas as oportunidades para todos nós de ouvir sobre Deus, ou de ouvi-lo falar Ele mesmo: uma cerimônia funerária como esta, um serviço religioso, a visita de um padre, um pastor ou um amigo, uma pregação, a leitura de um livro, de um jornal cristão, uma conversa ... Deus não falou com você? Quem pode dizer: "Eu fui privado de tudo isso?" Ninguém. - A voz de Deus teve ou não teve eco em nós? - Interrogue a sua alma nesta hora: não para vos desanimar ou deprimir diante da morte, mas para encontrar aqui, em contato com a palavra de Deus, um consolo e uma energia, uma esperança e uma certeza nas realidades da vida do Além: esta esperança e certeza pelas quais nosso irmão viveu.

Mas ouvir falar sobre Deus sob todas as formas ainda é insuficiente. Porque ouvir falar sobre Deus não é possuí-lo em si mesmo, nem o ouvir a Ele mesmo, ainda não é vivê-lo nem nele viver. Para ouvir falar sobre Deus e ouvi-lo, é preciso abrir a Bíblia e abrir a sua alma, e mais particularmente o Evangelho. Para captar Deus em sua realidade divina, permanente e viva, é preciso captar o Cristo.

É preciso entender e viver o seu ensinamento. Houve a revelação, houve a experiência decisiva de Hubert Forestier, toda a riqueza e espiritualidade de sua vida: este encontro com Jesus Cristo. É incontestável.

Quantas vezes não me lembrou destas palavras de Jesus, no Evangelho de São João, através da sua vocação: "Ninguém vem ao Pai senão por mim. Aquele que me viu, viu o pai. Eu estou no Pai e o Pai está em mim. Eu e o Pai somos um..." Você entende bem essa afirmação? Aquele que abraça a Cristo em sua plenitude, abraça a Deus! Então, o contato com Deus é feito e nós trabalhamos... E com Deus, é todo o Além que é descoberto, que transparece e se afirma; é a onipotência do Espírito que se realiza e se revela... Então os olhares da fé e amor se fazem infinitamente profundos. Eles examinam e investigam os corações e as trevas. A própria morte se torna translúcida: a vida terrena e a vida celestial irradiam-se: elas assumem todo o seu valor e todo o seu significado. Então, tudo aqui embaixo, como No Alto, ilumina-se... tudo!...

Eis o segredo de Hubert Forestier...

E o que o Cristo nos diz a esta hora e para esta hora? "Amem uns aos outros como eu vos amei... Felizes são aqueles que choram porque serão consolados. Você terá aflições no mundo, mas tenha coragem, eu conquistei o mundo ... Não tenha medo, apenas acredite. Eu sou a Ressurreição e a vida: aquele que vive e acredita em mim nunca morrerá..." Estas palavras do Cristo são as palavras de Deus. Elas são espírito e vida, revelam àqueles que querem ouvi-las: a presença do Ressuscitado e o poder do mundo do Espírito. Elas revelam a realidade do Invisível.

"Mas agora meu olho te viu..." disse Jó. Esta é a visão suprema daqueles que sabem, é a visão daqueles que creem: é a constatação da alma iniciada, esclarecida que se ilumina dos raios de cima! Porque há uma recompensa celestial ligada à fé; há uma recompensa que é, de certo modo, a verificação, ou melhor, a confirmação das convicções que a alma adquire através das suas experiências na terra: é a sua entrada luminosa no mundo do Espírito, é o contato supremo com o Invisível, o contato com a verdadeira Vida...

Maravilhosa perspectiva, de fato, aquela visão além do véu, e que possuía nosso irmão... consoladora perspectiva para aqueles que creem e se vão, assim, com essa fé, em direção a Deus! Certeza consoladora também para os vivos que veem os seus morrerem dentro desta Luz celeste... Falando das almas superiores, evocando seres radiantes movendo-se através do espaço, Jesus não disse:

"Os espíritos nos céus continuamente veem a face do meu Pai... Bem-aventurados aqueles que têm um coração puro porque eles verão a Deus. Os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e eles viverão... Você verá o céu aberto." disse o Cristo a Natanael. Sim, os celestes vivos que são nossos mortos terrestres, diante do "céu aberto", são espiritualmente erguidos no que Jesus chamou: a Casa do Pai, eles florescem no Universo de Deus! Será que o sorriso comovente de Hubert Forestier em seu leito de morte não era o reflexo dessa visão e desse reencontro com o Deus de sua convicção, com o Deus da Eternidade?

Pastor Henri Bosc

TRADUTOR: ROGÉRIO MIGUEZ

Sesquicentenário da Revista Espírita:

A Cronologia da Revista Espírita e do Movimento Espírita Francês

1858 - Em janeiro a Revue Spirite é criada por Allan Kardec, na sua residência, situada na Rua dos Mártires, 8.

Em 01/04, Allan Kardec fundava em Paris a "Société Parisienne des Études Spirites" (Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas), que funcionou inicialmente na galeria de Valois no Palais Royal (Galeria de Valois, 35 e depois Galeria Montpensier, 12... num salão do restaurante Douix)

1860 - Em abril a "Revue Spirite" e a "Société Parisienne des Études Spirites" são transferidas para a Passage Sainte-Anne, na Rue Ste.-Anne, 59.

1869 - (31 de março) - Desencarna subitamente Allan Kardec, enquanto atende a um caixeiro de livraria, no seu apartamento da Rue Ste.-Anne, muito provavelmente vitimado pela ruptura de um aneurisma de aorta (há controvérsias... poderia ser uma insuficiência cardíaca congestiva, conforme aponta L. Palhano Jr, e com quem concordamos).

No dia seguinte, deveria desocupar esse imóvel, indo para a casa da Villa Ségur; e os escritórios da Revue Spirite, a "Société Parisienne des Études Spirites" e a Librairie Spirite para a Rue de Lille 7.

O corpo foi sepultado ao meio-dia de 2 de abril, no cemitério de Montmartre. Estima-se que mais de mil pessoas acompanharam o cortejo, que seguiu pelas ruas de Grammont, Laffitte, Notre-Dame-de-Lorette, Fontaine e pelo Boulevard de Clichy. À beira da sepultura, Camille Flammarion, astrônomo e médium da SPES, pronunciou o seu importante discurso, que a FEB fez figurar na sua edição de Obras Póstumas. Na primeira reunião da SPES após esse fato, os membros presentes lançaram a ideia de se levantar um monumento ao mestre, que logo recebeu adesão de espíritas de muitas cidades. Foi assim que se fez construir o famoso dólmen do cemitério Père-Lachaise, para onde os restos mortais de Kardec foram transladados a 29 de março de 1870.

1869 - (abril) Transferência do escritório da "Revue Spirite" e da “Société Parisienne des Études Spirites" para a Rue de Lille 7. Essa rua é uma das laterais do famoso Museu D'Orsay. Kardec desencarnou enquanto fazia as arrumações para a mudança, no dia 31 de março do mesmo ano.

1869 - (abril) Assume Sr. Emile Malet a direção da Presidência da Société Parisienne des Études Spirites".

1869 - (julho) - A Librairie Spirite é inaugurada tendo a frente a Sra. Rivail e o médium Desliens. A Sociedade Anônima do Fundo [ou Caixa] Geral e Central do Espiritismo (SA) foi fundada também em julho de 1869, sob o comando de Desliens e Tailleur.

1869 - (28 de julho) Se demite Sr. Emile Malet da presidência da Société Parisienne des Études Spirites".

1870 - (janeiro) Criado o novo estatuto da Société Parisienne des Études Spirites, tendo Camille Flammarion, presidente honorário — Eugène Bonnemère como presidente — Emile Malet como vice-presidente Emile Malet — No comitê central L. Morin (Louis Joseph Félix Morin) secretário principal — Secretario Adjunto A. Ravan — Tesoureiro. J. Henry — Comitê Central: Miss A. Blackwel, E. Barrault, Canaguier, A. Bertrand, Collard e outros.

1870 - (31 de março) - Inaugura-se o monumento druida do Père-Lachaise. Esse famoso cemitério é considerado museu, tendo sido ali sepultados inúmeros dos grandes vultos franceses e mesmo de outros países.

Quando de sua inauguração, o dólmen não registrava a célebre frase "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei", que foi esculpida ainda em 1870. Ao contrário do que muitas vezes se afirma, essa frase não se deve textualmente ao próprio Kardec, não obstante represente corretamente o pensamento espírita.

1871 - (junho) Pierre-Gaëtan Leymarie assume a gerência da Revue Spirite juntamente com o comando da SA (Sociedade do Fundo Geral e Central do Espiritismo), depois da renúncia do médium Desliens. Fonte: Revista Espírita, 14º ano, nº 9, setembro de 1871 (https://www.retronews.fr/journal/la-revue-spirite/1-septembre-1871/1829/3285595/30).

1873 - (junho) Com a renúncia do Sr. Bittard, Leymarie assume também a Librairie Spirite. Fonte: Revista Espírita, 16º ano, nº 6, junho de 1873 (https://www.retronews.fr/journal/la-revue-spirite/1-juin-1873/1829/3285513/1).

Em meados de outubro a sociedade muda o nome para Sociedade para a Continuação das Obras Espíritas de Allan Kardec, anônima e de capital variável. Fonte: Revista Espírita, 17º ano, nº 1, janeiro de 1874 (https://www.retronews.fr/journal/la-revue-spirite/1-janvier-1874/1829/3285495/8).

1875 - 16/06 É instaurado o Processo dos Espíritas, procedimento judicial em Paris em que o então diretor da "Revue Spirite", Pierre-Gaëtan Leymarie, foi julgado e condenado sob a acusação de publicar fotografias fraudulentas de espíritos desencarnados.

1877 - A Société Parisienne des Études Spirites se muda para a Rue Saint-Denis 183, tendo na presidência o Sr. Charles Boiste, que pertenceu ao grupo original de Allan Kardec.

1878 - A Revue Spirite e a Librairie Spirite se muda para 09 rue des Petits-Champs. Leymarie organiza a "Société Scientifique pour les études psychologiques" para o estudo e experimentações em torno da mediunidade e do magnetismo animal, e análise das obras de Cahagnet, de Roustaing, da doutrina de Swedenborg fugindo a orientação do Mestre de Lyon.

1881 - Em 03/03 Falecimento de Sr. Charles Boiste, presidente da Société Parisienne des Études Spirites, estando a frente durante 08 anos desta referida instituição.

1882 - Em 24/12 se propõem a formação de uma assembleia geral para organizar a “Union Spirite Française” e a criação de um jornal.

1883 - Em 15/01 é criado o estatuto da “Union Spirite Française” e o Jornal "Le Spiritisme".

1883 - Em 21/01 Amèlie Gabrielle Boudet, a mulher de Kardec, falece aos 87 anos, e saindo o féretro de sua residência, na Avenida de Ségur n. 39 (o endereço da Vila Ségur era a Avenida de Ségur, 39), para o Père-Lachaise, a 12 quilômetros de distância.

1883 - A Sociedade para a Continuação das Obras Espíritas de Allan Kardec, anônima e de capital variável. Ocorre a mudança para o nome da Sociedade Científica do Espiritismo.

1884 - O Sr. Simon Alexandre Bourgès presidente da Société Parisienne des Études Spirites publica a obra "Philosophie Contemporaine Psychologie Transformiste Évolution de I'Intellingence". Prefaciado por Sophie Rosen (Dufaure)

1884 - Em julho a Société Parisienne des Études Spirites se muda para galeria de Valois 167 no Palais Royal compartilhando o mesmo endereço da "Union Spirite Française”. Tendo à frente da presidência da sociedade Sr. Simon Alexandre Bourgès que era um dos antigos espíritas do tempo de Allan Kardec.

1885 - Em outubro a Société Parisienne des Études Spirites se muda novamente para a Rue Saint-Denis 183.

1885 - Em novembro e lançado o "La Pensée Libre" Bulletim de La Société Parisienne des Études Spirites, no período pós-Kardec. Redação e Administração do jornal espírita. Sr. Émilie de Rienze e o Sr. Emile Blin.

1886 - Em outubro falece Sr. Simon Alexandre Bourgès, um dos lendários militantes espíritas francês. Esteve a frente da Revue Spirite durante a prisão de Leymarie no processo dos espíritas. Foi um dos fundadores da "Union Spirite Française”, e presidente honorário da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

1887 - Em agosto a Société Parisienne des Études Spirites empossou como: Presidente Sr. Emile Blin; vice-presidente Sr. Ponsot; secretário Sr. di Rienzi; tesoureiro Sr. Lebourgeois; bibliotecário Sr. Fourès. No mês de outubro a reabertura das sessões, rue St-Denis, nº 133, aos sábados, às 8 horas da noite.

1888 - Assume Sr. Camille Chaigneau um dos últimos presidentes da Société Parisienne des Études Spirites que foi fundada por Allan kardec.

1890 - Em abril Sr. Emile Blin falece. Foi presidente da Société Parisienne des Études Spirites e contemporâneo de Allan Kardec na SPEE.

1890 - A sociedade administradora adquiriu um imóvel para a livraria na área da Universidade, 1 rue de Chabenais, na "Société Scientifique pour les études psychologiques" em outubro de 1890.

1890 - Em 15/10 a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (Société Parisienne des Études Spirites) desaparece e reaparece com uma nova denominação, Sociedade do Espiritismo Científico (Société du Spiritisme Scientifique), tendo Adolphe Laurent de Faget na presidência desta instituição; e que estavam localizados na Rue Saint-Denis 183, o mesmo endereço da antiga sede (SPEE).

1891 - Em 31/10 Dissolução da "Union Spirite Française".

1892 - Em 28/01 Sr. Jean Alexandre Chaigneau, morre aos 85 anos de idade. Foi um dos maiores expoentes do espiritismo na França. Trabalhador das primeiras horas.

1893 - A Sociedade Científica do Espiritismo se muda de nome para Sociedade da Livraria Espírita, fundada por Allan Kardec”

1893 - Em setembro de 1893, Gabriel Delanne vendeu o “Le Spiritisme” para Arthur d’Anglemont, que era «Omniteista».

1893 - 20/11/ Fundação da Fédération Spirite Universelle.

1894 - Laurent de Faget se afasta do “Le Spiritisme” devido a questões doutrinárias com Arthur d’Anglemont.

1895 - Laurent de Faget funda um novo periódico espírita, o Progrès Spirite. A Société du Spiritisme Scientifique se transfere para a nova sede na rue des Archives, 86. Paris.

1895 - Em 14/5/1895 Laurent de Faget renunciou aos comitês da Fédération Spirite Universelle e do Comitê de Propaganda.

1895 - Em 20/10/1895 Laurent de Faget é reeleito presidente da Fédération Spirite Universelle.

1896 - Dissolução da Sociedade Anônima do Fundo [ou Caixa] Geral e Central do Espiritismo (SA) que foi fundada por Amélie-Gabrielle Boudet. Os estoques dos livros são resguardadas no domicílio privado de Leymarie 12 rue de Sommerard.

1896 - Gabriel Delanne funda Société Française d´Études des Phénomènes Psychiques na rue des Gâtines em Paris.

1897 - Leymarie funda a "Librairie Leymarie Édite", e transfere os livros da antiga Livraria Espírita e se estabelece no 42, rue Saint-Jacques, Paris, e que dirigiu até 1901, e, com o seu desencarne, por sua esposa Madame Marina Duclos Leymarie, e, posteriormente, por seu filho, Paul Leymarie.

1901 - Desencarna em 10/04 P. G. Leymarie. A Srª. Marina Leymarie assume a direção da Revista Espírita até 1904.

1904 - Em 29/09 Falece Marina Duclos Leymarie. Paul Leymarie assume a Revue Spirite até 1916.

1912 - Em dezembro falece Laurent de Faget que foi dirigente do Le Progrès Spirite durante 17 anos.

1914/1918 - 1ª Guerra Mundial. A Revue Spirite  tem sua publicação suspensa até 1916.

1917 - A Revue Spirite volta a ser publicada, tendo como proprietário Jean Meyer, sendo seu diretor até 1931. Até o ano de 1924 Paul Leymarie foi seu editor.

1919 - Jean Meyer refunda a “Union Spirite Française" em Associação, tendo como presidente Gabriel Delanne e como presidente de honra Léon Denis. Fundado o Institut Metapsychique International por Jean Meyer.

1923 - Jean Meyer compra o prédio nº 8 da Rua Copernic, em Paris, onde estabelece a sede da "Union Spirite Française". Este prédio ficou conhecido como a Maison des Spirites. (Casa dos Espíritas)

1925 - A Maison des Spirites sediou o Congresso Espírita Internacional com a participação de Léon Denis e Conan Doyle, tendo como vice-presidente Jean Meyer.

1926 - Em 15/02, falece Gabriel Delanne, primeiro presidente da "Union Spirite Française".

1927 - Em 12/03, falece Léon Denis presidente de honra da "Union Spirite Française".

1931 - Desencarna Jean Meyer em 13/04 na sua vila Valrose, em Béziers, França. Seu amigo Hubert Forestier assume a direção da Revista Espírita até 1971.

1939 /1945 - Segunda Guerra Mundial. "Union Spirite Française" interrompe suas atividades.

1955 - Em 28/12/1955, falece Paul Leymarie  na comuna de Le Perreux-Sur-Marne, a "pérola do leste parisiense", no departamento de Val de Marne, aos 88 anos.

1968 - A Revue Spirite passa a ser propriedade de Hubert Forestier, que a registrou no Instituto Nacional de Proteção Industrial.

1971 - Desencarnação de Hubert Forestier. Seus herdeiros transferem os direitos da Revue Spirite para André Dumas.

1976 - André Dumas, anuncia o abandono do título da Revue Spirite e a incorpora numa publicação não espírita denominada “Renaître 2000”, e também que a "Union Spirite Française" deixa de existir em abril para dar lugar a "Union Scientifique Francophone pour l’Investigation Psychique et l’Etude de la Survivance de l’Ame".

1977 - Em 20/01, o Presidente da Federação Espírita Brasileira, Francisco Thiesen, escreveu ao Sr. André Dumas, para oficializar a proposta a quem de direito, no sentido de assumir a responsabilidade integral e definitiva pelo título e pela manutenção de “La Revue Spirite”; proposta esta que foi recusada.

1979 - No ano de 1979 ocorre o desaparecimento da Maison des Spirites pela dissolução do setor imobiliário da sociedade civil de estudos metapsíquicos. Compartilhamento entre oito co-proprietários (Notário: Maître Bourcier em Paris).

1985 - Criação da “Union Spirite Française et Francophone”, por Roger Perez. André Dumas escreve a Roger Perez, que qualquer tentativa para adquirir os direitos sobre a Revue Spirite representa concorrência desleal.

1989 - A “Union Spirite Française et Francophone”, obtém em sentença judicial a recuperação do direito de utilização do título “Revue Spirite”, perante o Tribunal de Meaux, por não ter André Dumas renovado os direitos de propriedade do título da Revista em tempo hábil. No 4º trimestre, sob o nº 1, ano 132, ressurge a “Revue Spirite”, após 12 anos de interrupção.

1992 - Fundação do Conselho Espírita Internacional (CEI), constituído em 28 de novembro de 1992 em Madri, na Espanha, que abrange 36 países.

1997 - Desencarnação de André Dumas e o encerramento da "Union Scientifique Francophone pour l’Investigation Psychique et l’Etude de la Survivance de l’Ame", que foi herdeira na antiga "Union Spirite Française".

2007 - Divergência de opiniões entre os responsáveis; a Union Spirite Française et Francophone foi dissolvida em 30 de outubro de 2007.

2007 - O Conselho Espírita Francês foi criado como uma associação sob a lei de 1901 em 9 de junho de 2007 em Denicé, perto de Lyon. É administrado colegialmente por um conselho de administração de 6 pessoas.

2018 - Outubro de 2018: transformação do Conselho Espírita Francês. Durante sua assembléia geral em dezembro de 2017 foi decidido adotar o antigo nome de Union Spirite Française et Francophone, dissolvido há pouco mais de 10 anos. Essa recriação é um forte sinal de apego às raízes e às antigas tradições ligadas ao movimento espírita francês.

2019 - Sábado, 10 de agosto, morte de Roger Perez. Ele foi o incansável presidente da Union Spirite Française et Francophone de 1985 a 2007.

CSI do Espiritismo - Imagens e registros históricos do Espiritismo

Incêndio na Rue de Lille, 7 foi no dia 24 de maio de 1871. A fotografia tirada entre os dias 22 e 29 de maio de 1871 (Créditos: CSI ESPIRITISMO)

Maison des Spirites, sede adquirida e administrada por Jean Meyer. Fundada em 25 de novembro de 1923. Abrigou  diversas organizações nacionais e internacionais do Espiritismo. Localizava-se no número 8 da rue Copernic em Paris.

Jean Meyer, discípulo de Allan kardec, fundador da Maison des Spirites e responsável pelo resgate e ressurgimento da Revista Espírita no início do Século XX

Hubert Forestier - IV Congrès Spirite Internacional de La Haye

Revista Espírita de outubro de 1931

Fontes: Canal Espírita Jorge Hessen (Espiritismo à Francesa: a derrocada do Movimento Espírita Francês pós-Kardec) "Espiritismo à Francesa: a derrocada do Movimento Espírita Francês pós-Kardec" é uma produção da Luz Espírita (http://www.luzespirita.org.br), de janeiro de 2018, que põe em pauta uma das questões mais curiosas (e um tanto controversa) acerca dos desdobramentos da continuação da obra de Allan Kardec, logo após sua desencarnação, cujo resultado foi, já no começo do século XX, o enfraquecimento e desaparecimento quase absoluto do Espiritismo, tanto na França, seu berço, quanto na Europa e outras regiões do mundo.

Fontes: l'Encyclopédie Spirite

Fontes: CSI Espiritismo

"Todos os meios reunidos, todos os esforços dos militantes espíritas que o grupo da Maison des Spirites agrupa, são essencialmente para o benefício de outros, para ajudar a evolução, a emancipação da humanidade oprimida que busca o seu caminho no mundo. Na noite envolta no materialismo do nosso tempo"

Hubert Forestier "O Continuador dos Trabalhos de Allan Kardec"

"Felizes aqueles que, a exemplo do mestre Allan Kardec, experimentam, ao deixarem as plagas terrenas, a certeza de haverem tocado outras almas pelo exemplo e pela palavra escrita ou falada; felizes os que, como ele têm consciência, diante da insensatez materialista de nossa época, de terem encaminhado criaturas ofuscadas pelos fumos do mundo para o esplendor do ideal tão necessário a nossa salvação"

Hubert Forestier "O Continuador dos Trabalhos de Allan Kardec"

"Diretor da Revista Espírita fundada por Allan Kardec e diretor da Maison des Spirites. Humbert Forestier foi o continuador do Espiritismo. Em 1931 substituiu Jean Meyer na direção da Revista Espírita adotando como lema "SERVIR". Mesmo bastante doente permaneceu firme nas tarefas em que estava empenhado. Homem de muita fé nas realidades do além-túmulo. Foi um pregador fervoroso, dedicando-se com muito amor às dores do próximo. Viveu e morreu fiel às suas convicções e certezas da imortalidade da alma"

André Dumas "Redator Chefe da Revista Espírita"

 

RELAÇÃO DE REVISTA PARA DOWNLOAD

 

Revue Spirite / 1932 - Direção Hubert Forestier (Fundador da Revista - Allan Kardec)

Revue Spirite / 1933 - Direção Hubert Forestier (Fundador da Revista - Allan Kardec)

Revue Spirite / 1934 - Direção Hubert Forestier (Fundador da Revista - Allan Kardec)

Revue Spirite / 1935 - Direção Hubert Forestier (Fundador da Revista - Allan Kardec)

Revue Spirite / 1936 - Direção Hubert Forestier (Fundador da Revista - Allan Kardec)

Revue Spirite / 1937 - Direção Hubert Forestier (Fundador da Revista - Allan Kardec)

Revue Spirite / 1938 - Direção Hubert Forestier (Fundador da Revista - Allan Kardec)

Revue Spirite / 1939 - Direção Hubert Forestier (Fundador da Revista - Allan Kardec)

Revue Spirite / 1940 - Direção Hubert Forestier (Fundador da Revista - Allan Kardec)

Les Cahiers du Spiritisme 1946/1947 - Direção Hubert Forestier (Fundador da Revista - Allan Kardec)

Revue Spirite / 1947 - Direção Hubert Forestier (Fundador da Revista - Allan Kardec)

Revue Spirite / 1948 - Direção Hubert Forestier (Fundador da Revista - Allan Kardec)

Revue Spirite / 1949 - Direção Hubert Forestier (Fundador da Revista - Allan Kardec)

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